Capiaçu não faz milagre: suplementação correta é chave para ganho de peso eficiente no rebanho

Especialistas alertam que o Capiaçu, apesar do alto rendimento, precisa ser complementado com proteína e manejo nutricional de qualidade para evitar prejuízos na engorda e na recria O Capiaçu, conhecido por seu elevado potencial produtivo e grande volume de massa verde, tem sido uma aposta crescente entre os pecuaristas brasileiros. Contudo, a ideia de que o capim por si só é suficiente para promover ganho de peso expressivo em bovinos tem sido contestada por especialistas em nutrição animal. O volumoso é, de fato, uma excelente alternativa para alimentação do gado, mas exige suplementação proteica adequada e manejo rigoroso para que os resultados econômicos e zootécnicos sejam alcançados. Segundo zootecnistas e pesquisadores da área de nutrição de ruminantes, o Capiaçu apresenta alto teor de fibra e baixo teor de proteína bruta, o que limita seu potencial quando utilizado isoladamente. Essa combinação torna o alimento volumoso eficiente apenas se acompanhado por um concentrado que complemente o déficit proteico. “A proteína é o que faz o rúmen funcionar bem; sem ela, o animal não consegue digerir o capim de forma eficiente, e o ganho de peso despenca”, explicam especialistas.

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A importância do equilíbrio na dieta com Capiaçu O grande desafio do uso do Capiaçu está na formulação da dieta balanceada. O ideal, conforme orientam profissionais da área, é que o suplemento proteico tenha teor de proteína bruta entre 18% e 22%, garantindo o suporte necessário ao metabolismo dos bovinos. Essa combinação permite melhor aproveitamento da fibra, aumento na ingestão de matéria seca e consequente melhoria no desempenho produtivo. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Os níveis de suplementação variam conforme a categoria animal:

Na fase de recria, a recomendação gira em torno de 1 a 1,5 kg de ração proteica por cabeça/dia, dependendo da meta de ganho de peso.

Na engorda, o consumo pode chegar a 4 kg diários por animal, especialmente em sistemas intensivos voltados para o abate rápido.

A falta desse equilíbrio pode comprometer seriamente os resultados. Um erro comum, segundo técnicos, é o produtor investir na plantação do Capiaçu acreditando que o alto volume de forragem basta para manter o desempenho do rebanho. “O gado pode até aparentar estar bem alimentado, mas o peso não avança como deveria porque o que falta é qualidade nutricional, não quantidade”, explicam. Água: o suplemento invisível Outro ponto essencial muitas vezes negligenciado é a qualidade da água. Animais que consomem água limpa e fresca bebem mais e, por consequência, aumentam a ingestão de alimento sólido. Esse fator simples pode representar um ganho adicional significativo no desempenho da engorda. “A água é o suplemento mais barato e, ao mesmo tempo, o mais esquecido nas fazendas”, destacam especialistas em manejo nutricional. Além disso, a água contaminada pode reduzir o apetite, provocar doenças e diminuir a eficiência de absorção dos nutrientes presentes na ração e no capim. Portanto, monitorar a qualidade das fontes de água é tão importante quanto calcular a dieta proteica. Manejo e resultados esperados O Capiaçu, quando bem manejado, oferece produtividade de 200 a 300 toneladas de massa verde por hectare/ano, tornando-se uma das opções mais rentáveis para propriedades de corte e leite. Porém, o verdadeiro diferencial está na estratégia nutricional. A combinação entre volumoso de qualidade, suplemento proteico e manejo correto transforma o sistema de produção em um modelo mais eficiente, lucrativo e sustentável. Produtores que aplicam a suplementação correta relatam ganhos de peso superiores a 900 gramas/dia em animais de recria e resultados expressivos na terminação de gado confinado ou semi-confinado. Por outro lado, aqueles que negligenciam a formulação da dieta observam baixo desempenho, perda de eficiência alimentar e até redução no lucro final. O Capiaçu é, sem dúvida, uma das principais forrageiras para aumentar a produtividade na pecuária, mas não substitui a necessidade de proteína. O sucesso na engorda e na recria depende do equilíbrio entre quantidade, qualidade e manejo nutricional. A suplementação correta é o elo que transforma o potencial do capim em ganho real de peso e rentabilidade na fazenda.