• Sexta-feira, 1 de agosto de 2025

"Inconformismo me salvou", diz Tognozzi após diagnóstico de câncer

Médicos com os quais o articulista se consultou não conseguiam explicar a origem do fenômeno; jornalista insistiu em diferentes avaliações até fechar um diagnóstico.

Marcelo Tognozzi, 65 anos, consultor independente e articulista do Poder360, descobriu e tratou um câncer de garganta na amígdala esquerda nos últimos 6 meses.

A descoberta veio por acaso, quando Tognozzi passou a mão pela garganta ao se barbear e sentiu um “caroço” estranho.“Você tem que estar muito atento ao seu corpo. Se você conhece seu corpo, você tem uma relação de acompanhar. Isso é algo que você não prevê”, declarou.

Ele conta que, no dia seguinte, foi examinado por um médico de confiança que o acompanha há 25 anos. Apesar de não ser oncologista, o profissional recomendou que Tognozzi fizesse um exame de imagem.

Mas, mesmo depois do exame, Tognozzi continuou sem um diagnóstico fechado. Ele continuou a se consultar com outros especialistas, pois estava insatisfeito com a falta de uma resposta. “Se eu não tivesse ficado inconformado com o meu diagnóstico, eu não teria conseguido me salvar”, disse. “Meu inconformismo me salvou”, acrescentou.

Um dos médicos que atendeu Tognozzi foi seu amigo próximo, Bernardo Garicochea, oncologista renomado. Ele indicou um PET scan (Tomografia por Emissão de Pósitrons) oncológico –exame de imagem que investiga a presença de células cancerígenas a partir de reações a marcadores radioativos. Os resultados confirmaram o diagnóstico de câncer na garganta.

Garicochea teve um mal súbito e morreu poucos dias depois do exame de Tognozzi, o que o deixou aflito. Mas ele decidiu mudar-se de Brasília para São Paulo para fazer seu tratamento.

O jornalista lembra que seu cirurgião perguntou se os outros médicos que o consultaram tinham examinado sua garganta, e a resposta foi negativa. “Estava na cara de todo mundo e ninguém viu”, afirmou. “Então, não é só a prevenção, sabe? É a responsabilidade também das pessoas em querer descobrir o que você tem.”

Assista ao depoimento de Tognozzi (4min04):

Tognozzi também descobriu que a causa do seu câncer era por HPV, o que melhorava as chances de cura. “Meu médico disse que se fosse por causa de cigarro, charuto, tabaco, então, seria algo muito difícil de superar”, declarou. “Mas por HPV não, porque tinha 95% ou mais de chance de curar.

O consultor recomenda o diagnóstico precoce porque o tratamento é menos agressivo. “Se você descobre mais para frente, já deu uma metástase, já passou para outro lugar, enfim, já espalhou, aí o tratamento tá mais longo e muito pior”.

Seu processo de recuperação levou 6 meses. Ele passou por cirurgia para retirada do tumor e, depois, por sessões quimioterapia e radioterapia. Como o alvo era na garganta, Tognozzi sentiu dificuldades em se alimentar. Perdeu 20 kg com os procedimentos.

“Depois você vai superando as sequelas, mas são muitas. Até sua boca voltar ao normal, as glândulas salivares, a barba voltar a crescer, o cabelo voltar a crescer, é tudo difícil, demora”, afirmou.

Hoje, ele está bem e com os “exames zerados” após retirar as amígdalas. Precisará realizar exames de controle a cada 3 meses e ir espaçando as avaliações com o passar do tempo, como é de praxe para pacientes que se curaram do câncer. “Isso é uma coisa que vai ter que cuidar para sempre. Mas a minha vida voltou ao normal”.

Como parte da campanha de julho verde, que visa conscientizar a população sobre o câncer de cabeça e pescoço, Tognozzi postou um depoimento nas suas redes sociais nesta 3ª feira (29.jul) sobre seu diagnóstico e tratamento.

Por: Poder360

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