Panorama da pecuária brasileira em 2025 e as perspectivas para 2026
Do avanço da produtividade aos desafios de custos, câmbio e consumo, a pecuária brasileira fecha 2025 com crescimento sustentado e entra em 2026 sob um cenário de cautela, mas com fundamentos estruturais sólidos, segundo análise do Cepea.
Do avanço da produtividade aos desafios de custos, câmbio e consumo, a pecuária brasileira fecha 2025 com crescimento sustentado e entra em 2026 sob um cenário de cautela, mas com fundamentos estruturais sólidos, segundo análise do Cepea. A pecuária brasileira encerra 2025 reafirmando seu papel estratégico na economia nacional e no sistema alimentar global. Em um ambiente marcado por oscilações macroeconômicas, ajustes de oferta e demanda e mudanças no consumo, o setor conseguiu sustentar crescimento, ampliar exportações e manter margens em parte relevante das cadeias produtivas. Para 2026, o cenário exige gestão, eficiência e cautela, mas segue ancorado em ganhos de produtividade e competitividade internacional. Um setor que cresce acima da economia Nas últimas décadas, a pecuária avançou em ritmo superior ao da economia brasileira como um todo. Enquanto o PIB nacional cresce pouco acima de 2% ao ano, a agropecuária avança perto de 4,6%, impulsionada sobretudo por ganhos de produtividade. Esse desempenho explica por que, mesmo com queda real de preços ao longo do tempo, a produção seguiu em expansão e encontrou na exportação uma válvula de equilíbrio para o mercado interno.
Em 2025, o PIB do agronegócio alcançou cerca de 24,4% do PIB brasileiro, com a pecuária respondendo por parcela relevante desse resultado. Dentro da porteira, o setor emprega milhões de pessoas e sustenta cadeias integradas que vão de grãos e genética à indústria, logística e varejo . window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Macroeconomia: câmbio e juros no centro do tabuleiro O pano de fundo macroeconômico segue determinante para o desempenho da pecuária. Câmbio, juros e inflação atuam diretamente sobre custos, preços e competitividade externa.
Câmbio desvalorizado tende a reforçar exportações e criar um piso para os preços internos.
Juros elevados encarecem capital de giro e investimentos, especialmente em sistemas intensivos, como confinamento, suinocultura e avicultura.
Para 2026, a expectativa é de crescimento mais moderado do PIB, com inflação em desaceleração gradual e taxa Selic ainda em patamar elevado, o que reforça a necessidade de planejamento financeiro nas propriedades e nas agroindústrias . Custos e insumos: alívio parcial, mas com pontos de atenção Em 2025, a queda nos preços de milho e farelo de soja reduziu o custo das rações, beneficiando sobretudo aves, suínos e sistemas intensivos. Esse movimento contribuiu para margens positivas em várias cadeias. Por outro lado, fertilizantes, defensivos e diesel apresentaram alta em determinados períodos, elevando os custos de sistemas baseados em pastagens, silagem e feno. Para 2026, o Cepea projeta:
Boa disponibilidade de grãos, o que pode manter preços mais baixos do milho;
Volatilidade em fertilizantes e defensivos, influenciada por China, mercado internacional e câmbio;
Um ano eleitoral no Brasil, tradicionalmente associado a maior instabilidade cambial .
Pecuária brasileira de corte: preços firmes e exportações recordes A pecuária de corte manteve, em 2025, preços mais estáveis do que em anos anteriores, sustentados por:
Exportações recordes, que devem superar 3 milhões de toneladas;
Maior uso de contratos a termo, reduzindo a pressão no mercado spot;
Retenção de fêmeas no segundo semestre, diante da forte valorização do bezerro e do boi magro.
Para 2026, a expectativa é de consumo doméstico um pouco maior, exportações ainda aquecidas — especialmente enquanto o rebanho dos EUA não se recompõe — e possível ampliação do confinamento, limitada pela oferta de reposição e pelo custo dos grãos . Leite: excesso de oferta pressiona margens O mercado de leite viveu um 2025 desafiador. Após um início de ano mais favorável, o excesso de oferta interna e o avanço das importações derrubaram os preços ao produtor a partir do segundo trimestre.
A produção de leite cru atingiu recorde histórico, superando 37 bilhões de litros;
O preço médio real ao produtor caiu de forma significativa ao longo do ano;
As margens ficaram comprimidas, colocando o setor em “modo defensivo”.
Para 2026, o Cepea projeta crescimento mais moderado da produção, menor volatilidade de preços e custos de ração mais comportados, mas rentabilidade inferior à observada em 2024 e no início de 2025 . Suínos, aves e ovos: destaque positivo A suinocultura foi um dos grandes destaques de 2025, com preços firmes, baixa volatilidade e rentabilidade histórica, sustentadas pela expansão controlada da produção e pela diversificação de mercados externos. Mesmo com a redução das compras chinesas, países da Ásia e das Américas ganharam protagonismo.
Na avicultura, apesar dos desafios sanitários ligados à gripe aviária, o balanço do ano foi positivo. Exportações fortes e oferta ajustada sustentaram preços, mesmo após quedas pontuais durante períodos de restrições. O mercado de ovos registrou recorde de produção e exportações, com os Estados Unidos assumindo a liderança entre os destinos, impulsionados por problemas sanitários em seus próprios plantéis . Tilápia: pressão de preços e olhar atento ao mercado externo A cadeia da tilápia enfrentou um 2025 difícil, marcado por:
Queda real de preços ao produtor, superior a 12%;
Pressão da oferta elevada;
Desafios no mercado externo, incluindo sobretaxas e maior concorrência internacional.
Para 2026, o setor deve monitorar com atenção importações, consumo interno e política comercial, especialmente no primeiro semestre, tradicionalmente mais aquecido .
Perspectiva geral: eficiência será a palavra-chave para pecuária brasileira O panorama traçado pelo Cepea indica que a pecuária brasileira entra em 2026 com fundamentos sólidos, mas diante de um ambiente que exige disciplina financeira, gestão de custos e eficiência produtiva. O crescimento deve continuar, puxado pelas exportações e pela competitividade estrutural do setor, mas os ganhos não serão automáticos. Planejamento, tecnologia e leitura atenta do mercado serão decisivos para transformar um cenário de cautela em oportunidades reais para produtores e agroindústrias.
Por: Redação
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