• Domingo, 30 de junho de 2024

Enchentes no Rio Grande do Sul: impactos na pecuária de corte e caminhos para a recuperação

O Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio da Embrapa e Emater, estruturou o Plano de Ações Emergenciais e Estruturantes denominado Recupera Rural RS.

O Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio da Embrapa e Emater, estruturou o Plano de Ações Emergenciais e Estruturantes denominado Recupera Rural RS. A pecuária de corte é um componente vital da economia do Rio Grande do Sul, representando uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. De acordo com dados da Secretaria da Agricultura, o PIB do estado atingiu R$ 640,3 bilhões em 2023, com a agropecuária contribuindo com aproximadamente R$ 100 bilhões. A região é notável pela produção de commodities chave como soja, arroz, trigo, leite, carne, frango e suínos. Contudo, as enchentes que o estado está sofrendo emergem como uma ameaça significativa a esses setores, causando desde a destruição de colheitas até a perda de animais, além de danificar infraestruturas críticas de transporte afetando a produção agropecuária. Diante desse cenário, é importante destacar que o Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio da Embrapa e Emater, estruturou o Plano de Ações Emergenciais e Estruturantes denominado Recupera Rural RS. Este plano visa apoiar a recomposição de paisagens e a recuperação agroprodutiva sustentável do Rio Grande do Sul. O plano inclui parceiros da iniciativa privada e do poder público federal, estadual e municipal, e as ações estão sendo coordenadas por meio da “Plataforma para Mitigação de Efeitos dos Eventos Climáticos Adversos na Agropecuária da Região Sul do Brasil”, que envolve os sete centros de pesquisa da Embrapa na região Sul. A identificação precisa das regiões afetadas e o entendimento aprofundado do perfil dos produtores, realizados pela Emater, são etapas cruciais para a formulação de políticas públicas direcionadas e que podem ser acessadas no site do governo do estado do Rio Grande do Sul.
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    Apesar dessas iniciativas robustas, é essencial realizar estudos específicos sobre a bovinocultura de corte para complementar os esforços de recuperação. Este documento tem como objetivo fornecer um panorama dos danos de magnitude sem precedentes, explorar as perspectivas futuras para a produção de bovinos de corte e propor estratégias para a recuperação do setor. Somente com a sinergia entre governo, instituições de pesquisa, produtores, indústria e sociedade civil poderemos garantir a retomada efetiva da produção. É importante destacar que algumas das propostas apresentadas podem parecer ambiciosas ou difíceis de serem implementadas devido à sua complexidade. No entanto, essas ações são fundamentais para a recuperação rápida do setor. Além disso, algumas dessas medidas possivelmente já foram implementadas até a data de publicação deste texto. Caracterização da pecuária de corte no Rio Grande do Sul Impacto das Áreas Alagadas na Pecuária O estado do Rio Grande do Sul é composto por 497 municípios, dos quais apenas 79 não apresentam alto grau de comprometimento devido às enchentes. Essas localidades possuem 17,4% do efetivo bovino, totalizando 2,07 milhões de cabeças. Em 340 municípios, o grau de comprometimento é intermediário, caracterizado como situação de emergência, onde se encontram 71,46% do efetivo bovino, equivalente a 8,53 milhões de cabeças. Nos 78 municípios restantes, a situação é mais grave, com grau de comprometimento classificado como calamidade pública, abrigando 11,14% do rebanho bovino estadual, ou seja, 1,33 milhões de cabeças. A Figura 1, elaborada com informações do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (2024) e dados do IBGE (2024), ilustra os municípios e seu grau de comprometimento, que pode ser: calamidade pública (cor vermelha), situação de emergência (cor amarela) e sem classificação (cor verde). No mapa, a importância do rebanho bovino para os municípios gaúchos é representada pela intensidade das três cores, sendo que, quanto mais escuras, maior é o efetivo bovino do município. Estimar o percentual de bovinos nessas áreas ajuda a visualizar o impacto direto na produção. O Estado do Rio Grande do Sul publicou o Decreto nº 57.626, de 21 de maio de 2024, que atualizou a lista de municípios em estado de calamidade pública (78 municípios) e em situação de emergência (340 municípios), novos decretos poderão ser publicados. O Estado do Rio Grande do Sul publicou o Decreto nº 57.626, de 21 de maio de 2024, que atualizou a lista de municípios em estado de calamidade pública (78 municípios) e em situação de emergência (340 municípios), novos decretos poderão ser publicados. Pirâmide e distribuição espacial dos estabelecimentos A pecuária é uma atividade realizada em todas as regiões do estado, mas é mais concentrada nas regiões da Campanha, Missões e Centro-Sul. O Rio Grande do Sul se destaca como o oitavo maior produtor de carne bovina do Brasil, com um rebanho bovino de aproximadamente 11,9 milhões de cabeças. Este setor é crucial para a economia local e nacional, com a carne bovina gaúcha sendo altamente valorizada em mercados internacionais por sua qualidade. A pecuária de corte representa um pilar econômico importante para o Rio Grande do Sul, evidenciado pelo volume de abates e pelo valor da produção, destacando sua importância para a economia do estado. A atividade pecuária gaúcha é predominantemente familiar, envolvendo propriedades onde mais de 85% dos estabelecimentos possuem menos de 50 animais (Figura 2). A distribuição espacial desses estabelecimentos revela que as regiões mais afetadas são aquelas com estabelecimentos que possuem menos de 5 bovinos (Figura 3). Impactos na cadeia produtiva Dinâmicas de produção e recuperação na pecuária gaúcha após a enchente A pecuária no Rio Grande do Sul, um dos pilares da economia estadual, varia da criação extensiva em pastagens do Pampa a sistemas intensivos a pasto com suplementação. Este setor, renomado pela qualidade diferenciada de sua carne, enfrenta agora desafios sem precedentes devido às enchentes que acometeram o estado nos meses de abril e maio de 2024.
  • Impactos na produção
  • 1. Perdas de rebanho: A Emater já contabilizou a morte de mais de 15 mil bovinos em decorrência das enchentes e doenças subsequentes. Uma avaliação precisa das perdas, incluindo o impacto na saúde geral do rebanho, ainda deverá ser realizada. A situação é agravada pelo remanejamento de animais para áreas menos afetadas, o que sobrecarrega as pastagens durante o vazio de outono, um período crítico que antecede o inverno. 2. Destruição de pastagens: Extensas áreas de pastagem foram inundadas, comprometendo a alimentação do gado e, consequentemente, a produtividade do setor. Além das inundações, ocorreram processos erosivos que resultaram na perda da camada superficial do solo, a mais crucial para a agropecuária. As áreas que não foram inundadas sofreram também perdas por processos erosivos, além de comprometer o estabelecimento das pastagens de inverno, ocasionando um déficit gigantesco de alimentação para os animais no período mais crítico do ano. Em algumas regiões, a integridade da área foi severamente afetada, o que demandará intervenções com maquinário pesado e a aplicação de técnicas agronômicas para a recuperação adequada. 3. Logística comprometida: A destruição de infraestrutura viária impede o transporte eficiente de insumos e animais, afetando desde a nutrição do gado até a comercialização da carne. A interrupção das rotas de transporte resulta em atrasos significativos na entrega de rações e suplementos alimentares, comprometendo a saúde e o desenvolvimento dos animais. Além disso, a dificuldade em transportar o gado para os abatedouros e mercados podendo causar uma redução na oferta de carne, elevando os custos de produção e, consequentemente, os preços ao consumidor final. 4. Elevação dos custos de produção: Os produtores enfrentam custos adicionais significativos com a necessidade de alimentação suplementar, medicamentos e contratação de mão de obra para reparos e manejo do gado. A necessidade de adquirir alimentos alternativos e medicamentos para tratar doenças decorrentes das enchentes aumenta substancialmente os gastos operacionais. Além disso, a contratação de mão de obra adicional para realizar reparos nas propriedades e tratar os animais afetados representa um peso financeiro extra para os pecuaristas. 5. Aumento do risco sanitário: As adversidades elevam o risco de doenças no rebanho, exigindo medidas de controle e prevenção. O inevitável contato entre animais sãos e doentes, devido à falta de infraestrutura adequada para quarentena e tratamento, aumenta a probabilidade de disseminação de doenças infecciosas e parasitárias. A umidade excessiva e a contaminação das águas podem propiciar o surgimento de doenças infecciosas e parasitárias, que necessitam de monitoramento constante e intervenções rápidas para evitar surtos.
  • Soluções para a produção
  • Para mitigar os impactos das enchentes e promover a recuperação da pecuária, algumas medidas são recomendadas: 1. Avaliação e monitoramento do rebanho: É fundamental realizar um levantamento detalhado das perdas e monitorar a saúde dos animais sobreviventes para prevenir a propagação de doenças. 2. Recuperação de pastagens: Implementar programas de recuperação para as áreas de pastagem afetadas é essencial para restabelecer a base alimentar do gado. É importante utilizar técnicas de manejo do solo e das plantas de forma bem planejada, pois a eficácia e a rapidez da recuperação dependem diretamente da qualidade dessas práticas. 3. Suporte logístico e de infraestrutura: A reconstrução de estradas e pontes, assegurando o acesso às propriedades rurais, é fundamental para restabelecer a cadeia produtiva. Para além da simples reconstrução, é essencial investir em melhorias e modernizações que tornem a infraestrutura mais resiliente a futuros eventos climáticos extremos. A implementação de técnicas de engenharia avançadas pode ajudar a criar estradas e pontes mais duráveis e menos suscetíveis a danos. Além disso, a criação de rotas alternativas e a manutenção regular das vias existentes são medidas preventivas que talvez possam minimizar os impactos de futuras crises. 4. Assistência financeira e técnica: Disponibilizar linhas de crédito e suporte técnico ajudará os produtores a cobrir os custos adicionais e adaptar-se às novas condições. Programas de financiamento específicos para a recuperação pós-desastres podem oferecer condições favoráveis, como juros baixos e prazos de pagamento estendidos. Além disso, a oferta de consultoria técnica especializada pode orientar os produtores na implementação de práticas mais eficientes e sustentáveis, ajudando-os a se adaptar às novas realidades climáticas e de mercado. 5. Controle e prevenção de doenças: Programas de vigilância sanitária são essenciais para garantir a saúde do rebanho e a segurança alimentar. A criação de protocolos de biossegurança rigorosos, a vacinação em massa e a quarentena de animais recém-adquiridos são medidas fundamentais para prevenir a disseminação de doenças. A capacitação dos produtores em práticas de manejo sanitário é uma estratégia fundamental. 6. Criação e fortalecimento de associações e cooperativas: Incentivar a formação de associações e cooperativas entre produtores, oferecendo suporte legal e financeiro para sua criação e desenvolvimento. Isso pode incluir subsídios governamentais, assistência na gestão e estratégias de mercado. O objetivo é aumentar o poder de negociação, redução de custos por meio da comercialização de produtos e insumos compartilhados, do compartilhamento de máquinas e equipamentos, mutirões e melhor acesso ao crédito e às tecnologias. 7. Parcerias com institutos de pesquisa e universidades: Desenvolvimento de projetos conjuntos com associação de produtores a fim de estabelecer parcerias para o desenvolvimento de pesquisas aplicadas e transferência de tecnologia, visando à inovação e à adoção de práticas sustentáveis na produção. O objetivo é agilizar o desenvolvimento e o acesso a novas tecnologias, métodos de produção mais eficientes e sustentáveis, e formação de um canal direto entre produtores e a pesquisa. A recuperação efetiva da pecuária gaúcha após as enchentes demandará um esforço colaborativo entre o governo, produtores, instituições de pesquisa e o setor privado, adotando estratégias integradas e sustentáveis para superar os desafios atuais e fortalecer a resiliência do setor para o futuro. Impactos e estratégias de recuperação para frigoríficos no Rio Grande do Sul
  • Impactos na indústria
  • As enchentes afetaram severamente os frigoríficos gaúchos, com consequências diretas na cadeia produtiva da carne: 1. Suspensão de abates: A interrupção temporária dos abates de bovinos devido às enchentes reduziu a disponibilidade de carne bovina no mercado, afetando tanto o consumo interno quanto as exportações. O atraso no abate de animais terminados gera ineficiências econômicas e ambientais na produção animal. 2. Desafios logísticos: A destruição de infraestrutura viária dificulta tanto a coleta de animais nas propriedades quanto a distribuição de produtos, impactando o mercado interno e as exportações. Animais que deixam de receber suplementação de forma abrupta, passando de um nível nutricional superior para um inferior, apresentam uma queda de desempenho mais acentuada do que a esperada apenas pela redução dos aportes nutricionais. 3. Prejuízos às exportações: O estado, um importante exportador de carne bovina, enfrenta desafios logísticos que dificultam os negócios nos mercados internacionais, especialmente devido à paralisação temporária das atividades portuárias. O não cumprimento das exportações pode resultar em multas e favorecer competidores que possam atender emergencialmente à falta do produto brasileiro.
  • Soluções para a indústria
  • Ações coordenadas são necessárias para superar esses desafios: 1. Reestruturação da cadeia de suprimentos: Identificar rotas alternativas e modais de transporte menos afetados podem contribuir para manter o fluxo de animais e produtos. É importante implementar obras de contingência que permitam o restabelecimento de rotas, ainda que de forma provisória, como a construção de pontes emergenciais. 2. Suporte aos produtores: Programas de financiamento e assistência técnica para a recuperação de infraestrutura e pastagens ajudarão a retomar a produção garantindo maior constância da oferta. Além disso, o desenvolvimento de infraestrutura alternativa, como a construção de estradas secundárias e o uso de tecnologias de logística, pode assegurar o fluxo contínuo de produtos e animais. Programas de capacitação para produtores sobre práticas de manejo sustentável e suplementação nutricional, bem como incentivos governamentais, como subsídios e parcerias público-privadas, também são fundamentais para fortalecer a resiliência da oferta para a indústria frigorífica frente às enchentes. 3. Manutenção das exportações: Estratégias criativas para a logística de exportação e negociação com parceiros internacionais são essenciais para minimizar impactos no comércio exterior. O auxílio de empresas de outros estados, que possam atender emergencialmente às demandas contratadas de exportação, pode evitar multas e proteger esse mercado frente aos competidores. 4. Contratos de longo prazo e acordos de cooperação: Estabelecer parcerias estratégicas com fornecedores, incluindo contratos de fornecimento de longo prazo que garantam preços justos e estáveis, além de colaboração em pesquisa e desenvolvimento. Estas práticas podem promover maior segurança no fornecimento, estabilidade de preços, acesso a insumos de qualidade e fomento à inovação conjunta. A colaboração entre setores é vital para minimizar perdas econômicas e garantir a recuperação e sustentabilidade da indústria de carne bovina no estado. Varejo e mercado consumidor: desafios e estratégias pós-enchente
  • Impactos no varejo e mercado consumidor
  • As enchentes têm um impacto significativo no varejo e no mercado consumidor, especialmente no setor de carne bovina. A escassez de produtos é uma consequência direta, resultante da redução da oferta devido à perda de animais e à destruição de pastagens. Além disso, os custos de produção e logística aumentam, refletindo-se nos preços ao consumidor. A situação econômica desfavorável, agravada pelos prejuízos das enchentes, pode levar a mudanças nos padrões de consumo, afetando a demanda não apenas por carne bovina, mas também por outros produtos essenciais, como arroz e laticínios. A incerteza econômica pode fazer com que os consumidores optem por alternativas mais baratas ou reduzam o consumo de certos produtos, impactando ainda mais o mercado.
  • Soluções para o varejo e mercado consumidor
  • Estratégias abrangentes são necessárias para equilibrar oferta e demanda: 1. Estabilização de preços: Medidas como subsídios ou incentivos fiscais podem ajudar a controlar o aumento dos preços ao consumidor, mitigando os efeitos dos custos de produção e logística. 2. Suporte financeiro às famílias: Políticas de apoio financeiro, como a distribuição de auxílio emergencial, podem sustentar o poder de compra das famílias afetadas pelas enchentes, mantendo a demanda por carne bovina e outros produtos. Além disso, a disponibilização de linhas de crédito com condições favoráveis para famílias e pequenos comerciantes pode ajudar na recuperação econômica e na manutenção do consumo. 3. Campanhas de conscientização: Promover o consumo de carne bovina através de campanhas educativas os benefícios nutricionais da carne bovina podem ajudar a manter a demanda. Essas campanhas podem ser realizadas através de mídias sociais, televisão e parcerias com escolas e organizações comunitárias. Além disso, promoções e incentivos para o consumo de carne bovina podem ser implementados por varejistas em parceria com produtores e o governo, oferecendo descontos e programas de fidelidade. A cooperação entre o varejo, fornecedores, governo e consumidores é essencial para implementar essas estratégias de forma eficaz, assegurando acesso à carne bovina a preços justos e apoiando a recuperação econômica do setor pecuário no Rio Grande do Sul. Diretrizes para a formulação de Políticas Públicas
  • Implementação de um plano estadual de gestão de riscos e desastres
  • É imperativo estabelecer um plano abrangente para a gestão de riscos e desastres na pecuária. Este plano deve incluir:
  • Sistemas de alerta antecipado: Implementação de tecnologias e metodologias para prever e monitorar eventos climáticos adversos.
  • Apoio Financeiro e Técnico: Provisão de recursos financeiros e assistência técnica aos produtores rurais para mitigar os impactos de desastres.
  • Treinamentos: Capacitação dos produtores e trabalhadores do setor para evitar a perda de animais e minimizar danos em casos de sinistros.
  • Estímulo à adoção de práticas sustentáveis e fortalecimento da capacitação
  • Incentivar e dar suporte a práticas de manejo que sejam sustentáveis e promovam a resiliência frente aos problemas ambientais. As ações incluem: Programas de capacitação: Implementação de programas direcionados a produtores e trabalhadores do setor, enfatizando a gestão de riscos, medidas preventivas e estratégias eficazes de recuperação após desastres. Práticas sustentáveis: Promoção de técnicas de manejo que aumentem a sustentabilidade e a resiliência do setor pecuário.
  • Suporte para reestruturação e fomento à inovação
  • Para garantir a recuperação e o fortalecimento do setor, é urgente: Expansão das Linhas de Crédito: Disponibilização de crédito sob condições mais favoráveis para os produtores afetados. Liberação ágil de recursos financeiros: Garantir que os recursos financeiros sejam disponibilizados rapidamente para atender às necessidades emergenciais. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento: Promover investimentos em inovação e desenvolvimento de novas tecnologias e práticas de produção que sejam sustentáveis e elevem a resiliência do setor pecuário frente a desafios futuros. Considerações finais Diante dos desafios impostos pelas enchentes, é crucial reconhecer a urgência de medidas para a reconstrução da infraestrutura, a recuperação de pastagens e a provisão de assistência técnica aos produtores afetados. A identificação precisa das áreas mais impactadas e dos produtores mais afetados, juntamente com o monitoramento contínuo dos efeitos das enchentes, são etapas fundamentais para assegurar uma recuperação efetiva. As políticas públicas a serem implementadas devem, portanto, contemplar esses aspectos, visando não apenas a recuperação imediata, mas também a sustentabilidade e resiliência do setor pecuário a longo prazo. A fase de recuperação e fortalecimento da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, apesar de desafiadora, apresenta uma oportunidade singular para aprimorar a sustentabilidade e a resiliência do setor. Com apoio governamental adequado, implementação de políticas pública seficazes, investimentos em pesquisa e inovação e uma colaboração efetiva entre todos os envolvidos, é possível superar os obstáculos atuais e preparar o setor para enfrentar de maneira mais robusta os desafios futuros. Essa abordagem não só garante a continuidade da contribuição essencial da pecuária de corte para a economia local e nacional, mas também reforça a importância de uma visão integrada e sustentável para o desenvolvimento do setor. Além disso, a Embrapa, em parceria com outras instituições, tem utilizado geotecnologia e dados para orientar ações na área rural do Rio Grande do Sul. Essas iniciativas envolvem o uso de tecnologias geoespaciais para levantamento da extensão territorial dos sistemas agropecuários afetados pela crise climática, incluindo danos socioeconômicos e ambientais. O diagnóstico regional in loco para validação e refinamento das informações nas áreas selecionadas será conduzido pela Emater/RS e demais instituições parceiras, de forma a definir áreas prioritárias de atuação de médio e longo prazo. Com essas iniciativas, espera-se não apenas mitigar os impactos imediatos das enchentes, mas também construir uma base sólida para o desenvolvimento sustentável e resiliente da pecuária de corte no Rio Grande do Sul. Autores:
  • Vinícius do Nascimento Lampert – Embrapa Pecuária Sul
  • Guilherme Cunha Malafaia – Embrapa Gado de Corte
  • Gelson Luís Dias Feijó – Embrapa Gado de Corte
  • Paulo Henrique Nogueira Biscola – Embrapa Gado de Corte
  • Sergio Raposo de Medeiros – Embrapa Pecuária Sudeste
  • Urbano Gomes Pinto de Abreu – Embrapa Pantanal
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  • ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

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