Boi gordo tem mais um dia de alta – supera R$ 315/@, mas mercado acende alerta

Movimento de valorização do boi gordo perde força em meio à desaceleração do consumo interno; exportações seguem firmes e sustentam preços no curto prazo O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com mais um dia de valorização, consolidando o avanço das cotações e levando a arroba a superar os R$ 315,00 em São Paulo. Apesar do cenário positivo para o produtor, analistas já apontam sinais de desaceleração no ritmo de alta, exigindo atenção redobrada do pecuarista na tomada de decisão. Consumo interno perde fôlego, mas exportações seguem firmes Segundo Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, a pressão de alta no mercado começou a perder intensidade devido à redução do apelo ao consumo interno. “A partir desta semana, o consumo doméstico tende a enfraquecer, com efeitos cada vez menores da entrada dos salários na economia”, afirmou.

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Mesmo assim, as exportações permanecem aceleradas em 2025, e o Brasil caminha para outro recorde histórico de embarques. Essa demanda internacional é um dos principais pilares de sustentação das cotações neste momento. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Preços do boi gordo por estado O levantamento da Safras & Mercado apontou que, nesta terça-feira (12), a média da arroba atingiu:

São Paulo: R$ 315,25 (ante R$ 314,75 no dia anterior)

Goiás: R$ 299,64 (R$ 295,89)

Minas Gerais: R$ 302,94 (R$ 301,76)

Mato Grosso do Sul: R$ 318,41 (R$ 318,07)

Mato Grosso: R$ 303,11 (R$ 301,49)

Na praça paulista, segundo a Scot Consultoria, o boi gordo “comum” subiu para R$ 308/@ e o “boi-China” para R$ 313/@ (valores brutos, no prazo). A vaca gorda fechou o dia em R$ 280/@ e a novilha permaneceu em R$ 300/@. Oferta restrita e escalas curtas impulsionam preços A Agrifatto aponta que a oferta limitada e as escalas de abate curtas, próximas de sete dias úteis, somadas ao elevado volume de exportações, têm sustentado a firmeza das cotações na maior parte das regiões monitoradas. Nos seis primeiros dias úteis de agosto, a arroba do boi gordo apresentou alta na maioria das 17 praças pesquisadas. Historicamente, agosto costuma manter preços firmes, especialmente na entressafra, mas o mercado já começa a precificar a possibilidade de acomodação no curto prazo. Mercado atacadista e concorrência das proteínas No atacado, os preços da carne bovina permanecem estáveis: quarto traseiro a R$ 23,00/kg, quarto dianteiro a R$ 17,80/kg e ponta de agulha a R$ 17,00/kg. Entretanto, a carne de frango segue mais competitiva em relação às proteínas concorrentes, fator que pode limitar o avanço das cotações da carne bovina no mercado interno. Mercado futuro do boi gordo dá sinais de cautela Na B3, os contratos futuros do boi gordo recuaram pelo segundo dia consecutivo. O vencimento de outubro/25, período de pico da entressafra, encerrou a R$ 329,45/@, queda de 0,95% em relação à última sexta-feira. Esse movimento indica que o mercado começa a ajustar expectativas frente à possível perda de fôlego na demanda doméstica. O momento ainda é positivo para o pecuarista, especialmente para quem consegue aproveitar o impulso das exportações e a oferta restrita. No entanto, a queda do consumo interno e a competitividade de outras proteínas já sinalizam que a margem para novas altas pode estar se estreitando. Monitorar escalas, contratos futuros e fluxo de exportações será essencial para decisões estratégicas nas próximas semanas.