Ausência do principal comprador, a Turquia, em junho derruba embarques e faturamento, mas desempenho da exportação de gado vivo no acumulado supera 2024; Iraque assume liderança nas compras O Brasil exportou
487,6 mil cabeças de gado vivo no primeiro semestre de 2025, um salto de
47,1% na exportação de gado vivo em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas 331,4 mil cabeças. O resultado é expressivo porque, em junho, a
Turquia — tradicional compradora e responsável por quase um terço das vendas — não importou nenhum animal. Segundo análise da
Scot Consultoria, “nos últimos cinco anos, a Turquia esteve entre os principais destinos da exportação brasileira de gado vivo, impulsionada pela competitividade dos preços do Brasil frente a outros fornecedores”. Em 2025, até maio, o país já respondia por
29,2% das exportações, mas sua ausência no último mês do semestre mexeu no ranking de exportadores.
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window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Principais compradores nos últimos cinco anos País20212022202320242025*Turquia38.669369.585315.904142.5400Iraque9.75052.97552.948328.11361.869Egito22.18549.108163.298121.111355.702Líbano7.72013.09051.57763.37446.949Jordânia32.91028.92544.0616.903112.799
*Dados até junho de 2025 – Fonte: Comex / Scot Consultoria Impacto nos estados exportadores O Rio Grande do Sul, maior exportador para a Turquia,
não registrou embarques em junho. Os estados que venderam bovinos vivos no mês foram:
| Estado | Cabeças exportadas |
|---|
| Pará | 58.300 |
| Origem não declarada* | 8.000 |
| São Paulo | 6.000 |
| Paraná | 3.100 |
| Bahia | 405 |
| Mato Grosso do Sul | 9 |
*Origem não declarada: casos em que o local de origem não foi registrado oficialmente.De acordo com a Scot Consultoria, “sem a Turquia, o volume exportado diminuiu frente a maio, derrubando o faturamento. O desempenho de junho foi o segundo pior do ano, superando apenas abril”. Faturamento: menos peso, menor preço e câmbio desfavorável Embora fevereiro tenha registrado embarques menores que junho, o faturamento foi maior naquele mês. Três fatores explicam:
Cotação do dólar: R$ 5,7650 em fevereiro contra R$ 5,5465 em junho; Animais mais pesados: bovinos com maior peso médio embarcados no início do ano; Preço por quilo mais alto. | Indicador | Fevereiro 2025 | Junho 2025 |
|---|
| Preço médio/kg | R$ 17,13 | R$ 15,69 |
| Preço médio/cabeça | R$ 236,08 | R$ 183,83 |
| Peso médio (kg) | 7.092 | 4.298 |
Iraque assume a liderança na exportação de gado vivo Com a saída temporária da Turquia, o
Iraque passou a ser o principal comprador de gado vivo brasileiro. A Scot aponta que “uma das razões é a demanda interna, somada ao papel do país como redistribuidor para vizinhos, incluindo a própria Turquia”. O Egito também teve forte presença no semestre, com mais de
355 mil cabeças adquiridas, consolidando-se como um dos mercados estratégicos para o Brasil.
Perspectivas para 2025 Se o ritmo for mantido, o Brasil pode
igualar ou superar o volume de 1 milhão de cabeças exportadas registrado em 2024. O desempenho dependerá do comportamento do câmbio, da demanda de países árabes e da capacidade logística para atender novos mercados. Para a Scot Consultoria, “o desempenho do primeiro semestre mostra a firmeza das exportações de gado vivo, mesmo diante da ausência de um parceiro estratégico como a Turquia em parte do período”.
