Roma — Entre os argumentos citados pela Justiça italiana para que a (PL-SP) fosse mantida está uma entrevista dada ao jornal italiano La Repubblica. Para a Corte, a fala reforçou a avaliação de risco de fuga.
Isso porque, avaliou o Tribunal, a parlamentar mencionou poder contar com apoio de “pessoas ricas e influentes”, aumentando a possibilidade de tentativa de esquiva da Justiça brasileira.
Para a Corte, embora Zambelli e o marido não disponham atualmente de recursos financeiros devido ao bloqueio de suas contas, . Segundo o tribunal, as condições atuais poderiam permitir o uso de recursos estratégicos, possibilitando deslocamento, mesmo estando detida, com ajuda externa.
Na entrevista, dada antes da prisão, Zambelli afirmou ter falado diretamente com o senador , que teria contatado Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro da Itália.
“Sei que Flávio Bolsonaro, filho do presidente Bolsonaro, conversou com Matteo Salvini sobre a minha situação. Mas não sei se Salvini lhe prometeu alguma coisa. Espero que sim, sou inocente”, disse.
A deputada também mencionou amigos em comum com Elon Musk, e criticou a falta de apoio da direita italiana, incluindo , primeira-ministra da Itália e fundadora do partido Fratelli d’Italia, que tem raízes neofascistas.

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1 de 6 A deputada federal Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
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2 de 6 Deputada federal Carla Zambelli esta na lista da interpol VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
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3 de 6 A deputada federal Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
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4 de 6 A deputada federal Carla Zambelli VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
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5 de 6 Deputada federal Carla Zambelli foi condenada por sua participação em um esquema de invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023 VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
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6 de 6 A deputada federal Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Carla Zambelli na Itália
Zambelli está presa na Itália desde 29 de julho, depois de ficar quase um mês foragida da Justiça brasileira.
Na última quinta-feira (22/8), por 9 a 2, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, além da perda do mandato, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
Ela foi acusada de perseguir, armada, o jornalista Luan Araújo, apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Essa é a segunda condenação de Zambelli por um colegiado do STF. Na primeira, Zambelli foi condenada pela Primeira Turma a 10 anos e oito meses de prisão.
A decisão se baseou na participação da parlamentar na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023, e na inserção de documentos falsos na plataforma.
Perícia médica oficial
Ainda na decisão, a Justiça italiana destacou que o perito judicial nomeado pelo Tribunal de Roma concluiu que a parlamentar não apresenta que justifique a revogação da prisão preventiva.
“As condições de saúde de Zambelli de Oliveira foram consideradas compatíveis com a prisão, conforme relatório pericial, descartando a necessidade de uma medida menos restritiva”, detalhou a Justiça italiana.
O laudo rebateu ponto a ponto os argumentos da defesa:
Depressão: sem indícios de risco de automutilação. Sintomas controlados com medicação e acompanhamento psiquiátrico.
Taquicardia e quedas de pressão: considerados estáveis, sob tratamento farmacológico.
Síndrome de Ehlers-Danlos: avaliada como não grave o suficiente para constituir uma condição com risco de vida.
Diverticulose: monitorada, com atendimento médico disponível em caso de crises.
O avaliador especificou que o exame de perícia médica não revelou qualquer sinal de deterioração orgânica ou condição que comprometesse as funções corporais ou o prognóstico vital.
Os familiares e a defesa de Zambelli alegam que a deputada tem, pelo menos, . Os advogados da parlamentar chegaram a contratar uma perícia médica — realizada de forma paralela à solicitada pela Justiça italiana.
Conforme apurou o Metrópoles, o documento tem quase 90 páginas. O objetivo era comprovar que o estado de saúde da parlamentar está comprometido, e até mesmo agravado, após a detenção, e que ela não poderia permanecer presa.