A Microsoft demitiu 2 funcionários, Anna Hattle e Riki Fameli, na 4ª feira (27.ago.2025), depois de participarem de um protesto no escritório do presidente da big tech contra o vínculo da empresa com Israel.
De acordo com um porta-voz da Microsoft, os funcionários foram demitidos por “graves violações das políticas da empresa e do nosso código de conduta”, em razão da “invasão aos escritórios executivos”.
O grupo No Azure for Apartheid, responsável pelo protesto, disse que Hattle e Fameli receberam a informação da demissão por mensagem de voz.
Os 2 estavam entre os 7 manifestantes presos na 3ª feira (26.ago) por ocupar o escritório do presidente da empresa, Brad Smith. Os outros 5 eram ex-funcionários e pessoas sem ligação com a Microsoft.
Em comunicado na 4ª feira (27.ago), Hattle afirmou que a ação se deu porque “a Microsoft segue providenciando a Israel as ferramentas necessárias para a manutenção do genocídio” em Gaza. “Ao mesmo tempo em que manipula e desorienta seus próprios funcionários sobre essa realidade”, acrescentou.
O No Azure for Apartheid, cujo nome faz referência ao software Azure, da Microsoft, exigiu que a empresa rompesse vínculos com Israel e pagasse indenizações aos palestinos.
Brad Smith afirmou na 3ª feira (26.ago) que a liberdade de expressão desfrutada “por todos” nos EUA seria respeitada, “desde que o façam de forma legal”.
Os protestos se dão depois que o jornal britânico Guardian, em colaboração com veículos palestinos e israelenses, publicou que a Unidade 8200, principal agência de inteligência militar de Israel, teria usado um ambiente segregado dentro do Azure para armazenar milhões de chamadas telefônicas interceptadas diariamente de palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
A Microsoft investiga as alegações. A revisão foi classificada pela empresa como “urgente” e busca verificar se houve violação dos termos de serviço da plataforma de computação em nuvem.
Anteriormente, outros funcionários também protestaram contra os laços da empresa com Israel. Em abril, uma fala do CEO de IA da Microsoft, Mustafa Suleyman, durante a comemoração do 50º aniversário da marca, foi interrompida por 2 funcionários que protestavam a favor dos palestinos. Eles também foram demitidos na época.