O ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar, afirmou, após as falas de Vance, que o governo não havia decidido antecipar a votação sobre a anexação nesse estágio para garantir o sucesso do plano de várias etapas de Trump para Gaza. Os EUA são, há muito tempo, o aliado mais poderoso e firme de Israel, e o governo Trump é particularmente próximo a Israel, com considerável influência sobre sua liderança. Autoridades graduadas dos EUA, incluindo Rubio, têm visitado Israel na tentativa de manter vivo o frágil cessar-fogo entre o país e o grupo militante palestino Hamas, após dois anos de guerra devastadora que abalou o Oriente Médio. Vance disse aos repórteres em Tel Aviv que "se sente muito bem" com o cessar-fogo em Gaza, depois de conversar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Repetidos tiroteios e explosões têm abalado o acordo e os dois lados trocam acusações pelas violações da primeira fase, que viu o retorno de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, a entrega dos corpos de alguns reféns mortos e a retirada parcial das tropas israelenses. Os dois lados reiteraram o compromisso com o cessar-fogo mediado pelos EUA, após dois anos de guerra desencadeada pelo ataque transfronteiriço do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas, de acordo com os registros israelenses. A guerra aérea e terrestre de Israel em resposta matou mais de 68 mil pessoas e reduziu a escombros grande parte da pequena e altamente urbanizada Faixa de Gaza, segundo as autoridades de saúde do enclave. O Departamento de Estado dos EUA disse que Rubio estava visitando Israel para apoiar a implementação do plano de 20 pontos de Trump para Gaza e preparar o caminho para a reconstrução, governança estável e possíveis passos destinados à criação de um Estado palestino."A Cisjordânia não será anexada por Israel. A política do presidente Trump é que a Cisjordânia não será anexada. Essa sempre será nossa política", afirmou Vance durante viagem a Israel para ajudar a reforçar a trégua em Gaza.
Anexação da Cisjordânia
Um projeto que aplica a lei israelense à Cisjordânia, movimento equivalente à anexação do território que Israel capturou na guerra de 1967 no Oriente Médio, obteve aprovação preliminar dos parlamentares israelenses nessa quarta-feira (22). Há centenas de milhares de pessoas vivendo em assentamentos judaicos na Cisjordânia. As Nações Unidas e grande parte da comunidade internacional consideram os assentamentos ilegais, de acordo com a lei internacional. O governo de Israel cita conexões bíblicas e históricas com a Cisjordânia, território que considera disputado, e se opõe ao estabelecimento de um Estado palestino. Os assentamentos são uma questão altamente volátil que há décadas se apresenta como grande obstáculo à paz no Oriente Médio, pois fragmentam o território que os palestinos desejam para um Estado viável. A votação de ontem foi a primeira das quatro necessárias para aprovar a lei e coincidiu com a visita de Vance a Israel -- um mês depois que Trump disse que não permitiria que Israel anexasse o território. *(Reportagem adicional de Ahmed Elimam e Tala Ramadan) *É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas
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