O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fez novas exigências à Petrobras no processo de licenciamento ambiental para a perfuração do bloco FZA-M-59, na região da chamada Margem Equatorial.
Em parecer técnico publicado nesta 3ª feira (14.out.2025), o órgão pediu novos detalhamentos sobre os planos de emergência e de proteção da fauna apresentados pela estatal.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a estatal enfrenta dificuldades logísticas para manter a embarcação disponível.
“Essa sonda é rara, uma das poucas de última geração que existem no mundo. Então é uma sonda altamente demandada”, disse a executiva a jornalistas em evento na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.
Ela disse que o afretamento da sonda custa cerca de R$ 4,2 milhões por dia, incluindo a diária da embarcação e custos de operação.
A estatal tem até 21 de outubro para iniciar a perfuração do poço. Caso a atividade comece até essa data, será possível estender o uso da sonda contratada. Se não houver início da operação, a embarcação poderá ser enviada para outro projeto, conforme os contratos da empresa Foresea, responsável pela operação.
Segundo o documento do Ibama, os pedidos adicionais são necessários “para complementar o plano da companhia, mesmo após a APO (avaliação pré-operacional)” –etapa em que os procedimentos de segurança e resposta a incidentes são testados na prática.
A Petrobras afirmou, em nota oficial, que “irá atender a todos os questionamentos do Instituto, conforme vem fazendo desde o início do processo e em completo respeito às exigências do licenciamento ambiental”.
Uma reunião entre a Petrobras e o Ibama foi agendada para 5ª feira (16.out.2025) para discutir os novos pontos levantados pelo órgão ambiental. Chambriard disse esperar uma solução imediata. “Eu espero que nessa reunião esteja tudo resolvido. A sonda está na locação e a broca apontada na direção do poço”.
A perfuração na Margem Equatorial é considerada estratégica pela Petrobras, pois pode revelar novas reservas de petróleo semelhantes às do pré-sal. No entanto, o projeto enfrenta resistência de ambientalistas, que apontam riscos à biodiversidade da região da Foz do Amazonas.