• Sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Hamas responde plano de Trump e diz estar pronto para libertar reféns

Grupo extremista disse estar disposto a negociar acordo proposto pelos EUA para paz na Faixa de Gaza.

O Hamas concordou nesta 6ª feira (3.out.2025) em negociar os termos do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, que completará 2 anos em 7 de outubro. O grupo extremista disse estar preparado para libertar todos os reféns –vivos e mortos– como parte dos esforços para a criação do Estado palestino e para a saída das tropas israelenses do enclave.

Em mensagem publicada no Telegram e divulgada pela Al Jazeera (emissora estatal da monarquia do Qatar), os termos da troca dos reféns pelos prisioneiros mantidos por Israel serão os delineados no plano de paz apresentado pelo por Trump 2ª feira (29.set). O acordo determina 72 horas de cessar-fogo para a soltura dos reféns e a devolução dos corpos.

“Neste contexto, o movimento afirma sua prontidão para entrar imediatamente em negociações por meio de mediadores para discutir os detalhes deste acordo”, afirmou o Hamas em comunicado.

O Hamas também diz concordar com o plano da Casa Branca de estabelecer um governo de transição comandado por tecnocratas palestinos durante a reconstrução de Gaza. Segundo o grupo, esse governo deve ter “consenso nacional palestino e apoio árabe e islâmico”.

A proposta de Trump determina que essa administração temporária será supervisionado por um “comitê de paz” comandado pelo próprio presidente dos EUA e por líderes globais como o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.

“Outras questões mencionadas na proposta do presidente Trump sobre o futuro da Faixa de Gaza e os direitos legítimos do povo palestino estão relacionadas a uma posição nacional unificada e às leis e resoluções internacionais relevantes”, completou o Hamas na nota.

Um ponto conflitante do comunicado, no entanto, é a menção sobre a participação do Hamas nas negociações para o futuro da Faixa de Gaza. Isso porque o plano dos EUA afirma que o grupo não poderá ter influência no processo. O acordo determina anistia aos combatentes que se renderem, mas que estes não poderão participar do governo do futuro Estado palestino.

Trump disse nesta 6ª feira (3.out) que o Hamas tem até 19h de domingo (5.out) –no horário de Brasília– para aceitar o plano de paz para Gaza proposto pela Casa Branca. Segundo o republicano, o acordo já recebeu o aval de Israel e de países árabes e muçulmanos.

“Os detalhes do documento são conhecidos pelo mundo, e é um grande acordo para todos! Teremos paz no Oriente Médio de uma forma ou de outra. A violência e o derramamento de sangue cessarão. Libertem os reféns, todos eles, incluindo os corpos dos mortos, agora!”, escreveu Trump em seu perfil no Truth Social.

Trump também ameaçou os integrantes do grupo extremista. Disse que essa é a última chance para os combatentes se renderem e terem suas vidas “poupadas”. O presidente dos EUA afirmou que 25.000 soldados do Hamas já foram mortos em resposta ao ataque de 7 de outubro de 2023 e que os demais estão “militarmente presos” e serão “caçados e mortos” caso se recusem a aceitar o projeto de paz.

A proposta de paz de Trump apresentada na 2ª feira (29.out) culmina na criação do Estado Palestino, como pretendido pela população local, por nações árabes e por países ocidentais, que deram um passo adiante durante a 80ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) ao anunciarem o reconhecimento do país na região.

O acordo, no entanto, estabelece dezenas de condições e não determina um prazo para ser concluído. Eis os principais pontos da proposta:

O único prazo citado no acordo é para a libertação de reféns pelo Hamas. Os EUA exigem a soltura de todos os estrangeiros vivos e a entrega dos corpos dos que morreram em cativeiro 72 horas depois do aval oficial do plano de paz pelo governo de Israel. Depois disso, as etapas serão cumpridas mediante aprovação do futuro governo de transição.

É aí que entra um dos pontos mais debatidos do acordo: a criação de um “comitê de paz” liderado por Trump que supervisionará o governo de transição. O presidente norte-americano não deu detalhes sobre esse o grupo. Além dele, só o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair (Partido Trabalhista) foi confirmado como integrante. A Casa Branca afirma que outros chefes de Estado e de Governo ainda serão anunciados.

Por: Poder360

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