Manejo do solo define água e lucro no rebanho, alertam especialistas

Um solo bem cuidado é a base para a sustentabilidade hídrica e o sucesso financeiro da pecuária. Práticas que protegem a terra da erosão não só garantem água para o gado, mas também aumentam a produtividade e a rentabilidade da fazenda Em um cenário onde a crise climática impõe secas cada vez mais severas, a gestão eficiente da água tornou-se um pilar central para a agropecuária. Para pecuaristas, a imagem de um pasto seco e um rebanho com sede é um pesadelo recorrente. No entanto, especialistas afirmam que a solução pode estar literalmente debaixo de nossos pés. A forma como o solo é manejado determina não apenas a disponibilidade de água, mas também a lucratividade da atividade. “A água é um dos ativos mais importantes de uma fazenda, desde que ela esteja no lugar certo”, afirma o especialista João Corrêa, do canal “Porteira Adentro”. Segundo ele, a abundância de água em reservatórios e a saúde das nascentes são um reflexo direto da qualidade do manejo do solo em toda a propriedade. Siga a leitura e acompanhe o Compre Rural, aqui você encontra informação de qualidade para fortalecer o campo!

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A lógica é simples: um solo desprotegido e compactado não consegue absorver a água da chuva. O resultado é a erosão, um processo destrutivo que leva embora a camada fértil da terra e causa o assoreamento de rios e represas. “Quando a gota de chuva cai no solo descoberto, ela provoca um movimento horizontal da água, que corre pela superfície arrastando tudo o que é bom para os córregos, causando perdas imensas”, detalha Corrêa. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});O Segredo está na Infiltração A chave para reverter esse quadro é promover o “movimento vertical da água”, ou seja, garantir que ela infiltre no perfil do solo. Isso só é possível com um solo coberto e biologicamente ativo. Práticas de manejo sustentável de pastagens são fundamentais para alcançar esse objetivo. Respeito aos Resíduos Deixar a palhada e os resíduos das touceiras sobre o solo após o pastejo cria uma camada protetora. “Essa cobertura amortece o impacto da gota de chuva e funciona como uma esponja, permitindo que a água penetre lentamente”, explica a agrônoma e especialista em solos, Dra. Ana Carolina. “Além disso, serve de alimento para a vida no solo.” Manejo Rotacionado A divisão dos pastos em piquetes e a rotação do gado evitam o superpastejo e a compactação do solo. Isso permite que o capim se recupere, desenvolva raízes profundas e mantenha o solo sempre coberto. Atividade Biológica como Indicador A presença de minhocas e outros organismos é um sinal claro de um solo saudável. “Os excrementos das minhocas, que encontramos em abundância em áreas bem manejadas, indicam que a natureza está viva e ciclando nutrientes”, demonstra Corrêa em seu vídeo. Essa atividade biológica cria canais no solo, aumentando drasticamente sua permeabilidade. De Recurso Hídrico a Lucro no Bolso Um solo que absorve água funciona como uma caixa d’água natural, reabastecendo os lençóis freáticos e garantindo a perenidade das nascentes, mesmo durante a estiagem. Essa segurança hídrica se traduz diretamente em benefícios econômicos para o pecuarista.

Benefício do Manejo Sustentável	Impacto Direto na Rentabilidade
Pasto Verde por Mais Tempo	Aumento da oferta de forragem, reduzindo a necessidade de suplementação alimentar, que representa um dos maiores custos da pecuária.
Maior Produtividade Animal	Gado bem nutrido ganha mais peso e apresenta melhores índices de fertilidade, aumentando a produção de arrobas por hectare.
Redução de Custos	Diminui a necessidade de investir em novas fontes de água e em recuperação de áreas degradadas pela erosão.
Valorização da Propriedade	Fazendas com recursos hídricos preservados e solo produtivo são mais valorizadas no mercado.

Estudos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) comprovam que sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que se baseiam nos mesmos princípios de conservação do solo, podem aumentar a produtividade da carne em até sete vezes em comparação com pastagens degradadas, além de sequestrar carbono e melhorar a qualidade do solo. Um Investimento no Futuro Em resumo, o ciclo é virtuoso: o bom manejo da pastagem protege o solo; o solo protegido absorve a água da chuva; a água infiltrada abastece os lençóis freáticos e mantém o pasto verde. O resultado final é um rebanho mais produtivo e um negócio mais resiliente e lucrativo. “Fazendas que respeitam os resíduos das touceiras e a palhada no solo eliminam a primeira e mais danosa etapa do processo erosivo”, conclui João Corrêa. “ Elas garantem que a água cumpra seu percurso correto, prolongando sua disponibilidade e alimentando a riqueza que brota da terra.” A mensagem dos especialistas é clara: olhar para o solo não é apenas uma questão ambiental, mas uma estratégia de negócio inteligente e indispensável para a pecuária do futuro. Escrito por Compre Rural VEJA MAIS:

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias