H5N1: Gripe aviária atinge rebanho leiteiro nos EUA, acendendo alerta sanitário globalA agropecuária brasileira já é uma das que mais aplicam práticas conservacionistas no mundo. O Plano ABC+ (2020–2030), principal política nacional de mitigação de gases de efeito estufa (GEE) no setor, prevê a ampliação do uso de tecnologias sustentáveis em 72 milhões de hectares, evitando a emissão de mais de 1 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente até 2030. Entre as ações estão a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), a recuperação de pastagens degradadas, o plantio direto, o uso racional de bioinsumos e irrigação e a fixação biológica de nitrogênio, práticas que aumentam o sequestro de carbono no solo e a eficiência produtiva. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Nos sistemas agrícolas, as plantas capturam CO₂ pela fotossíntese, e parte desse carbono é armazenada no solo na forma de matéria orgânica, que pode conter até 58% de carbono. Boas práticas de manejo aumentam esse estoque, melhoram a fertilidade e reduzem o uso de insumos sintéticos. Já o desmatamento e o mau uso do solo liberam carbono e agravam o efeito estufa. Para medir e comparar os fluxos de gases, a Embrapa adota parâmetros do IPCC, que expressa os resultados em CO₂ equivalente. O metano (CH₄) tem potencial de aquecimento 27 vezes maior que o dióxido de carbono, e o óxido nitroso (N₂O), 273 vezes mais potente. A precisão das medições depende da qualidade dos laboratórios, explica Celso Manzatto, da Embrapa Meio Ambiente. A Embrapa coordena o Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade do Solo (PAQLF), que avalia 176 unidades em todo o país, e o Ensaio de Proficiência em Análise de Carbono do Solo (EPCS), primeiro programa interlaboratorial do mundo voltado à harmonização de resultados de carbono, garantindo confiabilidade dos dados usados em inventários e mercados de carbono. Essas iniciativas já geraram resultados expressivos: o primeiro Plano ABC (2010–2020) evitou a emissão de 194 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, com práticas sustentáveis adotadas em 54 milhões de hectares. A combinação entre ciência, política pública e inovação tecnológica consolidou o Brasil como referência internacional em agricultura de baixa emissão. A recuperação de pastagens e a integração entre lavoura, pecuária e floresta estão entre os pilares dessa transformação. Hoje, 197 milhões de cabeças de gado ocupam 161 milhões de hectares, 11% a menos do que há 20 anos, enquanto a produtividade quase dobrou. Pastagens bem manejadas sequestram carbono, reduzem o desmatamento e melhoram o bem-estar animal. Sistemas com leguminosas diminuem as emissões de metano entérico e aumentam a fertilidade do solo. Outros avanços vêm de tecnologias agrícolas de baixo carbono, como fertilizantes de ureia tratada com inibidores, que reduzem em até 50% as emissões de N₂O; bioinsumos microbianos, que evitam cerca de 300 kg de CO₂eq por hectare ao ano; e o biochar, que melhora a fertilidade do solo e armazena carbono por séculos. A redução do metano na pecuária é outro foco das pesquisas. Estratégias nutricionais podem reduzir as emissões entéricas em até 48%, com uso de óleos vegetais, leguminosas, algas e aditivos, sem comprometer a produtividade. Para garantir transparência, o país desenvolve ferramentas digitais de mensuração, relato e verificação (MRV), como Sacir, AgroTag MRV, SatVeg e a calculadora GHG Protocol para Agricultura e Pecuária, fortalecendo a rastreabilidade ambiental e o acesso a mercados de créditos de carbono. Com sistemas cada vez mais monitorados e eficientes, a agricultura brasileira mostra que é possível produzir, conservar e mitigar ao mesmo tempo, consolidando um modelo de agropecuária de baixo carbono, competitivo e alinhado ao clima global. Fonte: Embrapa VEJA MAIS:
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Embrapa e Plano ABC+ mostram como práticas sustentáveis reduzem emissões, aumentam produtividade e transformam o agro brasileiro em aliado do clima.
Programas da Embrapa e o Plano ABC+ avançam na quantificação de emissões e no uso de práticas sustentáveis que transformam a agropecuária em aliada da mitigação climática. Durante a COP30, conferência do clima das Nações Unidas sediada em Belém (PA), em 2025, o governo brasileiro lançou o livro Ciência para o clima e soluções da agricultura brasileira, uma síntese das principais contribuições da ciência nacional para enfrentar a crise climática. Organizada pela Embrapa, a publicação reúne décadas de pesquisa sobre tecnologias, métricas e estratégias que mostram como a agricultura tropical pode reduzir emissões e sequestrar carbono, mantendo alta produtividade. O balanço de carbono — que calcula a diferença entre o carbono emitido e o capturado nos sistemas produtivos — tornou-se um dos principais indicadores da sustentabilidade agropecuária. Segundo a pesquisadora Beata Madari, da Embrapa Arroz e Feijão, mensurar o carbono com precisão é essencial para orientar políticas públicas e certificar cadeias produtivas de baixo impacto. “A avaliação de ciclo de vida e o balanço de carbono permitem comprovar que a agricultura tropical pode ser produtiva e contribuir para mitigar as mudanças climáticas”, explica. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
H5N1: Gripe aviária atinge rebanho leiteiro nos EUA, acendendo alerta sanitário global Obrigatoriedade da rastreabilidade bovina no Pará abre debate sobre impactos no mercado de boi ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Por: Redação





