• Sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Paraná investiga caso suspeito de intoxicação por metanol

Homem de 60 anos está internado em estado grave em Curitiba depois do consumo de bebida destilada.

A Sesa-PR (Secretaria de Estado da Saúde do Paraná) informou nesta 6ª feira (3.out.2025) que investiga o 1º caso suspeito de intoxicação por metanol no Estado. O paciente, um homem de 60 anos, morador de Curitiba, está internado em estado grave em um hospital da capital.

O homem foi hospitalizado na 4ª feira (1º.out) depois sofrer um atropelamento. Durante o atendimento, o homem relatou ter consumido bebida alcoólica destilada. Seu quadro clínico se agravou durante a internação, apresentando sintomas compatíveis com intoxicação por metanol.

Segundo a Sesa, os médicos iniciaram a investigação ao observar a piora do paciente. Ele permanece inconsciente e em estado grave, enquanto exames laboratoriais buscam confirmar ou descartar a suspeita. A origem da possível contaminação não foi identificada.

Leia a íntegra da nota da Sesa:

“A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) notificou o Ministério da Saúde nesta sexta-feira (3) sobre o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol no Estado, após ingestão de bebida alcoólica.

“O paciente é um homem de 60 anos, morador de Curitiba, que deu entrada em um hospital da Capital na quarta-feira (1º), após sofrer um atropelamento e relatar consumo de bebida alcoólica destilada.

“Durante a internação, o quadro clínico apresentou agravamento, com sintomas compatíveis com intoxicação por metanol. Atualmente, o paciente permanece inconsciente e em estado grave.

“A Sesa, em conjunto com a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, acompanha a evolução clínica e aguarda o resultado dos exames laboratoriais para confirmação ou descarte da suspeita.

“Em casos de suspeitas de intoxicação, os serviços de saúde públicos ou privados devem notificar imediatamente o Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná (CIATox) para orientação e conduta adequada.

“Se houver ingestão de bebidas alcoólicas e sintomas de intoxicação por metanol, a orientação é buscar imediatamente uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou um hospital, para que sejam realizadas as intervenções necessárias.”

O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. No passado, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras. Hoje, é produzido em escala industrial, sobretudo a partir do gás natural.

O líquido é usado como matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, por meio da transesterificação.

A ingestão de 4 mL a 10 mL de metanol pode causar danos irreversíveis, como a cegueira, segundo o CFQ (Conselho Federal de Química). O conselho alerta que pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima que 30 mL de metanol puro podem ser letais.

O perigo maior da ingestão de metanol aparece nos efeitos tardios, afirma o Conselho Federal de Química. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica —um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem:

De acordo com a Abno (Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia), o diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica do paciente e por exames de sangue e de imagem.

Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induza o vômito e encaminhe a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves.

O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.

Segundo o Conselho Federal de Química, o problema surge quando o metanol é usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas.

A ingestão, inalação ou contato prolongado com o metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.

Para evitar intoxicações, recomenda-se:

A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas feitas por profissionais da química são essenciais para prevenir tragédias. Eles têm o papel de identificar contaminantes, garantir a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.

Por: Poder360

Artigos Relacionados: