A primeira-dama Janja Lula da Silva viajou para Nova York na 4ª feira (17.set.2025) para participar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Ao fim da viagem, a socióloga somará 145 dias fora do Brasil desde 2023, quando chegou ao Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). São 33 viagens para 35 países.
Segundo levantamento realizado pelo Poder360, o total de viagens para o exterior de Janja será de 21 dias a mais que Lula no mesmo período. Só em 2025, a socióloga terá passado 42 dias no exterior em 8 viagens internacionais, sendo duas sem o presidente.
A primeira-dama chegou à cidade norte-americana 3 dias antes do presidente, que desembarca no domingo (21.set). O petista discursará na abertura da assembleia, marcada para 3ª feira (23.set).
Durante os próximos dias em Nova York, Janja participará de encontros ligados a pautas sociais. Depois, acompanhará a agenda do presidente, que priorizará a política externa do governo. Ambos devem retornar ao Brasil em 25 de setembro.
Apesar de não ter cargo público, Janja tem participado de missões internacionais representando o governo em eventos sociais, culturais e diplomáticos.
Eis as viagens da primeira-dama em 2025:
As viagens de Janja têm alimentado críticas da oposição. A ida à Itália em fevereiro, por exemplo, resultou em uma representação na CGU (Controladoria Geral da União) pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP). O congressista pediu investigação sobre os gastos da viagem a Roma.
Logo depois, a AGU (Advocacia Geral da União) publicou uma instrução normativa desautorizando primeiras-damas a assumirem compromissos oficiais em nome do Brasil. Na prática, pouco muda em relação a Janja. O texto reconhece que sua atuação tem “natureza jurídica própria”.
Os dados mostram uma mudança no perfil diplomático de Janja, que passou de viagens mais curtas e protocolares para missões mais longas e autônomas, com média de 5,25 dias por deslocamento em 2025. A tendência mostra maior protagonismo da primeira-dama –sinaliza uma evolução para o papel de representante com autonomia nas relações do governo petista.
O destino mais frequente nos 3 anos são os Estados Unidos, visitados 5 vezes pela primeira-dama, principalmente para participar de assembleias da ONU e eventos multilaterais. Em 2025, Janja e Lula chegarão ao país em um momento de tensão com o governo do presidente Donald Trump (Partido Republicano), que aplicou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sancionou autoridades brasileiras.
Em 2023, Janja não teve compromissos próprios fora do país e acompanhou Lula em todas as idas a outros países. Mas esse foi o ano em que mais carimbou o passaporte: 62 dias no exterior em 15 viagens. Reflete a busca do petista para restabelecer relações diplomáticas desde o retorno ao Planalto.
Em 2024, participou de eventos paralelos em Nova York, como o Pacto Global da ONU, um seminário na Universidade Columbia sobre combate à fome, palestra sobre liderança feminina e reunião sobre 1ª infância promovida por Unicef e organizações internacionais.
O presidente será o 1º a discursar na Assembleia Geral da ONU, posição tradicionalmente reservada ao Brasil desde 1947.
O petista deve defender as prioridades diplomáticas brasileiras: proteção ambiental, fortalecimento democrático e redução das desigualdades. Contudo, essas bandeiras se chocam com as políticas de Trump.
O contexto é mais delicado porque as relações bilaterais Brasil-Estados Unidos enfrentam a mais grave deterioração em décadas.