A cotação da soja subirá no fim de 2025?
Uso indiscriminado de antimicrobianos na suinocultura brasileira ameaça saúde pública global, aponta relatório inédito da Alianima
Com 73% dos antimicrobianos do mundo destinados a animais e 27% a humanos, a pecuária intensiva torna-se grande responsável pela aceleração da resistência bacteriana.
                                Com 73% dos antimicrobianos do mundo destinados a animais e 27% a humanos, a pecuária intensiva torna-se grande responsável pela aceleração da resistência bacteriana. Apesar dos alertas da ciência e de debates internacionais para conter a resistência antimicrobiana (RAM), o uso de antimicrobianos segue amplamente praticado na produção de carne suína no Brasil. A nova edição do  Observatório Suíno,  relatório inédito elaborado pela organização sem fins lucrativos Alianima, revela que grandes empresas do setor ainda utilizam esses medicamentos como promotores de crescimento — prática que é proibida ou severamente restrita em diversos países.     Estima-se que  73% dos antimicrobianos vendidos no mundo sejam destinados a animais, sendo muitos dos princípios ativos os mesmos usados na medicina humana. Esse uso cruzado contribui diretamente para o avanço da  RAM, um dos maiores desafios sanitários da atualidade, segundo a OMS. No Brasil, a prática compromete os esforços da estratégia nacional de Saúde Única, que une os setores humano, animal e ambiental no enfrentamento da crise.   Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp   
 
 
   A cotação da soja subirá no fim de 2025? Com metodologia técnica e colaborativa, o  Observatório Suíno aplica questionários distintos a produtores (fornecedores) e compradores (clientes), como redes de supermercados e restaurantes. A iniciativa busca mapear as práticas e compromissos assumidos em relação ao bem-estar animal, saúde pública e sustentabilidade na cadeia da carne suína. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});A edição mais recente do relatório mostra que  44% dos fornecedores analisados ainda não baniram o uso de antibióticos como promotores de crescimento. Apesar de haver  conhecimento técnico,  interesse dos produtores e  apoio disponível, muitos ainda não conseguem se planejar para isso. Entre aqueles que  não pretendem sequer eliminar a prática (33%), os principais motivos alegados são o  aumento no custo de produção,  perdas produtivas e a  falta de alternativas viáveis. “Nenhuma das empresas mencionou falta de conhecimento ou apoio técnico como barreira, evidenciando que os entraves são majoritariamente econômicos e relacionados à performance dos sistemas de produção”, ressalta  Maria Fernanda Martin, zootecnista e gerente de relações corporativas e bem-estar animal da Alianima.     O relatório ainda ressaltou outras formas de uso de antimicrobianos:   profilático (prevenção de surtos, mesmo sem sinais clínicos nos animais — já proibido em alguns países);      metafilático (tratamento de um grupo após surgirem sintomas em alguns — leis em alguns países já restringem seu uso);      terapêutico (uso correto, apenas para animais doentes e com prescrição).   Segundo o Observatório Suíno,  mais da metade (56%) das empresas analisadas não pretendem banir o uso profilático de antibióticos. Os principais obstáculos relatados foram  experiências prévias negativas ou tentativas mal-sucedidas (80%), seguidas de falta de alternativas viáveis (60%) e perdas produtivas (60%). Assim como no caso dos promotores de crescimento, as justificativas não envolvem falta de conhecimento técnico, mas sim dificuldades operacionais e resistência à mudança de modelo produtivo.     Além disso, o relatório revela que  89% das empresas não pretendem banir o uso metafilático de antibióticos. Entre os principais motivos citados estão  perdas produtivas (88%),  insegurança sanitária (75%) e  experiências prévias negativas ou tentativas mal-sucedidas (75%). Assim como nas demais formas de uso não terapêutico, o argumento recorrente está ligado à  manutenção da produtividade e controle sanitário, mesmo diante da urgência em reduzir o uso de antimicrobianos de forma preventiva e coletiva. 
 “Embora  todas as empresas afirmem utilizar alternativas aos antimicrobianos, como  eubióticos, prebióticos, minerais e fitoterápicos, essas práticas ainda não substituem completamente o uso não terapêutico”, comenta a porta-voz da Alianima.     Responsabilidade compartilhada Na ponta da cadeia, o levantamento também mostra que  73% dos compradores (supermercadistas e de food service) não exigem publicamente de seus fornecedores o uso restrito de antimicrobianos apenas para tratamento de animais doentes. Apenas  Arcos Dorados, Carrefour e GPA assinalaram possuir compromissos públicos com essa prática. Porém, nenhum deles prevê, de fato, o banimento já que a linguagem dos compromissos públicos se limita a termos genéricos como “redução do uso”, “uso racional” ou “uso responsável”, sem dizer claramente que exigem de seus fornecedores o uso de antimicrobianos apenas para tratar doenças. “É importante que os clientes também estejam cientes das práticas realizadas por seus fornecedores, mesmo não estando diretamente ligados à produção de suínos, já que este deve ser um tema de interesse de toda a população humana. Toda a cadeia precisa estar comprometida: da granja ao prato do consumidor”, conclui Maria Fernanda.     Como forma de contribuir com soluções para o enfrentamento da resistência antimicrobiana,  a Alianima integra o Grupo de Trabalho sobre Resistência Antimicrobiana, vinculado ao Comitê Uma Só Saúde, do Ministério da Saúde, e defende que o bem-estar animal seja incorporado de forma transversal às políticas públicas e estratégias nacionais.
 Clique aqui para acessar a 6ª edição do Observatório Suíno.     VEJA TAMBÉM:  China removerá tarifas de soja, milho, trigo, carnes e outros itens, dizem EUA       Novo modelo de crédito rural tem juros a partir de 2% ao ano; veja condições       Centro-Sul processa 34,037 milhões de t de cana na 1ª quinzena, diz Unica   ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe  Thiago Pereira     Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
                                
                            
                            
                                Por: Redação
                            
                         
                    





 
                         
                         
                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                 
                                                                