• Sábado, 4 de outubro de 2025

A 1 ano da eleição, direita e esquerda priorizam vagas no Senado

Lula e Bolsonaro querem fazer maioria das 54 cadeiras em disputa em 2026; Planalto hoje tem vantagem, mas terá de ter mais vitórias que a oposição para manter comando dos senadores.

Além da quebra de braço pelo Planalto, as eleições de 2026 terão como foco a disputa pelo Senado Federal, onde estarão em jogo 54 das 81 cadeiras. A renovação de ⅔ da Casa tem potencial para redefinir o equilíbrio de forças da política brasileira até 2035.

O controle da Casa Alta tornou-se a prioridade tanto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que enxergam na maioria legislativa um instrumento decisivo para influenciar não apenas a governabilidade, mas também a relação com o STF (Supremo Tribunal Federal).

O Senado concentra atribuições exclusivas que explicam a centralidade da disputa. Cabe ao presidente da Casa, por exemplo, autorizar e conduzir processos de impeachment contra ministros do Supremo.

O número de ouro tanto para a esquerda quanto para a direita é 41 –a maioria necessária para controlar a pauta e viabilizar as prerrogativas.

A eleição favorece a oposição. Dos 27 senadores que permanecem com mandato até 2031, 17 têm ligação a direita e apenas 7 com governo. Isso significa que Bolsonaro e seus aliados precisam eleger 24 das 54 vagas em disputa para atingir a maioria. Já Lula precisará conquistar 34 cadeiras.

A diferença de ponto de partida molda as estratégias. Bolsonaro, inelegível até 2030, tem repetido que a conquista do Congresso é mais importante do que o retorno ao Palácio do Planalto.

Sua meta é eleger ao menos 20 senadores pelo PL e formar uma coalizão de direita com 44 cadeiras no Senado. Para ele, uma maioria no Legislativo poderia impor limites ao STF e, em suas palavras, “mandar mais que o presidente da República”.

Lula, por outro lado, alerta sua base sobre os riscos de uma oposição dominante capaz de travar a pauta do Executivo e pressionar ainda mais o Supremo. Em reuniões internas, tem afirmado que, se a direita alcançar 41 cadeiras, poderá “avacalhar” o Supremo e criar um ambiente de instabilidade.

A estratégia do petista é pragmática: priorizar alianças regionais e abrir mão de candidaturas próprias em Estados onde o PT tem baixa competitividade.

O mapa da disputa já começa a ser desenhado. A direita pretende conquistar as duas vagas do Senado em todos os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de avançar nas regiões Norte e Nordeste.

Bolsonaro aposta em nomes como Flávio Bolsonaro (RJ), Michelle Bolsonaro e Bia Kicis (DF). Além da reeleição de Ciro Nogueira (PP-PI) e Rogério Marinho (RN).

O governo, por sua vez, cogita lançar ministros de destaque, como Simone Tebet (Planejamento), e Fernando Haddad (Fazenda), além de tentar reeleger aliados como Randolfe Rodrigues (AP) e Jaques Wagner (BA).

Por: Poder360

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