• Terça-feira, 17 de junho de 2025

Governador cobra países ricos por financiamento climático e diz que COP 30 deve ser um marco

O governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu na Febraban Tech que a COP30 seja um marco para ações concretas e financiamento climático e ambientais destinados ao Sul Global. Ele reforçou que preservar a Amazônia exige compromisso financeiro dos grandes emissores de carbono.

O governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu na Febraban Tech que a COP30 seja um marco para ações concretas e financiamento climático e ambientais destinados ao Sul Global. Ele reforçou que preservar a Amazônia exige compromisso financeiro dos grandes emissores de carbono. Durante a Febraban Tech 2025, evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos em São Paulo, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), voltou a defender com firmeza a necessidade de financiamento climático por parte dos países ricos como legado concreto da COP30. A conferência mundial do clima será realizada em novembro, em Belém (PA), e promete ser uma das mais relevantes da década para o futuro da Amazônia e das políticas ambientais globais. O Sul Global exige mais que discursos e financiamento climático Barbalho foi direto ao apontar a desigualdade nas responsabilidades ambientais. “O Norte Global quer imputar a nós apenas a responsabilidade da preservação das florestas e não quer pagar por isso”, criticou. Para ele, os países desenvolvidos devem compensar financeiramente os serviços ambientais prestados por nações em desenvolvimento, como o Brasil, especialmente por manterem grandes áreas de floresta tropical em pé.
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    Segundo o governador, o maior desafio da agenda ambiental está no desequilíbrio entre a preservação e o desenvolvimento social e econômico das populações locais. “ Se não tiver financiamento climático e empregos verdes para a população, vamos viver um conflito entre a agenda ambiental e a social. Só vamos vencer essa jornada quando a floresta viva valer mais do que a floresta morta.” window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});
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  • Legado da COP30: ação, não promessa Barbalho reforçou que a COP30 precisa ir além de discursos e assinaturas simbólicas. “Esta deve ser a COP da implementação, com menos discurso e mais ação das maiores potências”, pontuou. Ele considera que o financiamento climático global — com valor projetado de pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, conforme compromisso assumido na COP29 — deve começar a sair do papel a partir de Belém.Além do legado global, o governador também destacou o impacto direto para a capital paraense: dezenas de obras de mobilidade e saneamento estão previstas para transformar a cidade em preparação para o evento internacional. Mas ele criticou o preconceito velado de setores do Sudeste com a realização da conferência na Amazônia. “Quando abro os jornais aqui em São Paulo, todo dia estão falando que Belém não tem saneamento. Eu pergunto, o bairro do Paraisópolis está 100% saneado? Este é um problema de todas as regiões do Brasil e da América Latina”, afirmou. “Quem acha que, por sermos da Amazônia, vamos fazer feio, vai quebrar a cara. Vamos fazer bonito, do nosso jeito, com a humildade dos povos da floresta”, completou com firmeza Amazônia não é só floresta: é gente, é cidade Durante o mesmo painel, Luiz Lessa, presidente do Banco da Amazônia, chamou atenção para a realidade urbana da região. Cerca de 70% da população amazônica vive em cidades, com desafios que vão além da preservação ambiental. “Temos problemas de mobilidade, saneamento e transporte que precisam entrar na pauta da COP30”, destacou. Ele defendeu também que as políticas climáticas devem contemplar os modos de vida de povos tradicionais, como ribeirinhos e quilombolas, mas sem ignorar que essas populações precisam de acesso à internet, energia elétrica e inclusão econômica. “ Precisamos tratar da transição energética, levar uma matriz limpa para a região.” Meio ambiente é urgência, não romantismo Encerrando sua fala, Barbalho alertou para o agravamento das mudanças climáticas, que já afetam todo o país. Ele citou as enchentes históricas no Rio Grande do Sul em 2024 e as queimadas no Pantanal como alertas de um colapso climático iminente. “Cuidar do meio ambiente não é romantismo. O que acontece na Amazônia repercute no clima aqui em São Paulo, com chuvas, calor, seca. O meio ambiente está batendo na nossa porta”, concluiu. Com a COP30 batendo à porta, Belém se prepara para ser o centro das decisões globais sobre o futuro climático. Mas o recado dado por Helder Barbalho é claro: sem justiça climática, não há floresta em pé. E sem floresta, não há equilíbrio possível.
    Por: Redação

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