• Terça-feira, 1 de julho de 2025

Uso de drones agrícolas dispara no Brasil e já soma 35 mil equipamentos desde 2021

Ministério da Agricultura planeja nova regulamentação para acompanhar avanços tecnológicos do setor agropecuário

Ministério da Agricultura planeja nova regulamentação para acompanhar avanços tecnológicos do setor agropecuário Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro tem passado por uma revolução silenciosa, mas poderosa. Uma das faces mais visíveis dessa transformação é o uso de drones no campo, que saiu de um nicho restrito para se tornar uma ferramenta estratégica presente em milhares de propriedades rurais. Dados recentes revelados durante a DroneShow 2025, maior evento do setor na América Latina, mostram que o número de drones agrícolas em operação no Brasil saltou de pouco mais de 3 mil unidades em 2021 para aproximadamente 35 mil em 2025. Trata-se de um crescimento impressionante, mais de 11 vezes maior em apenas quatro anos.
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    Esse avanço tem relação direta com a publicação da Portaria nº 298 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), editada em 2021. O dispositivo legal foi um marco regulatório ao autorizar, de forma oficial, o uso de aeronaves remotamente pilotadas para aplicações agrícolas, como a pulverização de defensivos e a distribuição de insumos nas lavouras. Desde então, o setor passou a atrair investimentos, gerar novas oportunidades de trabalho e impulsionar a adoção de tecnologias de precisão no campo. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Durante o evento em São Paulo, o consultor técnico Eugênio Schroder destacou o caráter democrático da ferramenta. “ O drone é uma tecnologia acessível, que pode ser utilizada em pequenas, médias e grandes propriedades. Ele se adapta às diferentes realidades do produtor rural, oferecendo agilidade, economia de recursos e maior precisão nas aplicações”, comentou. No entanto, o crescimento acelerado do uso desses equipamentos também expôs um problema: a disparidade entre o número de drones em operação e aqueles efetivamente regularizados. De acordo com dados divulgados durante a DroneShow, apenas 2.618 drones estão devidamente cadastrados junto ao Mapa para atividades agrícolas, o que representa menos de 8% do total estimado. A portaria atual exige que os operadores tenham formação técnica específica e que os equipamentos sejam registrados no sistema oficial, mas esses requisitos nem sempre são cumpridos na prática. A chefe da Divisão de Aviação Agrícola do Mapa, auditora fiscal Uéllen Colatto, reconheceu essa defasagem e alertou para a necessidade urgente de adequação. “ A legislação precisa sair do papel. A profissionalização dos operadores é essencial para garantir a segurança das aplicações, a eficácia do processo e a proteção do meio ambiente”, afirmou. Uso de drones agrícolas dispara no Brasil e já soma 35 mil equipamentos desde 2021
    Foto: Divulgação
    Colatto também revelou que uma nova regulamentação está em fase final de elaboração. A proposta passou por duas audiências públicas e deve ser enviada em breve à Casa Civil. O objetivo é modernizar o arcabouço legal e criar um ambiente mais dinâmico e seguro para o uso dos drones no setor agropecuário. Entre as mudanças previstas, está a substituição do sistema atual (Sipeagro) pelo SDA Digital, uma plataforma mais moderna que promete agilizar processos como o credenciamento de instituições de ensino e a certificação de operadores. Outro ponto central da nova proposta é o reforço das ferramentas de fiscalização. Atualmente, a clandestinidade no uso de drones representa um dos maiores desafios do setor, dificultando o controle das operações e colocando em risco tanto os aplicadores quanto as lavouras. A nova legislação trará diretrizes mais objetivas para permitir ações de fiscalização mais efetivas e combater a informalidade. Durante o evento, o prestador de serviços André Veiga também chamou a atenção para a necessidade de estrutura mínima para quem deseja atuar profissionalmente com drones agrícolas. Segundo ele, o equipamento representa apenas uma parte do investimento. “ Quem trabalha com drone precisa ter um aparelho reserva, baterias extras e planejamento logístico. Só o drone em si corresponde a cerca de 30% do custo total de operação”, explicou. Veiga estima que, para atender à demanda atual de todas as culturas agrícolas brasileiras, seriam necessários ao menos 50 mil drones operando de forma profissional e legalizada. A DroneShow também contou com a participação de autoridades como o superintendente do Mapa em São Paulo, Estanislau Steck, e o engenheiro agrícola Lucas Fernandes de Souza, servidor do ministério. Em sua apresentação, Souza abordou os avanços regulatórios, as possibilidades de uso dos drones em diferentes tipos de lavoura e os impactos positivos da tecnologia na produtividade e na sustentabilidade do setor agropecuário.O crescimento do uso de drones agrícolas no Brasil não é apenas um reflexo da inovação tecnológica, mas também da capacidade do setor em se adaptar a novas demandas e realidades. No entanto, o desafio agora é garantir que esse crescimento venha acompanhado de segurança jurídica, capacitação técnica e fiscalização eficiente, assegurando que os benefícios cheguem a todos os elos da cadeia produtiva. Se bem regulado e profissionalizado, o mercado de drones agrícolas tem potencial para transformar radicalmente a forma como o Brasil produz alimentos, fibras e energia — e para consolidar o país como referência global em agricultura de precisão. Escrito por Compre Rural VEJA MAIS:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
    Por: Redação

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