• Sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Intoxicação por metanol: mapa mostra casos e mortes por Estado

São Paulo registrou uma morte e 11 diagnósticos confirmados; Ministério da Saúde pede para população evitar destilados.

O Brasil tem 11 casos confirmados e 102 suspeitos de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica quando consumida por humanos. Uma morte foi confirmada e outras 11 estão em investigação. Os dados são do Ministério da Saúde e foram divulgados nesta 6ª feira (3.out.2025).

A principal suspeita é que essas pessoas tenham consumido bebidas alcoólicas adulteradas. O governo recomenda que todos evitem por ora o consumo de destilados, principalmente os incolores, como cachaça e vodka.

Abaixo, mapa mostra a situação nos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal:

O epicentro das intoxicações é São Paulo, com todos os 11 casos confirmados no Brasil, 90 suspeitos, uma morte confirmada e outras 8 em investigação. Pernambuco tem 6 diagnósticos suspeitos. A Bahia e o Distrito Federal, 2 cada uma. Mato Grosso do Sul e Paraná, 1 cada uma.

Em 21 unidades da Federação, não há casos nem mortes confirmadas ou suspeitas até agora. Leia os números por município:

Os dados citados acima foram compilados pelo governo e podem diferir dos balanços das secretarias estaduais, a depender do horário de envio dos dados de cada Estado. Um balanço será divulgado todo dia às 17h.

O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. No passado, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras. Hoje, é produzido em escala industrial, sobretudo a partir do gás natural.

O líquido é usado como matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, por meio da transesterificação.

A ingestão de 4 ml a 10 ml de metanol pode causar danos irreversíveis, como a cegueira, segundo o CFQ (Conselho Federal de Química). O conselho alerta que pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima que 30 ml de metanol puro podem ser letais.

O perigo maior da ingestão de metanol aparece nos efeitos tardios, afirma o Conselho Federal de Química. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica —um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem:

De acordo com a Abno (Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia), o diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica do paciente e por exames de sangue e de imagem.

Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induza o vômito e encaminhe a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves.

O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.

Segundo o Conselho Federal de Química, o problema surge quando o metanol é usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas.

A ingestão, inalação ou contato prolongado com o metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.

Para evitar intoxicações, recomenda-se:

A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas feitas por profissionais da química são essenciais para prevenir tragédias. Eles têm o papel de identificar contaminantes, assegurar a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.​

Por: Poder360

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