Sorgo granífero traz segurança para segunda safra no Mato Grosso do Sul
“Há uma demanda crescente de sorgo para produção de etanol. Com a chegada da indústria e do mercado, esta é mais uma oportunidade para fomentar a cultura”.
“Há uma demanda crescente de sorgo para produção de etanol. Com a chegada da indústria e do mercado, esta é mais uma oportunidade para fomentar a cultura”. As oportunidades, desafios e usos do sorgo granífero para a composição do sistema de produção no Mato Grosso do Sul foram assuntos do 1º Dia de Campo do Sorgo na Fazenda Pontinha, em Bandeirantes, Mato Grosso do Sul. O evento foi promovido pela Embrapa e a Inpasa Brasil, em parceria com a MS Integração Consultoria agropecuária. Na fazenda foram instaladas áreas demonstrativas com a cultura do sorgo como parte das ações do acordo de cooperação técnica da Embrapa e Inpasa no projeto “Transferência de tecnologia para o desenvolvimento sustentável da produção de sorgo nas regiões de Balsas/MA e Sidrolândia/MS, visando a produção de etanol e seus coprodutos”.
Por que o ovo é o padrão ouro da proteína para atletas e quem quer perder pesoFrederico Botelho, engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo e coordenador do projeto, iniciou as apresentações, acompanhado do gerente comercial da Inpasa, Rui Farias. Botelho destacou os principais usos do sorgo granífero, como a produção de grãos e de etanol. “Há uma demanda crescente de sorgo para produção de etanol. Com a chegada da indústria e do mercado, esta é mais uma oportunidade para fomentar a cultura”, disse. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});“Somos três empresas empenhadas em fomentar a cultura do sorgo e torná-la viável” na região”, comentou Ricardo Barros, diretor de pesquisa da MS Integração. “Para o produtor é mais uma opção de grãos para a segunda safra. Nesta região, o milho e a pastagem são mais comuns na safrinha. O sorgo pode ocupar áreas que não tem aptidão para o milho e que ficariam ociosas, ou com coberturas de inverno que não geram receita, nesse sentido a indústria de etanol, via demanda que ela vai gerar, irá favorecer o mercado de sorgo e a sua rentabilidade”, disse Barros. Manejo do sorgo Entre as principais características do sorgo, citadas por Botelho, estão “a maior estabilidade de produção, menor exigência hídrica e maior tolerância a veranicos prolongados. O sorgo é uma cultura rústica, mas responde em produtividade aos investimentos, tem um sistema radicular mais eficiente, produz uma palhada de qualidade para Sistema Plantio Direto e tem bom aproveitamento de rebrota. Quanto as pragas e doenças, um ponto de destaque é que o sorgo não desenvolve o complexo de enfezamento, causado pela cigarrinha do milho. Além disso, algumas cultivares apresentam baixo fator de reprodução para algumas espécies de nematoides”. Botelho mencionou que “o sorgo traz segurança para a segunda safra, mas deve-se atentar para a janela ideal de plantio. E o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) é uma ferramenta fundamental para subsidiar o produtor”. A principal aplicação do Zarc é auxiliar produtores rurais e agentes do agronegócio na gestão de riscos e no planejamento da produção agrícola, através da definição das épocas adequadas de plantio para cada local”, disse Botelho. Vaja, no quadro, as recomendações para a Segunda Safra Sequeiro na região de Bandeirantes, Mato Grosso do Sul. O aplicativo Zarc Plantio Certo está disponível no link https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/13109/zarc-plantio-certo-web
Manejo de pragas A pesquisadora Simone Mendes, da Embrapa Milho e Sorgo, abordou “Manejo de pragas na cultura do sorgo”. As pragas mais encontradas nas lavouras de sorgo são a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e o pulgão Melanaphis sorghi. “No cultivo depois da soja o percevejo barriga verde (Dicerus melacanthus) também pode ser um problema. A lagarta-do-cartucho é uma das pragas principais das lavouras brasileiras, porque ataca inúmeras culturas. A infestação dela na cultura do sorgo pode ocorrer desde a germinação das plantas até a colheita”, explicou Mendes. “Geralmente, o sorgo é cultivado na segunda safra, após a soja. Pragas remanescentes podem ser encontradas nos restos culturais ou sob a palhada. Essas pragas podem migrar para a nova lavoura e causar muitos prejuízos. “Geralmente, o sorgo é cultivado na segunda safra, após a soja. Pragas remanescentes podem ser encontradas nos restos culturais ou sob a palhada. Essas pragas podem migrar para a nova lavoura e causar muitos prejuízos. “Por isso, desde o início do cultivo é preciso ficar atento e monitorar o aparecimento das pragas iniciais para não perder o estande, número de plantas, e para garantir um bom estabelecimento da lavoura. Depois dessa fase inicial, no estágio vegetativo da lavoura, fique atento e monitore para detectar a presença da lagarta-do-cartucho e dos pulgões. Fazer o controle dessas duas pragas no momento certo vai garantir a eficiência e o sucesso do manejo”, orientou Simone.
“O manejo da lagarta foi um desafio nesta segunda safra, mas temos boas opções de produtos para o controle de pragas. Ficar atento é a chave do sucesso”, frisou novamente a pesquisadora. Fazenda Pontinha Participaram do Dia de Campo produtores rurais, representantes de empresas, profissionais do agronegócio e estudantes. Carlos Almeidinha, sócio proprietário da fazenda Pontinha disse que o sorgo não era muito difundido na região de Bandeirantes. “Fomentar essa cultura é muito importante para todos os produtores”, comentou Almeidinha. Ele disse que a seu modo de ver, existe uma diferença muito grande na segunda safra nas regiões Norte e Sul de Campo Grande. “No Sul, as chuvas no inverno são mais consistentes. Por isso que as regiões de Sidrolândia, Maracaju e Dourados, no Sul do estado, têm um potencial produtivo de safrinha muito maior do que o nosso. O que acontece com isso? Com o sorgo, por ser um produto mais resistente e menos sensível à falta de chuva, conseguimos fazer uma produção mais adequada na nossa região. Quando as chuvas no período do inverno, safrinha, estão frequentes, se produz tão bem tanto o sorgo como o milho. Mas, quando ocorre estresse hídrico a produção do sorgo começa a ser mais interessante que a do milho.
Como possuímos um processo de ILP e confinamento, plantamos uma área de milho no verão, para termos uma garantia maior de produção. E, na safrinha, fazemos nosso estoque regulador para poder manter as fazendas em termos de suprimentos. Nosso porto seguro é equilibrar a produção, para ter milho no verão e, no inverno, produzir milho e sorgo”, explicou Almeidinha. Como possuímos um processo de ILP e confinamento, plantamos uma área de milho no verão, para termos uma garantia maior de produção. E, na safrinha, fazemos nosso estoque regulador para poder manter as fazendas em termos de suprimentos. Nosso porto seguro é equilibrar a produção, para ter milho no verão e, no inverno, produzir milho e sorgo”, explicou Almeidinha. O engenheiro agrônomo, Robson Alves Ribeiro, da MS Integração, é responsável pela área demonstrativa na Fazenda Pontinha. “Os híbridos estão sendo avaliados em duas épocas de semeadura. É um detalhe importante para o posicionamento dos híbridos e para as recomendações para as áreas de cultivo dessa microrregião de Bandeirantes”, disse Ribeiro. Na fazenda, ele conta com o apoio do técnico Eliab Wurth, da estação de pesquisa da região de Bandeirantes. A sede da MS Integração fica em Maracaju e conta com mais 15 profissionais em seu setor de pesquisa.
Produção de sorgo Urubatan Klink, gerente comercial da América do Sul da empresa Innovative Seed Solutions, participou do Dia de Campo e considerou que o projeto trará benefícios para a indústria e para o agricultor. “Este é um trabalho bem bacana. O Dia de Campo, além de mostrar os benefícios da cultura do sorgo, abordou a interação do produtor com o mercado e com a indústria. Então, considero que todas as empresas de sementes brasileiras deveriam estar juntas nessa empreitada, formando um grupo de trabalho”, pontuou Klink. Klink destacou que o sorgo não é uma espécie de baixo rendimento e que existe a janela ideal para ser usado. “Nesse evento, ficou bem claro os níveis de qualidade em que estão chegando as indústrias de sementes brasileiras e que temos bons produtos para entregar, produtos comerciais para agricultor. Isso para mim é muito importante. Pois o agricultor não está buscando alternativas para plantar. Ele está buscando opções para plantar no melhor momento, na janela ideal. Por representar uma empresa que hoje tem uma participação muito importante no mercado brasileiro, temos sempre que visitar as regiões, escutar o cliente, ouvi-lo e ver como está evoluindo. Temos que estar atentos ao que está acontecendo no mercado e ver o que podemos fazer diferente”, disse Klink. Para Raphael Moura, representante comercial da Priorize Sementes, o Dia de Campo do Sorgo foi importante para promover o fomento da cultura no Mato Grosso do Sul. “Essa iniciativa mostra a viabilidade do sorgo e que temos esse nicho de comércio para a produção de Etanol e DDGS”. Raphael, que também trabalha com sementes de milheto, nota que “tem uma crescente demanda do consumo dos grãos de sorgo e de milheto em granjas de frango”. Jair Bossa, gerente da LGGL Agropecuária e da Fazenda Cedro, de Campo Grande, contou que na fazenda tem áreas dedicadas à soja, à braquiária, ao consórcio de milheto com braquiária e à cria, recria e engorda de bovinos, em sistemas integrados de produção. “Hoje, percebi que há viabilidade de usar o sorgo na segunda safra. E um outro fator interessante, que é fazer o consórcio do sorgo com a braquiária”, disse Bossa. Edisson Massotti tem uma fazenda em Bandeirantes com lavouras de soja e de milho segunda safra. “Eu vim ao Dia de Campo para conhecer mais sobre o sorgo e a sua viabilidade econômica. É uma opção para a safrinha, pois nossos principais desafios são os períodos de estiagem e os custos”, comentou Massoti. Fonte: Embrapa VEJA TAMBÉM: