O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, afirmou nesta 3ª feira (14.out.2025) que o apagão que atingiu todas as regiões do Brasil na madrugada foi causado por uma falha em um reator da subestação de Bateias, no Paraná. Segundo ele, o problema não ficou restrito ao equipamento e se espalhou pelo sistema de transmissão, o que teria causado o blecaute.
“Enquanto há eventos dessa magnitude, a gente tem que olhar a sua causa e consequência juntos. Ou seja, você teve um problema localizado em um equipamento. O que se espera do sistema de transmissão? Que esse equipamento seja isolado. […] Neste caso, o que a gente teve foi uma propagação desse defeito”, afirmou em conversa com jornalistas.
O diretor explicou que a Aneel vai apurar se o reator recebeu manutenção adequada e se o sistema de isolamento e proteção funcionou como deveria.
“Nós vamos ter que avaliar, primeiro, a causa do equipamento, aparentemente a explosão do equipamento. Vamos ter que investigar se o equipamento recebeu manutenção adequadamente e tudo mais”, adiantou.
Feitosa afirmou que o processo de recomposição da energia foi rápido porque o incidente não danificou muitos equipamentos. “O que tivemos foi um problema em um equipamento e desligamentos em série. Depois, o operador retornou com essas instalações”, declarou.
Técnicos da Aneel foram enviados a Curitiba e ao Centro de Operações do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), em Santa Catarina, para acompanhar as investigações. O relatório técnico com as causas do apagão será produzido pelo ONS com participação da Aneel.
Feitosa também disse que as empresas envolvidas poderão ser responsabilizadas caso sejam identificadas falhas de manutenção ou de proteção.
“Se a Aneel identificar que o defeito originado decorreu de falha de manutenção, a empresa vai apresentar suas justificativas e nós vamos analisá-las”, afirmou.
O apagão da madrugada desta 3ª feira (14.out) foi provocado por um incêndio em um reator de 500 kV (quilovolts) na subestação de Bateias, em Campo Largo (PR). O incidente interrompeu cerca de 10.000 MW (megawatts) de carga e afetou as 5 regiões do país. A energia foi totalmente restabelecida em até 2h30min.
O ONS e o Ministério de Minas e Energia informaram que o caso será analisado em reunião com os “principais agentes envolvidos” e que o relatório final, chamado RAP (Relatório de Análise da Perturbação), será concluído até 6ª feira (17.out).
