Sempre imprevisível, fez um jogo de morde e assopra com o Brasil, ao oficializar, nessa quarta-feira (30/7), a tarifa de 50% sobre alguns dos produtos brasileiros vendidos aos Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que anunciou a retaliação econômica, o presidente norte-americano decidiu poupar 43% das exportações do Brasil, mas não isentou itens de dois importantes setores do agronegócio: café e carne.
Recuos
Donald Trump para os Estados Unidos.
Na prática, os 50% são a soma de uma alíquota de 10% anunciada em abril, com 40% adicionais anunciados no começo do mês e oficializados nessa quarta (30/7).
Apesar disso, o líder norte-americano deixou Entre eles, suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro.
Os produtos isentos serão afetados apenas com a taxa de 10%.
A previsão do governo norte-americano é de que o tarifaço entre em vigor no início de agosto.
Desde o último dia 9 de julho, governo e setores da economia nacional trabalhavam com a perspectiva de impactos negativos no Brasil com base na tarifa de 50%. As isenções de Trump, no entanto, provocaram uma quebra de expectativa positiva.
“Com essa mudança, nós vamos ter um impacto muito menor no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, porque foram produtos muito específicos, e de grande volume de exportação”, explica a especialista em investimentos e MBA em Finanças, Auditoria e Controladoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Adriana Ricci.
Ao todo, em setores que produzem petróleo, suco e polpa de laranja, minérios de ferro, aeronaves, castanhas, carvão.
Ao Metrópoles, analistas afirmam que a decisão de Trump pode afetar, em um primeiro momento, a expectativa do trabalhador brasileiro de ver os
“Muita gente estava esperando a queda do preço de alimentos no caso do tarifaço, por conta do aumento da oferta interna, uma vez que ficaria mais caro para exportar”, afirma a mestra em Economia pela Universidade de Brasília (UnB) Petra Duque. “O efeito para a população, nesse primeiro momento, vai ser sentida muito indiretamente. Quem vai sentir mesmo são os empresários”, diz ela.
Café e carne
Mesmo com os acenos positivos de Trump a setores do agronegócio brasileiro, produtores de já que os itens não foram incluídos na lista de isenções.
Atualmente, os EUA é o principal comprador do café brasileiro, e também mantém grande participação no setor de carne bovina, ainda que o número represente uma pequena fatia na balança comercial do país.
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No último ano, as exportações de café e carne bovina para os norte-americanos representaram, respectivamente, 16,8% e 8% de todas as vendas dos produtos por parte do Brasil.
Em cifras, as exportações de café brasileiro — sem levar em consideração derivados e o grão já torrado — atingiram a casa dos US$ 11,3 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Desse número, os EUA foi o principal cliente, gastando cerca de US$ 1,9 bilhão.
Já no setor de carne bovina, as exportações para os norte-americanas foram de US$ 944,8 milhões, dos cerca de US$ 11,7 bilhões em vendas totais.
Por isso, os cafeicultores e produtores de carne pressionam o governo federal e órgãos norte-americanos a negociarem. Isso, porque, caso a alíquota seja mantida, o prejuízo pode atingir não só o setor empresarial, mas também a população por

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2 de 5 Christopher Furlong/Getty Images
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3 de 5 Trump determinou sanções contra Alexandre de Moraes Arte Metrópoles / Gabriel Lucas
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4 de 5 Tarifaço ao Brasil: além dos Brics, o que mais pode ter motivado Trump Gabriel Lucas / Arte Metrópoles
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5 de 5 Presidente dos EUA, Donald Trump Kevin Dietsch/Getty Images
Campo político
As negociações sobre o tarifaço e a possível redução de alíquota em alguns produtos brasileiros passam, diretamente, por discussões que vão além do campo econômico. Ao anunciar a taxa, ainda no começo do mês,
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