• Quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Anglo American defende venda de minas no Brasil para a China

Anglo American afirma que o processo foi competitivo e que a estatal chinesa apresentou proposta mais consistente.

A Anglo American defendeu a venda de suas minas de níquel no Brasil para a MMG, subsidiária da estatal chinesa China Minmetals por US$ 500 milhões. A decisão causou controvérsia. Isso porque a Corex Holding, ligada ao grupo turco Yildirim e sediada na Holanda, afirma ter oferecido US$ 900 milhões.

De acordo com a empresa, a proposta da compradora apresentou “pagamento inicial significativamente maior” e “condições significativamente mais realistas e alcançáveis” ligadas ao preço futuro da commodity. Leia a nota na íntegra no final da reportagem.

A transação, que incluiu as minas de Barro Alto e Codemin, em Goiás, e os projetos Jacaré (PA) e Morro Sem Boné (MT), foi anunciada em maio de 2024 e é alvo de questionamentos no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e na União Europeia.

Segundo a Anglo American, a decisão foi tomada no contexto de sua estratégia global de concentrar operações em cobre, minério de ferro premium e fertilizantes. Afirmou que o processo foi competitivo, com propostas de diversas companhias, mas que a escolha da MMG se deu pela “qualidade geral da proposta”, que considerou não só o valor em dinheiro, mas também as garantias apresentadas e a capacidade de gestão de longo prazo.

Entre os pontos destacados, a Anglo diz que a oferta da MMG apresentou pagamento inicial maior, condições mais realistas vinculadas ao preço futuro do níquel e uma estrutura corporativa capaz de sustentar os ativos. Também citou o histórico da compradora em manter operações ao longo de ciclos de commodities e investir depois de aquisições.

No comunicado, a empresa declarou que todo o processo seguiu “as melhores práticas de governança”, escolhendo um comprador que teria condições de dar continuidade às operações e preservar benefícios para empregados, comunidades e a economia local.

A MMG, segundo a Anglo, foi considerada apta a investir nos ativos de forma sustentável, mantendo o legado de mais de 40 anos de presença da companhia no Brasil.

A Anglo American reforçou que sua estratégia busca simplificar o portfólio e acelerar crescimento nos segmentos de cobre, minério de ferro e nutrientes agrícolas. A companhia também reiterou compromissos de sustentabilidade e inovação em suas operações globais.

Leia a íntegra do comunicado:

“Em maio de 2024, a Anglo American anunciou uma ampla transformação estratégica para concentrar seu foco em ativos de classe mundial nas áreas de cobre, minério de ferro premium e fertilizantes. Com isso, a empresa decidiu desinvestir seu portfólio de níquel[1] no Brasil, que inclui duas unidades de produção – Barro Alto e Codemin (localizados em Goiás) – e dois projetos a serem desenvolvidos: Jacaré e Morro Sem Boné (localizados no Pará e Mato Grosso, respectivamente). 

 “O processo de venda foi competitivo e recebemos propostas de diversas empresas globais. Após uma análise criteriosa de todas as ofertas recebidas, a decisão de vender para a MMG foi baseada na qualidade geral da proposta, incluindo o valor ofertado em dinheiro, as garantias apresentadas, o histórico operacional e a capacidade de gestão de longo prazo. A MMG é uma empresa de capital aberto, com valor de mercado de aproximadamente US$ 4,7 bilhões e reconhecida como uma operadora segura e responsável, com capacidade financeira e técnica para operar as unidades de produção e desenvolver os projetos. 

“A proposta da MMG apresentou:

“Todo o processo seguiu as melhores práticas de governança, que levaram a escolher um comprador que possa manter e investir nos ativos de forma sustentável, dando continuidade a um legado positivo construído ao longo dos mais de 40 anos, baseado no diálogo com todas as partes interessadas, e beneficiando empregados, comunidades, fornecedores, clientes, e a economia goiana e brasileira como um todo. 

“[1] Nossas operações no Brasil produzem ferroníquel, utilizado na indústria de aço inoxidável, diferente daquele utilizado para baterias. Nossa produção anual de 40.000 toneladas representa cerca de 15% da produção global de ferroníquel e menos de 1% da produção total de níquel no mundo. As reservas combinadas e os recursos minerais potenciais dos ativos operacionais e dos projetos a serem desenvolvidos representam menos de 1% das reservas e recursos minerais de níquel conhecidos globalmente”.

Por: Poder360

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