O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou nesta 6ª feira (3.out) as obras da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025) em Belém (PA). A 37 dias do evento, só 87 países reservaram hospedagem para o evento. O governo trabalha para ampliar o número de delegações –são 81 ainda em tratativas.
Os números foram confirmados pela gestão da conferência ao Poder360 nesta 6ª feira (3.out). O evento será realizado a partir de 10 de novembro e espera reunir 50.000 pessoas.
Das 198 nações signatárias da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, 196 partes demonstraram interesse em participar. Entre as confirmações estão Japão, Espanha, Noruega, Portugal, Arábia Saudita, Egito, República Democrática do Congo e Cingapura, segundo o Ministério do Turismo.
A gestão avalia que ainda há espaço para crescimento no número de reservas efetivadas. O ritmo atual de confirmações, porém, sugere que a estimativa de público pode estar subestimada.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, afirmou que países pediram para retirar a conferência de Belém por causa dos preços abusivos. Diárias chegaram a ser oferecidas de R$ 6.000 a R$ 238.000, valores até 10 vezes acima do normal.
A cidade conta com leitos disponíveis distribuídos entre hotéis, navios, residências de temporada e Airbnb.
A última atualização da oferta, nesta 6ª feira (3.out), inclui:
Em carta direcionada ao setor privado divulgada em agosto, a presidência da COP30 disse existir “desafios logísticos”, mas apelou para que CEOs, investidores, inovadores, empreendedores “arregacem as mangas” e participem do evento. Leia a íntegra (PDF – 271 kB).
Para atrair delegações, o Brasil também lançou em 1º de setembro vistos eletrônicos gratuitos –uma medida que antes se restringia apenas a americanos, canadenses e australianos. O e-Visto tem validade até dezembro de 2025 e permite múltiplas entradas.
O presidente visitou nesta 6ª feira (3.out) as obras preparatórias para a conferência, como o Parque da Cidade, que sediará negociações.
Considerada a maior intervenção urbana de Belém nos últimos 100 anos, o parque ocupa 500 mil m² no bairro da Sacramenta. O espaço abrigará as zonas azul e verde da conferência.
A zona azul é restrita às delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada. A verde terá acesso livre ao público.
Segundo Lula, os investimentos vão beneficiar a população local. “A COP é um evento que vai durar 20 dias no máximo. Depois, essas obras todas vão ficar para o povo do Estado do Pará, para o povo da cidade de Belém”, disse.
Veja imagens:
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financia R$ 1,5 bilhão em obras de infraestrutura. O banco de fomento federal apoia intervenções em macrodrenagem, mobilidade urbana e modernização de equipamentos estratégicos.
O maior projeto, com crédito de R$ 740 milhões, é a macrodrenagem das bacias do Tucunduba e Murucutu.
Os desafios logísticos da conferência são reconhecidos pela Presidência. Para Lula, sediar o evento em Belém é uma decisão estratégica que vai expor líderes globais à realidade amazônica e cobrar financiamento climático dos países ricos.
O petista disse ter enviado cartas aos presidentes Donald Trump (Estados Unidos), Xi Jinping (China) e Javier Milei (Argentina) convidando-os para a COP30. “É preciso mostrar para o mundo o que é a Amazônia e o que é o Pará”, declarou na 5ª feira (2.out).
Ele também classificou a COP30 como “a COP da verdade“ e não “a COP do luxo”. Em cerimônia em Breves, na Ilha do Marajó (PA), Lula brincou sobre sua hospedagem: “Eu falei para a Janja, não vou nem para hotel, vou dormir num barco. Enquanto os gringos estão dormindo, eu vou estar pescando”.
