A diretora Susan Monarez foi demitida do CDC (sigla para Centros de Controle e Prevenção de Doenças) pelo governo de Donald Trump (Partido Republicano). A medida se dá menos de 1 mês depois de ela assumir o cargo. A decisão foi anunciada pelo HHS (sigla para Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos) na 4ª feira (27.ago.2025).
O porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, disse que Monarez “não estava alinhada com a agenda” de Trump. “Ela se recusou a renunciar, como havia informado à liderança do HHS que faria, então a Casa Branca decidiu removê-la do cargo”, declarou, citada pela agência Reuters.
Os advogados de Susan Monarez contestaram a versão. Em nota, Mark S. Zaid e Abbe David Lowell disseram que ela “é uma pessoa íntegra e devota da ciência” e que não pretendia renunciar. Eles acusaram o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., de pressioná-la por se recusar a apoiar “diretivas anticientíficas”.
Eis o anúncio da demissão de Monarez feito nas redes sociais pelo HHS:
O anúncio da demissão se dá em meio a uma ampla reestruturação da política de vacinas nos Estados Unidos. Kennedy Jr. revogou em maio a recomendação federal de vacinação contra a covid-19 para grávidas e crianças saudáveis e, em junho, demitiu todos os integrantes do comitê consultivo de vacinas do CDC. Alguns dos substitutos são pessoas contrárias à imunização.
O contexto é de forte desgaste dentro da agência. Quatro dirigentes de alto escalão entregaram seus cargos:
Em suas cartas, eles citaram ataques à ciência, cortes orçamentários e a “instrumentalização da saúde pública”. Houry mencionou o maior surto de sarampo em 30 anos e o ataque a tiros na sede do CDC em Atlanta como reflexos do ambiente de hostilidade. Já Daskalakis afirmou que as medidas de Kennedy Jr. podem levar o país a uma “era pré-vacinas, em que apenas os mais fortes sobrevivem”.
A Casa Branca propôs reduzir o orçamento do CDC em quase US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 19,8 bilhões), além de ter cortado 2.400 funcionários no início do ano. O sindicato de trabalhadores afirma que a agência vive meses de “maus-tratos, negligência e vilificação”.
A FDA (Food and Drug Administration) aprovou versões das vacinas contra covid-19 da Pfizer, Moderna e Novavax nos EUA na 4ª feira (27.ago). Apesar disso, a vacinação estará limitada a apenas uma parte da população.
O CDC recomenda os imunizantes para idosos com mais de 65 anos. Adultos mais jovens e crianças só devem ser vacinados se tiverem condições de saúde de alto risco, como asma ou obesidade.
