• Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Bancada do agro pedirá urgência de projeto que autoriza controle de javalis por estados

Proposta de Alceu Moreira, que autoriza controle de Javalis pelos Estados, busca regulamentar manejo e descentralizar decisões para evitar crise sanitária e garantir segurança da produção agropecuária

Proposta de Alceu Moreira, que autoriza controle de Javalis pelos Estados, busca regulamentar manejo e descentralizar decisões para evitar crise sanitária e garantir segurança da produção agropecuária A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se mobiliza no Congresso Nacional para pedir tramitação urgente do Projeto de Lei nº 4253/2025, de autoria do deputado Alceu Moreira (MDB-RS). A proposta regulamenta o controle de javalis e espécies invasoras, concedendo autonomia a estados e municípios para atuar no manejo da fauna. A medida surge em reação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que deve julgar nas próximas semanas a constitucionalidade da caça de espécies invasoras autorizada por legislações estaduais. Segundo o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), a iniciativa é fundamental para evitar que questões sanitárias comprometam o setor agropecuário. “Se o problema é constitucional, vamos resolver isso. Não faz sentido um país que alimenta mais de um bilhão de pessoas correr risco de peste suína ou febre aftosa por falta de controle eficiente”, afirmou.
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    O deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE) manifestou apoio à tramitação acelerada da proposta, destacando a gravidade da situação e os impactos econômicos e ambientais causados pela espécie invasora. “Eu sou a favor da urgência desse projeto de controle de javalis, sim. Veja, o avanço do javali no ecossistema brasileiro, além de provocar um forte desequilíbrio ambiental, por ser uma espécie exótica invasora, vem também causando prejuízos enormes aos produtores rurais, com a destruição de suas lavouras. Passou a ser uma praga que, como consequência, causa muito desemprego na zona rural”, afirmou o parlamentar, reforçando que a falta de controle efetivo tem comprometido a sustentabilidade das propriedades rurais e agravado os riscos à economia do campo. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Descentralização e Autonomia no Controle de Javalis O PL 4253/2025 assegura que estados e municípios possam adotar medidas de manejo e controle populacional de espécies invasoras como o javali, praga que causa danos de até 40% em lavouras de milho e soja e ameaça o status sanitário do Brasil. O texto também prevê condições para consumo, distribuição e comercialização dos produtos e subprodutos resultantes do abate, desde que obedecidas as normas sanitárias e ambientais locais. O projeto inclui ainda a possibilidade de bonificação a caçadores credenciados, incentivando a adesão voluntária ao programa de controle. A proposta é inspirada em modelos já adotados em países como Alemanha e Estados Unidos, onde a caça controlada é parte das políticas públicas de defesa agropecuária. controle de javalis - FPA
    Divulgação/FPA
    Risco Sanitário e Econômico De acordo com estudos e entidades do setor, o Brasil precisará abater mais de 1 milhão de javalis em 2025 para conter o avanço da espécie. Só em 2024, foram eliminados cerca de 500 mil animais, número insuficiente diante da expansão descontrolada da população. Os javalis e javaporcos são vetores de doenças graves, como peste suína clássica e febre aftosa, colocando em risco o status de país livre da aftosa sem vacinação, fundamental para as exportações de carne bovina e suína. A Associação Brasileira de Caçadores Aqui Tem Javali alerta que a situação já representa uma “bomba-relógio sanitária” para o agronegócio brasileiro. Críticas ao Controle de Javalis Centralizado pelo Ibama Para o autor do projeto, Alceu Moreira, o atual modelo centralizado é ineficiente e lento, impedindo respostas rápidas aos surtos regionais. Ele defende retirar o controle exclusivo do Ibama e transferir competências para estados e municípios, que conhecem melhor a realidade local e possuem condições de agir com agilidade. “Não é correto imaginar que autoridades locais sejam menos responsáveis. Precisamos de uma regulamentação nacional que garanta autonomia para agir conforme as necessidades sanitárias e populacionais”, afirmou o deputado com exclusividade ao Compre Rural. Aproveitamento da Carne e Bonificação O parlamentar também propõe remunerar caçadores credenciados e aproveitar a carne abatida, desde que submetida a inspeção veterinária rigorosa. “É um desperdício descartar uma proteína de qualidade num país com insegurança alimentar. O javali saudável pode ser destinado ao consumo humano, beneficiando comunidades e reduzindo custos de controle”, ressaltou Moreira. STF e Repercussão Geral O Supremo Tribunal Federal reconheceu repercussão geral (Tema 1.426) ao julgar o Recurso Extraordinário 1.430.827, que discute a validade da Lei Estadual nº 17.295/2020, de São Paulo, responsável por autorizar o manejo de espécies invasoras. A decisão final do STF, ainda sem data, vinculará todas as instâncias judiciais e definirá os limites da autonomia estadual, conforme mostrou conteúdo exclusivo do Compre Rural. Pressão da Bancada Ruralista A FPA articula junto ao Congresso a aprovação célere do PL 4253/2025, alegando que o problema transcende o campo ambiental e representa ameaça direta à segurança alimentar, à competitividade do agro e à sanidade animal. O presidente Pedro Lupion reforça que o manejo responsável e legalizado é a única forma de conter o avanço da praga e evitar uma crise sanitária que comprometa a produção e exportação de carnes brasileiras. A proposta em discussão no Congresso marca uma mudança de paradigma: do controle centralizado para a descentralização participativa, envolvendo governos locais e caçadores credenciados. Ao mesmo tempo, busca responder à urgência sanitária e proteger o patrimônio agropecuário nacional diante do avanço dos javalis — espécie invasora que já ameaça lavouras, rebanhos e a imagem sanitária do Brasil no mercado global.
    Por: Redação

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