Brasília amanheceu nesta 3ª feira (2.set.2025) com reforço de segurança na Esplanada dos Ministérios. O STF (Supremo Tribunal Federal) inicia nesta manhã o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 7 réus acusados de integrar o núcleo central da tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022.
A Polícia Militar vai manter viaturas e homens em frente ao STF até o fim do julgamento –que pode se estender até 12 de setembro. Tropa de Choque, Bope da PM e Coti (Comando de Operações Táticas) da PF (Polícia Federal) estão de sobreaviso. A SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) se prepara para fechar a Esplanada, caso necessário.
A partir desta 3ª feira (2.set), a praça dos Três Poderes terá controle de acesso. A Polícia Federal fará varreduras no STF. Drones com imagem térmica serão usados para vigilância diurna e noturna. Contudo, o trânsito segue livre.
Segundo apurou o Poder360, 30 agentes da Polícia Judicial de outros Estados foram deslocados para Brasília. Eles vêm da Justiça Federal do Rio de Janeiro, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) do Rio e do TRT de São Paulo.
Agentes da Justiça Federal do DF, TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios), TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), TRT-10 (Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região) e TST (Tribunal Superior do Trabalho) também participam da operação.
Os profissionais vindos de fora da capital ficarão alojados na cidade, enquanto os brasilienses voltam para casa. Entre os reforços externos, duas são mulheres.
Uma célula integrada de inteligência foi instalada na SSP-DF para monitorar redes sociais, mapear riscos e reduzir tempo de resposta.
Para o 7 de Setembro, a Esplanada será fechada em etapas a partir da noite do dia 6. O acesso ao desfile será liberado às 6h, com pontos de revista. Estão proibidos armas, vidros, fogos de artifício, mochilas grandes, barracas e drones não autorizados.
Até o momento, não há registro de manifestações organizadas para o julgamento. A operação especial parece buscar evitar uma repetição dos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos e depredados.
Bolsonaro é réu sob acusação de comandar uma tentativa de golpe no Brasil depois que perdeu as eleições de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O processo que se inicia marca um precedente constitucional. Pela 1ª vez, um ex-presidente da República responderá criminalmente por atos contra as instituições democráticas.
Bolsonaro, capitão reformado do Exército, também representa o 1º caso de militar de alta patente no banco dos réus por crimes políticos desde a redemocratização.
As datas reservadas são 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, com julgamento presencial. Bolsonaro e os demais réus responderão pela acusação de tentativa de golpe após as eleições de 2022. O processo pode durar até 27 horas, divididas em sessões matutinas.
A distância entre o STF e a casa de Bolsonaro no Jardim Botânico é de cerca de 20 minutos de carro, passando pelo Eixo Monumental e saídas sul da capital.
A residência é alugada e fica no Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, local conhecido pelas casas de alto padrão.
Apesar disso, Bolsonaro não deve comparecer presencialmente ao julgamento da 1ª Turma, embora haja vontade de ir. Ele cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, por descumprir medidas cautelares impostas no trâmite do processo.
Além de Bolsonaro, são réus:
O núcleo 1 da tentativa de golpe foi acusado pela PGR de praticar 5 crimes: organização criminosa armada e tentativas de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Se Bolsonaro for condenado, a pena mínima é de 12 anos de prisão. A máxima pode chegar a 43 anos.