Em vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (3/10), o deputado argentino José Luís Espert detalhou a origem de uma transação US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão) em sua conta. Espert, um dos principais nomes do partido A Liberdade Avança, do presidente , foi acusado de receber a quantia de um suspeito de envolvimento com o narcotráfico.
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Um extrato do Bank of America, obtido pelo jornal , mostrou a transferência da estrutura ligada a Federico “Fred” Machado ao parlamentar argentino. Fred é procurado pelas Justiça norte-americana.
O portal teve acesso a bancos de dados oficiais dos EUA, documentos esses que foram usados como prova no julgamento de 2023 no Texas, no qual a parceira de Machado, Debra Mercer-Erwin, foi condenada.
Ela foi considerada culpada de quatro das sete acusações que enfrentava: conspiração para facilitar o tráfico de drogas, importação de cocaína, lavagem de dinheiro e conspiração para violar registros de aeronaves dos EUA .

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1 de 4 Tomas Cuesta/Getty Images
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2 de 4 Presidente da Argentina, Javier Milei Gabriel Luengas/Europa Press via Getty Images
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3 de 4 Javier Milei Mario De Fina/NurPhoto via Getty Images
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4 de 4 Javier Milei, presidente da Argentina Tomas Cuesta/Getty Images
As informações são as mesmas utilizadas pelo líder peronista e candidato Juan Grabois quando apresentou uma queixa contra Espert na Justiça argentina.
Resposta
Segundo Espert, o valor recebido foi pago por um serviço de consultoria privada após sua derrota na campanha presidencial de 2019. Ele enfatizou a legalidade da operação.
“Não se tratou de um pagamento do senhor Machado, mas sim de uma empresa que solicitava meus serviços profissionais […] Uma das condições que impus é que o pagamento dos $200.000 fosse feito exclusivamente por transferência de outro banco que também estivesse nos Estados Unidos, de forma que a operação fosse totalmente transparente, porque quando se recebe um pagamento nos Estados Unidos, isso é feito dentro de um dos sistemas mais controlados e rigorosos do mundo”, afirmou.
O parlamentar argentino detalhou que conheceu Machado como um empresário admirador de suas ideias e que ele foi uma das muitas pessoas que o apoiaram em sua campanha presidencial de 2019. Espert esclareceu que, após o período eleitoral, foi contratado como economista por uma empresa mineradora guatemalteca ligada a Machado, e o valor de US$ 200 mil foi um adiantamento por esses serviços, depositado em uma conta declarada nos EUA.
O deputado alega que só soube das acusações de narcotráfico contra Machado em 2021 e atribui a denúncia a uma campanha de difamação de seu opositor político, Juan Grabois, que estaria usando o caso para manchar sua imagem.
Espert argumenta que os fundos recebidos não tiveram relação com sua campanha ou função pública, mas sim com sua atividade profissional como economista. Ele admite que pode ter agido com ingenuidade ao se associar a Federico Machado, mas nega qualquer ato criminoso.
“Posso ter pecado por ingenuidade, mas criminoso jamais”. Espert classifica a acusação como uma “campanha suja” orquestrada por adversários para desmoralizá-lo, concluindo que, enquanto cidadãos privados precisam se justificar constantemente, os “políticos corruptos que há décadas vivem dos recursos dos mais pobres nunca dão nenhuma explicação”.