Búfalo da dinheiro? Conheça a raça Murrah e seu super potencial produtivoO Tesouro do Cerrado O pequi ( Caryocar brasiliense) é uma árvore típica do Cerrado brasileiro, famosa por seus frutos de casca esverdeada e polpa dourada. Seu nome científico revela sua essência: “Caryocar” faz referência ao formato semelhante ao de uma noz, enquanto “brasiliense” ressalta sua origem nacional. Com formato arredondado e tamanho que pode variar de 6 a 14 centímetros de diâmetro, o fruto tem um sabor marcante, ao mesmo tempo adocicado e levemente amargo, além de um aroma forte e característico que o torna inconfundível. Na culinária, o pequi é um ingrediente essencial em diversas receitas tradicionais, como o clássico arroz com pequi e o frango ensopado com o fruto. Sua versatilidade permite que seja transformado em óleos, conservas, farinhas e até doces e licores, ampliando suas possibilidades de consumo. Mas o pequi não se destaca apenas pelo sabor. Ele também é um poderoso aliado da saúde, rico em vitaminas A, C e E, que atuam como antioxidantes no organismo. Além disso, contém ácidos graxos benéficos, como o ácido oleico, que contribuem para a saúde cardiovascular. Mais do que um alimento, o pequi é parte do patrimônio cultural e ambiental do Cerrado, sendo fonte de renda para comunidades locais e um símbolo da biodiversidade brasileira.
Pequi: o precioso ouro do Cerrado que você precisa conhecer
Com um aroma inconfundível e um sabor marcante, o pequi não apenas dá identidade à gastronomia local, mas também movimenta a economia e contribui para a conservação do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil
Com um aroma inconfundível e um sabor marcante, o pequi não apenas dá identidade à gastronomia local, mas também movimenta a economia e contribui para a conservação do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil No coração do Cerrado brasileiro, um fruto pequeno em tamanho, mas gigante em significado, se destaca: o pequi. Mais do que um ingrediente típico da culinária regional, ele representa tradição, sustento e preservação ambiental para inúmeras famílias que dependem de sua colheita.
Com um aroma inconfundível e um sabor marcante, o pequi não apenas dá identidade à gastronomia local, mas também movimenta a economia e contribui para a conservação do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil. A regulamentação aprovada no início de 2025, conhecida como Lei do Pequi (Projeto de Lei 1970/2019), estabelece diretrizes para o cultivo, extração e comercialização sustentável do fruto e de outros produtos nativos da região. A nova legislação busca equilibrar o crescimento do setor com a necessidade de preservar a vegetação nativa, impedindo o desmatamento desenfreado e incentivando práticas que beneficiem tanto o meio ambiente quanto as comunidades envolvidas na produção.
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Foto: Divulgação
Cultivo do Pequizeiro Preparação do solo e escolha das mudas Para obter um pequizeiro saudável e produtivo, o primeiro passo é preparar adequadamente o solo e selecionar mudas de boa qualidade. Essa árvore se adapta bem às condições naturais do Cerrado, crescendo em solos pobres e ácidos, mas sua produtividade pode ser potencializada com práticas corretivas, como adubação e calagem.
Antes de iniciar o plantio, é recomendável fazer uma análise do solo para determinar quais nutrientes precisam ser ajustados. Quanto às mudas, é essencial optar por exemplares robustos, livres de doenças e com raízes bem desenvolvidas.
Plantio e irrigação O momento ideal para o plantio do pequizeiro é no início do período chuvoso, quando a umidade do solo favorece o enraizamento. O espaçamento entre as plantas pode variar de 6×6 metros a 8×8 metros, dependendo do sistema de cultivo adotado. Para um bom desenvolvimento radicular, as covas devem ter cerca de 50 cm de profundidade, largura e comprimento. Controle de pragas e doenças Mesmo sendo uma planta adaptada às condições do Cerrado, o pequizeiro pode ser atacado por pragas e doenças que afetam seu crescimento e a qualidade dos frutos. Dentre as pragas mais comuns estão a broca-do-fruto, a broca-do-tronco e formigas cortadeiras. No caso das doenças, as principais ameaças são a antracnose e a podridão-do-fruto.
A melhor forma de proteger a plantação é adotar práticas de manejo integrado. Isso inclui monitoramento regular, controle biológico, diversificação do plantio e práticas culturais como podas sanitárias e manejo correto da irrigação.
Colheita e conservação do Pequi A safra do pequi ocorre entre novembro e fevereiro, com a maturação dos frutos marcada pela sua queda natural ao solo. Para evitar danos, a colheita é feita manualmente, diretamente do chão, garantindo que a árvore não seja prejudicada no processo.
O armazenamento adequado é essencial para manter a qualidade do pequi. O ideal é acondicioná-los em caixas plásticas vazadas, permitindo uma boa circulação de ar e evitando umidade excessiva. Técnicas como congelamento da polpa ou produção de conservas são excelentes alternativas para prolongar a durabilidade. Tipos de Pequi
Foto: Divulgação No Brasil, as variações do pequi não se referem a espécies diferentes, mas sim a adaptações locais de uma mesma espécie. As duas principais variações que se destacam são:
1. Pequi de Fruto Pequeno (Pequi Miúdo) O pequi miúdo é encontrado em algumas regiões do Cerrado, especialmente em áreas de difícil acesso ou com solo mais pobre. Esse tipo de pequi é caracterizado pelo tamanho reduzido, com frutos menores, geralmente entre 6 a 10 centímetros de diâmetro. Embora a quantidade de polpa seja limitada, o sabor do pequi miúdo é intenso e o aroma continua sendo uma marca registrada da fruta.
A menor quantidade de polpa faz com que esse tipo de pequi seja mais procurado para a produção de óleo de pequi, conservas e outros produtos derivados, que aproveitam sua essência e sabor fortes. Seu uso na culinária tradicional é focado em pratos como conservas e licores.
2. Pequi de Fruto Grande (Pequi Graúdo) O pequi graúdo, por outro lado, é mais comum em áreas de cultivo intensivo ou em solos mais férteis do Cerrado. Esse tipo de pequi se destaca pelo tamanho maior, com frutos podendo alcançar até 14 centímetros de diâmetro. A maior quantidade de polpa torna o pequi graúdo mais desejado para consumo direto, especialmente em receitas tradicionais como arroz com pequi e frango com pequi.
Além disso, o pequi graúdo é bastante utilizado na produção de farinhas, doces e licores, além de ser uma excelente fonte de nutrientes. Sua polpa rica em vitaminas, como as vitaminas A, C e E, e ácidos graxos benéficos, como o ácido oleico, faz do pequi graúdo um alimento saudável e nutritivo.
Diferenças no uso Culinário e Econômico
Foto: Divulgação As variações no tamanho e na quantidade de polpa do pequi influenciam diretamente seu uso tanto na culinária quanto na economia local. Enquanto o pequi miúdo é amplamente utilizado para a extração de óleo e conservas, o pequi graúdo tem maior presença em pratos mais elaborados e na produção de produtos como farinhas e doces.
Em termos econômicos, a comercialização do pequi, seja in natura ou em suas diversas formas processadas, tem se mostrado uma importante fonte de renda para as comunidades do Cerrado. A extração do óleo de pequi, por exemplo, tem ganhado destaque no mercado de produtos naturais e cosméticos, enquanto a venda do fruto em natura, especialmente o pequi graúdo, é um atrativo para a gastronomia regional.
Oportunidades e Rentabilidade do Pequi para o Produtor Rural O pequi, fruto emblemático do Cerrado brasileiro, representa uma fonte significativa de oportunidades econômicas para os produtores rurais. Em 2023, Goiás destacou-se como o segundo maior produtor nacional, com uma produção de 3,7 mil toneladas, ficando atrás apenas de Minas Gerais, que registrou 39,6 mil toneladas.
Potencial Econômico e Mercado em Expansão A comercialização do pequi oferece diversas possibilidades, desde a venda do fruto in natura até a transformação em produtos de maior valor agregado, como conservas, óleos, farinhas e cosméticos. O mercado para esses derivados tem apresentado crescimento contínuo, impulsionado pela valorização da culinária regional e pelo interesse crescente por produtos naturais e sustentáveis.
O óleo de pequi tem ganhado destaque no mercado de produtos naturais, sendo utilizado tanto na culinária quanto em cosméticos, devido às suas propriedades nutritivas e hidratantes. Além disso, a casca e as folhas da árvore podem ser aproveitadas na produção de artesanato ou na extração de compostos para a indústria farmacêutica, ampliando as fontes de renda para os produtores.
Geração de Renda e Desenvolvimento Local O cultivo e a comercialização do pequi têm um impacto significativo na geração de renda e no desenvolvimento das comunidades rurais. Em 2024, o projeto Pró-Pequi, implementado em Minas Gerais, atendeu diretamente 4.800 produtores de agricultura familiar, fornecendo crédito e incentivos para o manejo sustentável do pequi.
A cadeia produtiva do pequi envolve não apenas os produtores, mas também coletores, processadores e comerciantes locais, criando um efeito multiplicador na economia regional. Além disso, o cultivo do pequi contribui para a preservação do Cerrado, incentivando práticas sustentáveis de manejo e valorização da biodiversidade local.
Com o apoio de políticas públicas e o crescimento contínuo do mercado, o pequi se consolida como uma fonte valiosa de renda e desenvolvimento para os produtores rurais e para o Cerrado brasileiro.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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Por: Redação