O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu nesta 3ª feira (14.out.2025) que o Brasil tem segurança energética e descartou a retomada do horário de verão neste ano. A declaração foi feita em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, do CanalGov.
Apesar da fala do ministro, nesta 3ª feira (14.out) ocorreu um apagão em ao menos 16 Estados brasileiros e no Distrito Federal, depois de um incêndio em um reator na subestação de Bateias, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná.
“Nós estamos completamente seguros que nós não precisamos do horário de verão este ano”, declarou. “Nós teríamos a coragem de implementar, caso necessário”, acrescentou.
Segundo Silveira, o comitê de monitoramento do setor elétrico discute mensalmente o tema e analisa os dados dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
“Graças ao planejamento e ao índice pluvial dos últimos anos, estamos em condição de segurança energética completa e absoluta para este ano”, disse.
O horário de verão não é adotado no Brasil desde 2019, 1º ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi criada em 1931, no governo de Getúlio Vargas (1882-1954). Voltou de forma perene em 1985, na gestão José Sarney, depois de ficar anos sem ser adotado.
Em setembro de 2024, o ministro chegou a dizer que, caso a situação da seca no país se agravasse, havia possibilidade de retomada do horário de verão. A medida, no entanto, foi descartada posteriormente no mês seguinte.
Sobre o apagão, o ministro disse que foi um “episódio pontual” e não se deu por falta de energia. “Foi um episódio pontual, que o ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico] deu pronta resposta graças ao moderno sistema do nosso operador nacional […] Não é falta de energia, é um problema na infraestrutura que transmite a energia”, afirmou.
O ONS informou preliminarmente que a causa provável da interrupção seria um incêndio na subestação Bateias, localizada no Paraná.
Além do Distrito Federal, foram registradas falhas em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Minas Gerais, Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Norte, Maranhão, Paraíba, Sergipe e Rondônia.
A causa do incêndio é investigada e o operador vai elaborar um Relatório de Análise da Perturbação até 6ª feira (17.out), com os detalhes técnicos do apagão e medidas preventivas para evitar novas ocorrências.
Segundo o ONS, o incêndio afetou os 4 subsistemas do país –Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte, segundo o ONS. O incêndio começou por volta das 0h32, levando ao desligamento completo da subestação de 500 kV (quilovolts) e à interrupção da interligação entre o Sul e o Sudeste/Centro-Oeste. No momento da falha, a região Sul exportava cerca de 5.000 MW (megawatt) para o Sudeste e o Centro-Oeste, o que ampliou os impactos sobre o fornecimento de energia.
De acordo com o ONS, as perdas de carga foram distribuídas da seguinte forma:
Leia a íntegra da nota do ONS:
“Às 00h32min ocorreu perturbação de grande porte no Sistema Interligado Nacional, com desligamento de cerca de 10.000 MW de cargas, de forma controlada (por atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga – ERAC).
“A ocorrência teve início em incêndio em reator na Subestação de Bateias (Paraná) que desligou toda a subestação de 500 kV, desinterligando as regiões Sul e Sudeste/Centro – Oeste, ocasionando contingência severa.
“O retorno dos equipamentos e a recomposição das cargas se deu de maneira controlada, logo nos primeiros minutos, sendo que até 1h30min todas as cargas das Regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro – Oeste foram restabelecidas. As cargas da Região sul foram recompostas totalmente por volta de 2h30min.
“O tempo de recomposição total foi inferior às ocorrências deste porte já ocorridas no SIN.
“Está programada para hoje reunião preliminar com os principais agentes envolvidos para identificar as causas e o ONS deverá realizar reunião preliminar de Análise da Perturbação para início de elaboração do Relatório de Análise da Perturbação – RAP até sexta-feira, 17/10.”
Leia mais: