• Sábado, 26 de abril de 2025

Charolês: Gigante branco europeu que originou precoce brasileiro; fotos

O Charolês, raça de origem francesa, chegou ao Brasil no século passado e contribuiu, através da Embrapa, na criação de uma raça completamente adaptada ao clima brasileiro

O Charolês, raça de origem francesa, chegou ao Brasil no século passado e contribuiu, através da Embrapa, na criação de uma raça completamente adaptada ao clima brasileiro A Europa é o lar de muitas raças bovinas, quando falamos em taurinos europeus nos vem a cabeça dezenas de raças, entretanto podemos citar três delas que tem uma característica similar, sua pelagem branca/creme. Estamos falando do Marchigiana, Chianina e Charolês. O último citado, o Charolês, de origem francesa é um gado nativo de cor creme que habita a província de Charolais (pronuncia-se “Charolês”), na região central da França, entre os rios Loire e Saone.  O Charolês apresenta muitas características comuns ao gado Simental, da Suíça e da Alemanha, todos descendentes do Bos frontosus, do período jurássico. Da aptidão tripla (carne, trabalho e leite) passou para uma raça especializada em carne, aumentando muito sua reputação desde o inicio do século XX. Em 1965, o Canadá passou a importar animais da Franca e, então, reexportá-los para os Estados Unidos e até para o Brasil. Desde 1955 a Argentina importou mais de 1.400 cabeças, sendo que muitos desses animais foram reexportados para o Brasil. touro charoles australiano
Touro Charolês Australiano / Foto: International Charolais
Características da raça Charolês Os animais da raça Charolês são bovinos grande e pesados, com amplas massas musculares e alto rendimento de carcaça. A pelagem é branca ou creme (amarelo claro), com reflexos amarelados. A pele não é pigmentada, nem tampouco as mucosas, o focinho, os cascos e os chifres, sendo ideal para o clima temperado. A pele é solta, de espessura média, com pêlo suave, de comprimento mediano e, às vezes, com aspecto lanoso. Os chifres nascem lateralmente, encurvando-se para frente e para cima na extremidade. quarto trazeiro do gado charoles touros
Foto: Charolais Society of Australia
As vacas pesam entre 800-900 kg, com recordes acima de 1.100kg; os touros entre 1.100 e 1.250 kg, com recordes acima de 1.500 kg. A raça se destaca por sua estrutura óssea e muscular, rendimento de carcaça e precocidade no cruzamento e no abate. A raça é conhecida por ter propensão a partos gemelares. No que se refere à produção de leite, em geral, as vacas produzem o suficiente para criar um terneiro por ano, com rendimento estimado em 3.000 litros por lactação. Barnsford-Ferny-touro-charoles
Barnsford Ferny / Foto: Divulgação
Curiosidade – A raça já produziu um touro de quase duas toneladas chamado Barnsford Ferny. O gigante media cerca de 2,15 metros e pesava quase 2.000kgs, o peso de um hipopótamo adulto. Seu dono, Charlie Boden, de Stockport, Manchester, Inglaterra, que o usa como reprodutor, disse que o animal é manso e de fácil manejo. A raça é extremamente versátil em termos de manejo, cruzamentos com outras raças, alimentação e mudanças de clima. Através das avaliações genéticas e do melhoramento da raça o Charolês atual pode oferecer à indústria de carne bovina, genética para velocidade de crescimento e eficiência alimentar, características bastante procuradas pelos produtores comerciais e pelos confinadores. No que diz respeito ao fato da introdução de sangue Shorthorn no início da formação da raça para dar uma maior rapidez de apronte aos animais, o Charolês ainda continua sendo uma raça mais tardia, entretanto com a vantagem de que os animais estão o suficientemente pesados antes de iniciar a depositar gordura excessiva, aliando o fato de que não necessitam receber hormônios para ter uma maior deposição de gordura nos quartos traseiros. No que diz respeito ao fato da introdução de sangue Shorthorn no início da formação da raça para dar uma maior rapidez de apronte aos animais, o Charolês ainda continua sendo uma raça mais tardia, entretanto com a vantagem de que os animais estão o suficientemente pesados antes de iniciar a depositar gordura excessiva, aliando o fato de que não necessitam receber hormônios para ter uma maior deposição de gordura nos quartos traseiros. Melbourne Royal Grand Champion
Melbourne Royal Grand Champion / Foto: Charolais Society of Australia
Esta musculosidade é fortemente marcada na progênie dos cruzamentos em que o Charolês é usado, especialmente a idade de seis semanas. A pelagem é também uma característica da raça que é passada a progênie. Animais com gene de pelagem vermelha ou preta, são diluídos em padrões creme, avermelhados, ou lobunos (fumaça). O gado Charolês engorda satisfatoriamente, produzindo carcaça de excelente qualidade. Ainda que esta apresente uma elevada proporção de gordura intramuscular (marmorização ), seus depósitos superficiais são excepcionalmente escassos. touro charoles a campo - cruzamento
Foto: Charolais Society of Australia
A palatabilidade de sua carne é considerada das melhores. Suas principais características são a pelagem branca, grande porte, tanto na altura como no comprimento. O Charolês ainda se destaca por sua estrutura óssea e musculatura, excelente rendimento de carcaça e precocidade nos cruzamentos e nos abates. Confira algumas fotos de animais da raça Charolês: Confira algumas fotos de animais da raça Charolês: touro charoles - maior do mundo
Foto: Divulgação
alguns cruzamentos de charoles
Foto: Charolais Society of Australia
alguns cruzamentos de charoles
Foto: Charolais Society of Australia
Confira algumas fotos de animais da raça Charolês: touro charoles - maior do mundo
Foto: Divulgação
alguns cruzamentos de charoles
Foto: Charolais Society of Australia
alguns cruzamentos de charoles
Foto: Charolais Society of Australia
Confira algumas fotos de animais da raça Charolês: touro charoles - maior do mundo
Foto: Divulgação
alguns cruzamentos de charoles
Foto: Charolais Society of Australia
alguns cruzamentos de charoles
Foto: Charolais Society of Australia
Usado na formação de raça brasileira O Charolês foi a ‘Pedra Angular’ para a criação da raça Canchim, o precoce brasileiro. Para entender sua criação precisamos voltar um pouco no tempo, elucidar os acontecimentos que precederam a formação dessa raça, que foi um marco para a pecuária de corte brasileira. touro canchim - E-Duke da ILMA
Foto: Divulgação
Em 1922, houve uma grande exposição no Rio de Janeiro, comemorando o centenário da Independência do Brasil. O governo francês enviou três touros e cerca de 20 fêmeas charolesas para a exposição, que foi muito famosa e importante na época. Terminada a festa, os franceses, num ato de boas relações com o Brasil, doaram os animais que ficaram em uma estação de pesquisa carioca, mas depois foram enviados para Goiás. Em Goiás, nas condições difíceis do Brasil Central, o gado Charolês foi sendo selecionado pela adaptação ao clima tropical da região, fator que pode ser considerado relevante para a formação do Canchim. Enquanto isso, na década de 30, técnicos paulistas especialistas em Zoogenia e Zootecnia começaram a entender qual o animal ideal para a Pecuária brasileira. canchim ilma agropecuaria - angatuba- 3
Foto: Canchim Ilma
Os técnicos concluíram que o rebanho do Brasil Central já estava todo azebuado, e, sobretudo, a maioria já era praticamente puro ou quase todo zebu. Diante dos estudos, chegou-se a conclusão de que para dar bons resultados era preciso aliar a precocidade do gado europeu com a adaptação ao clima tropical e rusticidade do gado zebu, récem trazido da Índia. Para essa experiência o governo comprou uma fazenda na zona rural de São Carlos, isso em 1940, com mais de 2.000 hectares onde se produziu café até a Depressão de 1929. Com as matas remanescentes da fazenda possuíam muitas árvores chamadas Canchim, a propriedade recebeu o nome de Fazenda Canchim. O responsável por formar a raça Canchim foi o veterinário Dr. Antônio Teixeira Viana. O rebanho Charolês foi transferido de Goiás para São Paulo, entretanto ainda faltava o rebanho zebu para fazer os cruzamentos, obviamente, o mesmo foi adquirido no Triângulo Mineiro, referencia de Zebu no país. Dentro do que foi possível, Viana, de acordo com as raças zebuínas disponíveis à época escolheu as raças IndoBrasil, Nelore e Guzerá, entre vacas e touros, dando início ao cruzamento. grau-de-sangue-do-canchim-cruzamento-charoles-com-nelore
Montagem CompreRural
Depois de muito trabalho, selecionando sempre os melhores animais de acordo com os quesitos pré-estabelecidos, após dez anos de pesquisas, chegaram à conclusão que o cruzamento que apresentava a melhor herança do sangue Charolês com o melhor do sangue zebuíno, era 5/8 Charolês (62,5%) e 3/8 zebuínos (37,5%). Dentro dos parâmetros estabelecidos da dosagem de sangue zebu, o Nelore foi considerado o melhor zebu, sendo as outras raças excluídas posteriormente. Na década de 60, o trabalho de formação da raça estava concluído e em 1970 já havia um rebanho bastante razoável. Devido ao projeto ter sido desenvolvido na Fazenda Canchim, fico determinado que a raça levaria o nome da propriedade, Canchim. Em 1971 foi criado o registro genealógico da raça e fundada a Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN), encarregada do registro dos animais. Na década de 60, o trabalho de formação da raça estava concluído e em 1970 já havia um rebanho bastante razoável. Devido ao projeto ter sido desenvolvido na Fazenda Canchim, fico determinado que a raça levaria o nome da propriedade, Canchim. Em 1971 foi criado o registro genealógico da raça e fundada a Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN), encarregada do registro dos animais. tourinhos jovens da raca canchim
Foto: ABCCan
A raça Canchim, têm demonstrado ao longo das últimas décadas, qualidades essenciais da pecuária intensiva empregada em dezenas de fazendas espalhadas pelo Brasil, principalmente com o cruzamento industrial. A raça mostra eficiência no ganho de peso, precocidade, capacidade do touro para monta a campo e qualidade da carne, inclusive nas últimas provas de desempenho os pesquisadores ficaram surpresos com o alto nível de marmoreio de alguns animais. A raça Canchim, têm demonstrado ao longo das últimas décadas, qualidades essenciais da pecuária intensiva empregada em dezenas de fazendas espalhadas pelo Brasil, principalmente com o cruzamento industrial. A raça mostra eficiência no ganho de peso, precocidade, capacidade do touro para monta a campo e qualidade da carne, inclusive nas últimas provas de desempenho os pesquisadores ficaram surpresos com o alto nível de marmoreio de alguns animais. cruzamento-nelore-x-canchin
Meio sangue Canchim – Fazenda Santa Maria (Três Lagoas/MS)
Esse progresso genético da raça é fruto do trabalho de muitas mãos, principalmente da associação da raça e Embrapa, que mantêm-se atuante nas pesquisas e melhoramento genético dos bovinos da raça. Os trechos sobre a história sobre o Canchim foram retirados do Livro “Francisco Jacintho da Silveira – História da Agropecuária no Brasil Central” de Sandra Regina Gomes.– Cubo Editorial e Propaganda. Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.
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Por: Redação

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