• Quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Governo lança Plano Nacional de Trabalho Digno para LGBTs

Abertura da conferência em Brasília, na 3ª feira, contou com a presença de 4 ministras de Lula; evento vai até 6ª feira.

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, assinou na 3ª feira (21.out.2025), durante a 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, realizada em Brasília, a portaria que institui o Plano Nacional de Trabalho Digno LGBTQIA+. O documento foi publicado no D.O.U (Diário Oficial da União) na 4ª feira (22.out). Leia a íntegra (PDF – 120 kB).

O plano tem 4 eixos (acesso e permanência no trabalho digno; igualdade de oportunidades; empreendedorismo e economia solidária; e governança e diálogo social). Os principais objetivos são:

Trata-se de uma iniciativa em parceria com o Ministério do Trabalho. Segundo o governo, as medidas serão implementadas “de forma articulada com órgãos públicos, entidades sindicais, empresas e organizações da sociedade civil”.

“O plano estabelece diretrizes como o enfrentamento à LGBTQIAfobia nos ambientes laborais, a promoção da igualdade de oportunidades e o fomento ao empreendedorismo e à economia solidária. Também prevê formação de agentes públicos e privados, apoio à qualificação profissional e campanhas educativas voltadas à inclusão socioprodutiva.”

O evento vai até 6ª feira (24.out). Mais de 1.500 pessoas de diferentes regiões do país estão na capital para participar das discussões. Duante o evento, ministras, congressistas e representantes da comunidade LGBT de todo o país defenderam a necessidade da combinação de políticas públicas e participação social como caminho de transformação no combate à violência e à discriminação.

Com o lema “Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+”, o encontro pretende ser um espaço de escuta ativa e de debates sobre desafios e perspectivas.

Abertura da 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, em Brasília, em 21 de outubro

O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, anunciou a criação de um grupo de trabalho voltado para tratar dos casos de violações contra esse público.

“As taxas de desemprego de pessoas trans são desproporcionalmente altas e as atividades de sobrevivência são em condições precárias”, afirmou. Ele disse que são necessárias pesquisas permanentes. “O que não se mede não se transforma”, declarou.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; a ministra das Mulheres, Márcia Lopes; o ministro substituto da Cultura, Márcio Tavares; e o ministro do TST, Vieira de Mello Filho participaram da abertura da 4 ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, na 3ª feira (21.out.2025)

Quatro ministras participaram do evento. Marcia Lopes (Mulheres) defendeu a ampliação da política de cotas para a comunidade LGBT.

Sônia Guajajara (dos Povos Indígenas) afirmou que existem violências frequentes contra indígenas em comunidades de todo o país. “Não há avanço nas políticas públicas sem respeito à diversidade”, afirmou. Ela disse que é preciso tecer uma rede de apoio para o país diverso.

A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) afirmou o evento significa um marco de retorno para discussões de temas ligados à comunidade LGBT. Criticou o que considerou ser retrocessos nas políticas públicas do governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segundo ela, desmobilizaram ações voltadas para o grupo.

Ao final do evento, a ministra da Cidadania e dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, recebeu relatórios de grupos de trabalho sobre violências sofridas em diferentes contextos. Ela defendeu uma política nacional inclusiva para pessoas LGBT.

Abertura da 4 ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ em Brasília, na 3ª feira (21.out.2025)

Entre as congressistas presentes, a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), que é trans, afirmou que a comunidade, apesar das violações, tem mostrado união para enfrentamento do cenário.

“Apesar de toda a violência de que somos vítimas, estamos aqui de pé. Há muito ódio contra nós porque há pessoas que têm medo de nossa liberdade”, afirmou. Ela disse esperar que a comunidade, em breve, não transmita só histórias de mazelas, mas também de empoderamento.

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) disse que a principal luta dela é que a filha não tenha vergonha de ter uma mãe travesti. “O que estamos fazendo aqui é cuidar das próximas famílias e evitar que gerações sejam marcadas por vergonha”, disse.

Em uma das mensagens, a ativista baiana Jovanna Cardoso, também conhecida como Jovanna Baby, de 62 anos, afirmou que 73% das pessoas trans são negras. Ela defendeu que é necessário que a comunidade tenha acesso a programas e benefícios da mesma forma que hoje chegam às pessoas cisgênero.

Jovanna criticou o fato de que benefícios como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida atendam principalmente as famílias formadas por uniões heterossexuais. Ela é uma das pioneiras na luta pela dignidade de travestis e transexuais.

Outra manifestação de alerta foi da secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat. Para ela, o ativismo no Brasil é fundamental para fazer a diferença na busca pelo aperfeiçoamento dos direitos e no combate à violência.

Com informações da Agência Brasil.

Por: Poder360

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