• Terça-feira, 17 de junho de 2025

Cientistas criam nanopartículas e avançam no tratamento do HIV

Pesquisadores desenvolveram um método com nanopartículas de RNA mensageiro que pode representar um aprimoramento do HIV.

Pesquisadores australianos desenvolveram um método experimental inovador com nanopartículas de RNA mensageiro que pode representar um aprimoramento no tratamento do vírus HIV. A técnica consegue ativar o vírus quando ele está “adormecido” no organismo e torna-o detectável pelo sistema imunológico. O estudo foi publicado na revista científica Nature Communications em 29 de maio. Eis a íntegra (PDF – 2 MB, em inglês).

A descoberta oferece uma nova estratégia para enfrentar um dos maiores desafios no combate ao HIV: eliminar o vírus que permanece escondido nas células mesmo durante o tratamento. Atualmente, cerca de 40 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo.

O HIV tem a capacidade de se esconder em células do sistema imunológico chamadas T CD4+ –justamente as células que deveriam combatê-lo. Quando o vírus entra nesse estado “adormecido”, fica inativo e invisível aos medicamentos e ao sistema de defesa do corpo.

As nanopartículas desenvolvidas pelos cientistas carregam RNA mensageiro que, uma vez dentro das células infectadas, produz proteínas capazes de “acordar” o vírus adormecido. Com o HIV ativo novamente, o sistema imunológico consegue identificá-lo e atacá-lo.

Os testes foram realizados apenas em laboratório, com células isoladas e amostras de sangue de pacientes. Os próximos passos incluem experimentos em animais para verificar a segurança e eficácia do método antes de qualquer teste em humanos.

“Ainda não sabemos se essa abordagem será eficaz e segura em pessoas”, dizem os pesquisadores. Os ensaios clínicos, se aprovados, podem levar anos para serem concluídos.

Os medicamentos antirretrovirais disponíveis hoje são altamente eficazes para controlar o HIV. Eles conseguem reduzir a carga viral a níveis indetectáveis, impedem a evolução para Aids e praticamente eliminam o risco de transmissão. No entanto, não conseguem eliminar completamente o vírus do organismo.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente tanto o tratamento quanto estratégias de prevenção, como a profilaxia pré-exposição (PrEP) para pessoas com maior risco de infecção.

Paralelamente, cientistas também desenvolveram o lenacapavir, um medicamento preventivo que precisa ser aplicado apenas a cada 6 meses, diferente dos comprimidos diários atuais. Estudos clínicos com mais de 3.000 participantes mostraram resultados animadores: o grupo que recebeu lenacapavir apresentou nível de infecção de apenas 0,10 pessoas a cada 100 por ano, comparado a 0,93 pessoas no grupo que usou a combinação tradicional de medicamentos.

Por: Poder360

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