• Quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Especialista nega invasão dos EUA após envio de navios à Venezuela

Os países membros da Aliança Bolivariana para as Américas condenaram nesta quarta-feira (21/8) o envio de navios dos EUA ao Caribe

Os ofereceram recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do presidente venezuelano, , acusado de tráfico de drogas. Em seguida, lançaram uma operação de combate ao narcotráfico, com o envio de forças navais e aéreas à região. Víctor Mijares, professor de estudos globais da Universidade dos Andes, na Colômbia, afirma que o contingente enviado, de cerca de 4 mil marinheiros e fuzileiros navais, é pouco expressivo. Segundo ele, o deslocamento parece grandioso, mas não do ponto de vista operacional. Mijares avalia que a ação faz parte do que se viu no último ano da administração Trump. Leia também Há setores mais pragmáticos, ligados ao petróleo, que se entendem com Nicolás Maduro ou outros líderes com quem possam fechar negócios nos setores de mineração e energia. Também estão em jogo, segundo especialista, os interesses políticos do secretário de Estado, Marco Rubio, cuja base eleitoral está na Flórida. Mijares cita cubanos, colombianos, venezuelanos e outros latino-americanos que defendem pressão militar contra os governos da , Nicarágua e Cuba. Em menor grau, também contra a Colômbia, por verem Gustavo Petro como uma ameaça. Três navios de guerra teriam sido enviados para perto da costa venezuelana. “O envio militar americano às águas do Caribe, sob o pretexto de operações antidrogas, representa uma ameaça à paz e à estabilidade da região”, afirmaram os membros da Alba em declaração conjunta. A organização, fundada pelos ex-presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Fidel Castro (Cuba), demonstrou seu apoio a Maduro. Também pediu ao presidente colombiano, Gustavo Petro, atual presidente da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que convoque uma reunião extraordinária de chanceleres. Mensagem política Mijares descarta a possibilidade de uma invasão dos EUA à América Latina. Ele afirma que se trata, sobretudo, de uma operação naval. Há fuzileiros navais e soldados de infantaria para operações terrestres, mas, até o momento, o que se observa é uma ação marítima. Segundo ele, o volume e o poder de fogo dos navios chamam a atenção, mas a intenção é enviar uma mensagem política de que os EUA manterão e retomarão presença no Caribe. Em nenhum momento se falou em intervenção direta, nem mesmo no caso venezuelano. A Alba foi criada em 2004 como resposta ao fracassado projeto dos EUA de estabelecer a Área de Livre Comércio das Américas (ZLEA). É composta por Antígua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Granada, Nicarágua, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas e Santa Lúcia. Sua influência diminuiu após a morte de Chávez, em 2013. Durante a reunião, Maduro convocou os povos do mundo a se manifestarem em favor da Venezuela. Ele declarou que um ataque contra seu país seria um ataque contra toda a América Latina e o Caribe. Segundo o presidente venezuelano, a ameaça de uso da força e o recurso à força são proibidos pelas Nações Unidas. Incentivar uma mudança de regime de um país sobre outro também é proibido e condenado pela ONU. Maduro anunciou ainda que um navio da Alba partirá nesta quinta-feira (22) para a região, com o objetivo de lançar um projeto de intercâmbio comercial entre os países do bloco. Leia mais matérias como esta em , parceiro do Metrópoles.
Por: Metrópoles

Artigos Relacionados: