Quem era Robin Westman, atirador que matou crianças em igreja nos EUA
Autora do ataque, a jovem de 23 anos, portava três armas e morreu no local, conforme detalhou a polícia de Minneapolis.
Em Minneapolis, norte dos Estados Unidos, uma, matando duas crianças e de início do ano letivo, na manhã dessa quarta-feira (27/8). A autora do ataque, uma jovem identificada como Robin Westman, de 23 anos – nascida com o nome de Robert Westman – portava três armas e morreu no local, conforme detalhou a polícia de Minneapolis.
O FBI abriu uma investigação por “ato de terrorismo doméstico e crime de ódio contra católicos”, segundo publicação de Kash Patel, diretor da agência, na rede X.
“Dois jovens, de 8 e 10 anos, foram mortos enquanto estavam sentados nos bancos da igreja”, disse Brian O’Hara, chefe da polícia local, acrescentando que 17 pessoas ficaram feridas, sendo 14 delas crianças, duas permanecem em estado crítico.
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Um médico do hospital Hennepin Healthcare informou que recebeu 11 pacientes, sendo dois adultos e nove crianças, e que quatro deles passaram por cirurgias de emergência.
O presidente Donald Trump declarou que “a Casa Branca continuará acompanhando essa terrível situação”, em publicação na rede Truth Social. O papa Leão XIV expressou estar “entristecido” e ofereceu condolências às famílias das vítimas.
“Era a primeira semana de aula. Eles estavam em uma igreja. São crianças que deveriam estar aprendendo com seus amigos”, disse o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey. “Deveriam estar brincando no recreio. Deveriam poder ir à escola ou à igreja em paz, sem medo ou risco de violência”, completou.
“Transgênero, anti-Israel e obcecada por armas”
“Transgênero, anti-Israel e obcecada por armas”, descreve o título da reportagem no jornal francês Le Figaro desta quinta-feira (28/8), que detalha e o perfil perturbador de “Robin Westman, que massacrou crianças durante uma missa em Minneapolis”.
De acordo com o jornal local The Star Tribune, Robin Westman se chamava Robert Westman em 2019, mas mudou seu nome porque se identificava como mulher. Sua mãe teve que tomar as providências necessárias para a troca, pois ele ainda era menor de idade na época.
A atiradora cometeu suicídio em frente à igreja. Horas após o ataque, os investigadores descobriram que a suspeita tinha uma forte presença online e um canal no YouTube com seu nome. Vários vídeos foram descobertos na internet com frases de Robin como: “A vida é dor. Há muitas coisas para suportar”.
“Mal posso esperar para matar”
Nas últimas semanas, ela havia publicado uma série de vídeos particularmente perturbadores, que o jornal francês Le Figaro conseguiu consultar apesar de terem sido excluídos pela plataforma.
Um deles, mostra Robin filmando as páginas de um caderno colocado sobre o que parece ser um documento que detalha as diferentes partes de uma arma de fogo. O caderno está cheio de anotações em russo e rabiscos de pentágonos satânicos e aranhas. Enquanto vira as páginas para mostrá-las à câmera, ela murmura: “Mal posso esperar para matar, matar, matar, matar e matar…”.
Nas imagens, ela mostra desenhos dela portando um fuzil, criaturas com chifres, além do esboço de um mapa, mostrando uma vista aérea do que parece ser a planta baixa da igreja. Segundo o jornal, é possível ver Robin bater no esboço com uma faca. Em um caderno, adesivos do personagem de videogame Luigi e de um fuzil de assalto Kalashnikov sobre um fundo com a bandeira LGBT e transgênero.
Um desenho aparece em uma imagem estática de um vídeo sem data que foi publicado anteriormente nas redes sociais e filmado por Robin Westman, identificada por uma fonte policial como a suspeita do ataque à Igreja da Anunciação em Minneapolis. O vídeo já foi removido.
Em outro vídeo, Robin Westman, que continua sem mostrar o rosto, filma todo o seu arsenal: um fuzil AR-15, uma espingarda, uma pistola Glock e um revólver.
Vários carregadores cheios de balas estão colocados sobre uma cama, nos quais ela fez várias anotações: “Onde está o seu Deus agora?”, “Assassino sádico”, “Peido de negro”, “Dane-se tudo o que você defende”, “Israel deve cair”, são algumas das inscrições que aparecem nas diferentes armas.
Nas filmagens a jovem resmunga, murmura e imita vozes de crianças. “Não quero estar aqui”, diz ela com uma voz aguda. “Mas você está aqui”, responde ela com uma voz grave. Ela também conta ter conhecido em 2024 Brandon Joseph Herrera, um influenciador californiano ativo sob o pseudônimo “The AK Guy”, especializado em testar armas de guerra. Ela pede para votarem nele, já que acaba de anunciar sua candidatura às eleições de meio de mandato de 2026.
O caderno de Robin: “Aprendi a odiar a vida”
No caderno, um manifesto de Robin Westman. A jovem de cabelos longos escreveu várias páginas em inglês, nas quais se dirige aos seus pais, irmãos e irmãs e, depois, aos seus amigos. Ela pede desculpas pela “tempestade de caos” que iria desencadear, explicando que não espera nenhum perdão. “Saibam que gosto de vocês”, escreve ela.
“À minha mãe e ao meu pai, sinto muito por não ter me tornado o que vocês esperavam. Vocês me deram muito, e eu aprecio o amor que me deram. Vocês me criaram para ser uma boa pessoa”, continua ela. “Por favor, não pensem que falharam em seu papel de pais”. “Fui corrompida por este mundo e aprendi a odiar a vida”, escreveu Robin.
Segundo ela, “a vida é dor. Há muito a suportar. Estou cansada dessa dor”. Ela menciona “empregos miseráveis”, “injustiças”, “contas constantes” e um câncer que teria contraído devido ao cigarro eletrônico. “Não quero terminar minha vida apodrecendo em uma cama de hospital”.
Por: Metrópoles