• Terça-feira, 2 de julho de 2024

Em época de alta dos insumos, subprodutos são boa alternativa para nutrição bovina

Fatores como concorrência na produção de etanol e aumento dos preços das commodities fazem com que matérias-primas nobres encareçam a engorda.

Fatores como concorrência na produção de etanol e aumento dos preços das commodities fazem com que matérias-primas nobres encareçam a engorda. O uso de subprodutos na alimentação bovina é um assunto que deve voltar a ser avaliado pelos pecuaristas, visando reduzir os custos nos sistemas de engorda que, atualmente, utilizam matérias-primas mais nobres, como milho e soja. A avaliação é do médico-veterinário e gerente Comercial da Connan, Gabriel Pagno, ao considerar que esses insumos hoje concorrem com a nutrição humana, monogástricos e produção de etanol, o que faz com que sofram com o aumento do preço das commodities no mercado. Pagno lembra que a origem dos sistemas intensivos de engorda teve início com o uso de subprodutos ou coprodutos, que migraram depois para o milho e a soja. A retomada da nutrição com os subprodutos, porém, deve levar em conta fatores como logística, umidade, tempo de armazenamento, composição nutricional, nível de inclusão na dieta e a dispensa de necessidade de processamento (moagem).
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    Dentre os subprodutos hoje considerados como alternativa estão o caroço de algodão, a soja e derivados (casquinha), DDGs (grãos secos de destilaria) e o resíduo úmido de cervejaria (cevada). “O caroço de algodão é conhecido como ‘coringa da nutrição animal’. Ele tem rendimento de até 55% de toda pluma após beneficiamento e proporciona aumento de energia da dieta sem alterar a fermentação ruminal, e também dos teores de fibra e proteína”, detalha. Outra opção para alimentar o gado é a casquinha da soja, um subproduto obtido após o processo de extração do óleo vegetal, que pode substituir alimentos nobres como milho e sorgo. “A casquinha possui elevados teores de fibra de alta digestibilidade que geram benefícios à manutenção do pH ruminal, e tem em sua composição média 12% de proteína bruta”, explica o gerente. Os DDGs (grãos secos de destilaria) são um farelo proteico obtido pós-fabricação do etanol que apresentam proteína bruta que varia de 26% a 30%. “Os aminoácidos chegam intactos ao duodeno e os DDGs aumentam a síntese de proteína bruta para o animal”, destaca o médico-veterinário. Ele comenta que esse subproduto tem inclusão recomendada em até 45% da matéria seca das dietas, e como possui pouco amido na composição, pode ser usado em dietas densas de energia. “Esse é um insumo conhecido como um alimento completo, fornecendo proteína bruta e energia por meio do seu alto teor de nutrientes digestíveis totais”. Por último, outro alimento a ser considerado é a cevada, produzido durante o processo de fermentação da cerveja, cuja massa possui também milho, arroz e outros cereais. É um nutriente que possui em torno de 30% de proteína bruta, com oferta o ano todo e alta palatabilidade para o gado. “Precisamos estudar eventuais substitutos em nossas rações e dietas, e olharmos para isso como uma grande oportunidade de baixar custos e até melhorar resultados, além da possibilidade de aumentar lucro. Outro ponto importante é que ambientalmente daremos um destino nobre a rejeitos industriais. O boi tem alta capacidade de adaptação a novos alimentos, e assim vamos sintetizar resíduos em proteína nobre para o mundo”, conclui o gerente comercial. Fonte: Informações para a imprensa VEJA TAMBÉM
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

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