• Sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Canadá e México dizem que fazem “EUA mais forte”

Carney e Sheinbaum falam em “nova era” nas relações e defendem maior cooperação econômica e de segurança.

Canadá e México intensificaram na 5ª feira (18.set.2025) a cooperação econômica e de segurança. A ação se dá no momento em que o mundo se preocupa com as tarifas impostas pelos Estados Unidos. O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney (Partido Liberal do Canadá, centro-esquerda), disse que os 2 países “complementam” os EUA e fazem dos norte-americanos “mais fortes”.

Carney realizou a 1ª visita bilateral de um líder canadense ao México em 8 anos e esteve com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum (Movimiento de Regeneración Nacional, esquerda). Os 2 países iniciaram consultas públicas com os EUA nesta semana, em preparação para a revisão do USMCA (o acordo de livre comércio da América do Norte), prevista para 2026.

Carney declarou estar confiante em um desfecho positivo. “Tenho total confiança, assim como a presidente [do México], de que podemos encontrar os ajustes necessários para reforçar a competição e a competitividade em nossa região”, disse a jornalistas.

Carney afirmou que a América do Norte é a região econômica mais competitiva do mundo e que parte desse resultado “se deve à cooperação” entre Canadá e México. “Nós complementamos os Estados Unidos. Fazemos deles mais fortes. E juntos somos fortes”, afirmou.

Mais de 75% das exportações canadenses têm como destino os EUA, enquanto o México envia ao menos 80% de seus produtos ao país vizinho. Os governos querem diversificar mercados para reduzir a dependência. Carney disse esperar volumes maiores de comércio e investimento envolvendo o México. Sheinbaum declarou que as duas nações continuarão lado a lado, e que a cooperação é o caminho para superar desafios.

Na entrevista a jornalistas, a presidente mexicana falou em “nova era” das relações bilaterais. Além da economia, os países buscam maior cooperação em segurança e defesa, incluindo combate a organizações criminosas transnacionais e reforço da vigilância em fronteiras.

O Brasil também tem se movimentado para ampliar seus vínculos comerciais com países da América do Norte. O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), declarou que os ACE (Acordos de Complementação Econômica) 53 e 55, vigentes entre Brasil (via Mercosul) e México, serão atualizados até agosto de 2026.

Ele afirmou que os textos serão revisados para aumentar o número de produtos com livre comércio ou taxas menores entre os países signatários, reforçando a “complementaridade econômica”.

O Brasil também organizou, de 10 a 12 de setembro, uma Missão Comercial Brasil-Canadá em Toronto para diversificar mercados, diante das tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros.

A missão, liderada pela ApexBrasil, envolveu setores como alimentos, serviços, tecnologia, agronegócio e indústria, com o objetivo de abrir novas oportunidades fora da dependência dos Estados Unidos.

Por: Poder360

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