Veja como faturar R$ 125.000 por hectare/safra, mesmo começando do zeroO grande diferencial é que essa produção é feita em ambiente controlado, livre de poluentes, microplásticos e contaminantes como mercúrio, comuns em alguns peixes pescados no mar. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Benefícios ambientais e econômicos da carne de peixe cultivada Segundo estudos do Good Food Institute, a produção de carne de peixe cultivada pode reduzir em até 80% as emissões de gases de efeito estufa associadas à pesca e à criação intensiva, além de economizar grandes volumes de água e evitar a sobrepesca — problema que ameaça a biodiversidade marinha. Outro ponto importante é a previsibilidade na produção e no preço. Diferente da pesca, que sofre com variações sazonais e climáticas, a carne cultivada pode ser produzida durante todo o ano, em qualquer região, garantindo oferta estável e potencialmente reduzindo custos à medida que a tecnologia se torna mais escalável. Cabe, entretanto, destacar que a piscicultura brasileira está entre as atividades com menor emissão de carbono. Espécies como a tilápia e o tambaqui são cultivadas em sistemas eficientes e sustentáveis, em linha com as novas demandas do mercado. Segundo a Peixe BR, produções de Tilápia e Tambaqui estão entre as atividades brasileiras com menor emissão de carbono. E sse modelo produtivo coloca as duas espécies entre as proteínas animais que possuem menor pegada de carbono. Esse fator, aliado a outras características da atividade, consolidou o país como uma referência global em sustentabilidade na piscicultura. Diante disso, a produção e expansão da carne de peixe cultivada em laboratório no Brasil, país com tamanha riqueza e um setor pujante com grandes oportunidades de crescimento para a produção natural da carne de peixe se torna inviável e, ainda pior, pode gerar um grande impacto negativo para a cadeia da piscicultura brasileira. Críticas e preocupações do setor tradicional Apesar do potencial, a carne de peixe cultivada levanta preocupações entre pescadores e produtores de aquicultura. Um dos principais receios é o impacto econômico: a popularização desse produto poderia reduzir a demanda por peixe fresco, afetando a renda de milhares de famílias que dependem da pesca artesanal e da criação em cativeiro. Além disso, representantes do setor alertam que o discurso de sustentabilidade pode ser mal interpretado, colocando a pesca sustentável e a aquicultura responsável como “vilãs” diante do consumidor, quando, na realidade, essas práticas já passaram por avanços importantes na redução do impacto ambiental e no controle sanitário.
Carne de peixe cultivada ganha espaço na alimentação global e levanta críticas
Produção em laboratório promete reduzir impacto ambiental e ampliar acesso a proteínas do mar; Mas, carne de peixe cultivada levanta preocupações entre pescadores e produtores de aquicultura
Produção em laboratório promete reduzir impacto ambiental e ampliar acesso a proteínas do mar; Mas, carne de peixe cultivada levanta preocupações entre pescadores e produtores de aquicultura A carne de peixe cultivada — produzida a partir de células animais em ambiente controlado — vem despontando como uma das inovações mais promissoras no setor de alimentos. Essa tecnologia, que já atrai investimentos bilionários em países como Estados Unidos, Japão, Israel e Singapura, propõe uma alternativa à pesca tradicional e à aquicultura intensiva, oferecendo proteínas de alta qualidade sem a necessidade de capturar ou criar peixes em grande escala. Mas, segundo especialistas, essa alternativa levanta preocupações entre pescadores e produtores de aquicultura. Como é produzida a carne de peixe cultivada O processo começa com a coleta de células de um peixe saudável, geralmente sem causar danos ao animal. Essas células são cultivadas em biorreatores, recebendo nutrientes como aminoácidos, açúcares e vitaminas, que simulam o ambiente natural do organismo. Ao longo de semanas, as células se multiplicam e se organizam em estruturas semelhantes ao tecido muscular, resultando em um produto final que imita a textura e o sabor do peixe convencional. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
![]()
Foto: Divulgação Outro ponto crítico é a aceitação cultural e gastronômica. Muitos chefes de cozinha e consumidores mais tradicionais valorizam o peixe fresco pela experiência sensorial e pelo vínculo com a tradição alimentar. Há também dúvidas sobre a percepção de “naturalidade” do alimento cultivado, o que pode influenciar sua aceitação no mercado. Desafios para chegar ao consumidor Apesar dos avanços, a carne de peixe cultivada ainda enfrenta obstáculos para chegar às prateleiras em grande escala. O custo de produção, embora tenha caído nos últimos anos, ainda é elevado. Além disso, a aprovação regulatória varia conforme o país. Singapura foi o primeiro a autorizar a venda de carne cultivada, enquanto nos Estados Unidos e na União Europeia os processos de avaliação de segurança ainda estão em andamento. Empresas do setor trabalham para tornar o produto mais acessível, explorando cortes específicos, como filés, sashimis e até hambúrgueres de peixe cultivado, visando atender nichos como o de restaurantes japoneses e redes de fast food.
Perspectivas para o Brasil O Brasil, dono de uma vasta biodiversidade aquática e de forte tradição pesqueira, pode se beneficiar da tecnologia tanto para atender o mercado interno quanto para exportar. A adoção dependerá de incentivos à pesquisa, regulamentação clara e aceitação do consumidor, que ainda vê o produto como uma novidade. Especialistas acreditam que, nos próximos 10 anos, a carne de peixe cultivada poderá se consolidar como parte do cardápio global, coexistindo com a pesca sustentável e a aquicultura tradicional, formando um tripé de produção mais equilibrado.
Por: Redação