A SES-DF (Secretaria de Saúde do Distrito Federal) confirmou nesta 6ª feira (3.out.2025) o 2° caso de intoxicação por metanol em Brasília. O homem, de 47 anos, deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Brazlândia e depois foi transferido para o Hospital Regional de Santa Maria.
O 1° caso do DF foi o do cantor Hungria, de 34 anos, internado no hospital DF Star desde 5ª feira (2.out) com sintomas de intoxicação por metanol. Em comunicado divulgado no Instagram, a equipe do artista informou que ele apresentou sinais depois da ingestão de bebida que teria sido adulterada, em situação semelhante aos casos registrados recentemente em São Paulo. Leia a íntegra do boletim (PDF – 121 kB).
Ainda nesta 6ª feira (3.out), a equipe do cantor informou que ele apresentou uma “evolução positiva em seu quadro clínico”.
Os relatos de pessoas intoxicadas por metanol se iniciaram em agosto, em São Paulo. No boletim da tarde de 5ª feira (2.out), o Ministério da Saúde afirmou que há 59 casos sob suspeita no país. De acordo com o órgão, há 12 casos confirmados.
Uma morte por metanol já foi confirmada em São Paulo. Outras 7 estão em análise: 2 em Pernambuco; 3 na cidade de São Paulo; e 2 em São Bernardo do Campo (SP).
O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. No passado, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras. Hoje, é produzido em escala industrial, sobretudo a partir do gás natural.
O líquido é usado como matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, por meio da transesterificação.
A ingestão de 4 ml a 10 ml de metanol pode causar danos irreversíveis, como a cegueira, segundo o CFQ (Conselho Federal de Química). O conselho alerta que pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima que 30 ml de metanol puro podem ser letais.
O perigo maior da ingestão de metanol aparece nos efeitos tardios, afirma o Conselho Federal de Química. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica —um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem: