• Quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Trump reclama que China não compra soja dos EUA e promete retaliação

Donald Trump acusa a China de “ato hostil” e anuncia medidas contra importações de óleo e outros produtos chineses

O presidente dos Estados Unidos, , voltou a criticar a , nesta terça-feira (14/10), por não comprar soja norte-americana, e alegou que a postura de Pequim prejudica agricultores do país. Em publicação na rede social Truth Social, Trump afirmou que o governo considera tomar medidas de retaliação, como relacionados a compra de óleo de cozinha e outros produtos comerciais. “Acredito que a China, propositalmente, não comprar nossa soja, causando dificuldades aos nossos produtores de soja, é um ato economicamente hostil. Estamos considerando encerrar negócios com a China relacionados a óleo de cozinha e outros elementos do comércio, como retaliação. Por exemplo, podemos facilmente produzir óleo de cozinha nós mesmos, sem precisar comprá-lo da China”, escreveu Trump. Leia também Críticas e alerta a aliados Mais cedo, durante encontro com o presidente argentino, Javier Milei, Trump afirmou que a China gosta de “tirar vantagem dos outros países”, especialmente dos EUA. O republicano também alfinetou  “Vocês podem cooperar comercialmente, mas não devem fazer mais nada. E certamente não devem se envolver em questões militares com a China. Eu ficaria muito chateado com isso”. A revolta de Trump sobre a soja não é recente. Há pelo menos duas semanas, o republicano já havia criticado Pequim por reduzir drasticamente as importações do grão e prometeu apoio financeiro aos produtores norte-americanos. Ele também responsabilizou o governo Biden pelo descumprimento de acordos anteriores que previam bilhões de dólares em compras de produtos agrícolas. Crise da soja e impacto nos EUA A China comprou mais de US$ 12 bilhões em soja dos EUA em 2024. No entanto, em setembro de 2025, zerou as importações, condicionando o retorno ao fim das “taxas irracionais” impostas pelos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, produtores enfrentam risco de falência e prejuízos bilionários, já que até 60% da produção de soja de alguns estados tem como destino o país asiático. Além disso, agricultores lidam com falta de armazéns, escassez de mão de obra e inflação alta, impulsionada pelas tarifas. Trump anunciou que os recursos arrecadados com tarifas serão usados para criar um fundo de auxílio emergencial aos agricultores. “Vamos pegar parte desse dinheiro das tarifas que arrecadamos e repassar aos nossos fazendeiros até que as tarifas passem a beneficiá-los”, afirmou. 4 imagens Donald Trump e Xi JinpingDonald Trump e Xi JinpingDonald Trump e Xi JinpingFechar modal. 1 de 4 Donald Trump e Xi Jinping Thomas Peter-Pool/Getty Images 2 de 4 Donald Trump e Xi Jinping Thomas Peter-Pool/Getty Images 3 de 4 Donald Trump e Xi Jinping Thomas Peter-Pool/Getty Images 4 de 4 Donald Trump e Xi Jinping Thomas Peter-Pool/Getty Images Brasil ganha espaço Enquanto a soja norte-americana perde espaço, o Brasil se tornou o principal fornecedor do grão para a China. Entre janeiro e agosto de 2025, Pequim importou 5,8 milhões de toneladas de soja dos EUA, contra 26,5 milhões no mesmo período do ano passado, queda de quase 80%. No mesmo período, o Brasil exportou mais de 77 milhões de toneladas para a China. A Argentina também aumentou as vendas após suspender temporariamente impostos sobre exportações. Segundo levantamento da American Farm Bureau Federation, a retração não é pontual e faz parte de uma política chinesa de diversificação de fornecedores implementada desde 2018, no primeiro governo de Donald Trump. Desde então, o país asiático deixou de dar prioridade aos agricultores norte-americanos.
Por: Metrópoles

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