O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou neste sábado (4.out.2025) que uma pesquisa PoderData divulgada na véspera mostra que o “bolsonarismo está isolado”.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o deputado destacou o crescimento do número de brasileiros que se dizem contrários à anistia dos condenados por tentativa de golpe depois da derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
“É impressionante como cresce o isolamento do bolsonarismo. Vocês viram a última pesquisa sobre anistia? Olha, saiu agora no Poder360. […] O ‘Rejeita anistia’: eram 51% dos brasileiros, foi para 64%. Cresceu 13 pontos”, diz Lindbergh.
Assista ao vídeo (1min53s):
Eis os dados da pesquisa do PoderData, empresa subsidiária do Grupo de Comunicação Poder360.
Lindbergh destacou o aumento da rejeição entre os próprios eleitores de Bolsonaro. A taxa dos que discordam da anistia aumentou 6 pontos percentuais, saindo de 49% em março para 55% em setembro.
A proporção de favoráveis ao perdão se manteve estável no período: oscilou para baixo, dentro da margem de erro (2 p.p.), de 36% para 33%. Eis os dados do levantamento realizado de 27 a 29 do mês passado:
Segundo Lindbergh, os resultados do PoderData mostram que o projeto de anistia no Congresso está “definitivamente enterrado”. O deputado disse que enviará a pesquisa a outros líderes partidários, que ainda estão sendo consultados sobre o texto pelo relator do projeto na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
“Essa anistia está definitivamente enterrada. Vou pegar esses números e mandar para tudo que é líder para encerrar de vez esse assunto. Isso mostra o seguinte: o tamanho da mudança de conjuntura que está acontecendo no Brasil”, declarou.
A proposta de anistiar os presos pelo 8 de Janeiro é apoiada e impulsionada por políticos de oposição, em especial os ligados a Bolsonaro.
Em vitória da oposição, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência de votação do Projeto de Lei 2.162 de 2023, que determina a anistia, em 17 de setembro –6 dias depois da condenação de Bolsonaro e outros réus pelo STF. Agora, o texto pode ser votado direto no plenário a qualquer momento.
Paulinho da Força, que vem chamando o projeto de “PL da Dosimetria”, deve apresentar o texto final na 2ª feira (6.out). O relator, porém, não quer perdão das penas. Busca apenas sua redução.
Como mostrou o Poder360, da forma como foi proposta, se aprovada no plenário da Câmara, a pena de Bolsonaro seria reduzida de 27 anos para 1 ano e 7 meses de prisão domiciliar. Ainda assim, o ex-presidente permaneceria inelegível e não poderia concorrer às eleições de 2026.