• Quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Como a genética transformou os cavalos domesticados em animais montáveis

Sabe aquela prática comum de chegar e selar um cavalo para andar? Sem a genética, os cavalos talvez nunca tivessem se tornado montáveis

Sabe aquela prática comum de chegar e selar um cavalo para andar? Sem a genética, os cavalos talvez nunca tivessem se tornado montáveis A parceria entre homem e cavalo moldou batalhas, abriu caminhos para o comércio e deu força ao trabalho no campo. Mas um ponto central sempre intrigou pesquisadores: como animais selvagens, fortes e ariscos, tornaram-se dóceis e adequados para a montaria? Um estudo recente publicado na revista Science trouxe a resposta. A genética foi determinante. Alterações no DNA transformaram tanto o comportamento quanto a estrutura corporal dos cavalos, tornando possível a convivência e a utilização desses animais em diferentes funções, nesse caso a montaria.
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    A domesticação: além da cultura, a biologia A domesticação dos cavalos começou há cerca de 5 mil anos nas estepes da Ásia Central. Inicialmente, eles eram usados como fonte de carne e leite ou para tração leve. No entanto, o salto mais importante – a montaria – só aconteceu quando mudanças genéticas específicas criaram animais mais seguros para o manejo e resistentes ao peso humano. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Isso mostra que a história equestre não foi escrita apenas pela cultura dos povos antigos, mas também por mutações biológicas que definiram quais linhagens prosperariam. As descobertas da ciência: DNA que mudou a equitação Pesquisadores analisaram o DNA de 71 cavalos de diferentes épocas e regiões, além de fósseis com milhares de anos. Entre 266 regiões genômicas estudadas, nove apresentaram sinais claros de seleção. Docilidade como chave da convivência Um dos genes de destaque é o ZFPM1, ligado ao controle da ansiedade. Alterações nessa região, que surgiram há cerca de 5 mil anos, reduziram a agressividade dos equinos. Essa mutação pode ter sido o ponto de virada: cavalos mais calmos eram mais fáceis de treinar e conviver, criando uma base de confiança entre homem e animal. Força e resistência para suportar a montaria Outro gene crucial foi o GSDMC, responsável pela proporção corporal e pela estrutura da coluna. Entre 4.700 e 4.200 anos atrás, alterações nessa região fortaleceram o dorso e melhoraram a sustentação para carga e cavaleiros. Os cavalos com essa característica se multiplicaram: chegaram a ter 20% mais descendentes, evidência de que os humanos selecionaram ativamente os animais com melhor desempenho físico. O impacto da genética na prática A combinação entre docilidade e resistência foi determinante para que os cavalos se tornassem parceiros insubstituíveis:
  • Na guerra, deram mobilidade e vantagem estratégica a exércitos.
  • No transporte, aceleraram o comércio e as viagens.
  • No campo, serviram como força de tração antes da mecanização.
  • A linhagem DOM2, que originou os cavalos modernos, consolidou seu sucesso graças ao gene GSDMC, responsável por ampliar a capacidade de locomoção. Essa característica fez dos equinos um dos motores do desenvolvimento humano ao longo da história. O futuro da genética equina Se no passado mutações aleatórias mudaram a história, hoje a ciência abre novas possibilidades. Com o mapeamento genômico e as biotecnologias modernas, criadores já podem:
  • Identificar genes ligados ao desempenho atlético.
  • Prevenir doenças hereditárias.
  • Melhorar a eficiência reprodutiva e a sustentabilidade da criação.
  • Esses avanços mostram que a genética continua sendo protagonista na evolução da relação entre homem e cavalo. A descoberta publicada na Science revela algo fascinante: sem a genética, os cavalos talvez nunca tivessem se tornado montáveis. As mutações no comportamento e na estrutura corporal foram o alicerce que sustentou toda a trajetória dos equinos ao lado da humanidade. Hoje, entendemos que cada linhagem carrega não apenas uma história de seleção, mas também um futuro de oportunidades para o agronegócio, o esporte e a equitação. Escrito por Compre Rural com informações da Science. VEJA MAIS:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
    Por: Redação

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