O advogado Demóstenes Torres afirmou nesta 3ª feira (2.set.2025) que talvez seja a “única pessoa” que gosta tanto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Demóstenes representa o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha e réu na Corte. A declaração foi feita durante sua sustentação oral na 1ª Turma, que iniciou o julgamento da tentativa de golpe de Estado.
“Então, se o Bolsonaro precisar de eu levar cigarro para ele em qualquer lugar, pode contar comigo. Ele é uma pessoa que eu gosto. Talvez seja a única pessoa no Brasil que goste do ministro Alexandre Moraes e goste do ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse.
Demóstenes usou cerca de 30 minutos para fazer acenos tanto aos ministros do Supremo quanto ao ex-chefe do Executivo. Ao falar sobre seu cliente, afirmou ter sentido “pena” dele. “Um dia bateu nas minhas portas o Almirante Garnier. Fiquei com pena dele, porque é uma pessoa que vai entrar agora 65 anos, não tem recursos para pagar o advogado […] E é uma figura que eu considero muito importante na minha vida”, declarou.
A 1ª Turma do STF julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 7 réus por tentativa de golpe de Estado. A análise do caso pode se alongar até 12 de setembro.
Integram a 1ª Turma do STF:
Bolsonaro indicou 9 advogados para defendê-lo.
Os 3 principais são Celso Villardi, Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser. Os demais integram os escritórios que atuam na defesa do ex-presidente.
Além de Bolsonaro, são réus:
O núcleo 1 da tentativa de golpe foi acusado pela PGR de praticar 5 crimes: organização criminosa armada e tentativas de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Se Bolsonaro for condenado, a pena mínima é de 12 anos de prisão. A máxima pode chegar a 43 anos.
Se houver condenação, os ministros definirão a pena individualmente, considerando a participação de cada réu. As penas determinadas contra Jair Bolsonaro e os outros 7 acusados, no entanto, só serão cumpridas depois do trânsito em julgado, quando não houver mais possibilidade de recurso.
Por ser ex-presidente, se condenado em trânsito julgado, Bolsonaro deve ficar preso em uma sala especial na Papuda, presídio federal em Brasília, ou na Superintendência da PF (Polícia Federal) na capital federal.