Governo equipara Tilápia e Javali como espécies invasoras; e agora, o que vai acontecer?Como funcionará a seleção O edital do processo prevê análise do histórico escolar (peso 4) e uma redação presencial (peso 6) sobre temas relacionados à saúde no campo, educação agrária ou reforma agrária. As inscrições foram gratuitas e ocorreram entre 10 e 20 de setembro de 2025. A previsão de início das aulas é 20 de outubro. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});A UFPE esclareceu que as vagas são suplementares, não interferem nas cotas regulares do Sisu e são financiadas com recursos do Incra, destinados especificamente à educação no campo por meio do Pronera. O curso seguirá o mesmo projeto pedagógico e critérios de avaliação das demais turmas de medicina. Os professores envolvidos atuam de forma voluntária e são remunerados com bolsas custeadas pelo programa. Pronera: histórico e abrangência Criado em 1998, o Pronera é uma política pública do Incra que busca garantir acesso à educação a populações do campo, com foco em assentados da reforma agrária. Já promoveu mais de 540 cursos nos níveis fundamental, médio e superior para cerca de 192 mil educandos em todo o Brasil. As universidades públicas são parceiras majoritárias na execução dos cursos, que incluem formações em direito, agronomia, pedagogia da terra, medicina veterinária, entre outros. Reações e embates A medida gerou reação de diversas entidades. Em nota conjunta, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), o Sindicato dos Médicos e a Associação Médica de Pernambuco alegaram que a criação de uma seleção paralela aos sistemas tradicionais “afronta os princípios da isonomia e da credibilidade acadêmica”. O tema também chegou ao Congresso Nacional. A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para explicar os critérios adotados e a legalidade da Resolução nº 01/2025 e do Edital nº 31/2025 da UFPE. O autor do pedido, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), classificou o curso como “discriminatório” e “instrumento de militância” nas universidades públicas. Decisão da Justiça reforça legalidade do curso de medicina sem vestibular para o MST Mesmo com duas liminares tentando suspender o edital, a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, em ambos os casos, reverter as decisões com base no argumento da autonomia universitária, prevista na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). O desembargador Damasceno sustentou que a criação de uma turma extraordinária não exige aprovação legislativa, desde que não comprometa a qualidade do ensino — o que, segundo ele, não se aplica ao caso da UFPE. A AGU também rebateu o argumento de que o curso seria um privilégio para o MST, afirmando que o Pronera é uma política pública consolidada, voltada a todos os povos do campo, e não um programa de cotas comuns. A atuação da AGU foi descrita como prioritária diante da tentativa de “contaminação ideológica” do debate, segundo o subprocurador Henrique Varejão. É preciso medidas urgentes A implementação do curso de Medicina voltado a públicos do campo reforça o tensionamento entre inclusão social e meritocracia no ensino superior. Enquanto setores da sociedade enxergam a medida como um avanço necessário para corrigir desigualdades históricas, outros a percebem como uma ruptura com os critérios tradicionais de acesso à universidade. A continuidade do projeto, agora autorizada judicialmente, ainda deve gerar novos desdobramentos jurídicos e políticos, principalmente após o comparecimento do ministro da Educação à Câmara. Por ora, os 1.201 candidatos inscritos para a seleção aguardam a próxima etapa do processo, marcada para o início de outubro.
Autorizado curso de medicina na UFPE, sem vestibular, para membros do MST
Justiça autoriza curso de Medicina na UFPE com 80 vagas exclusivas para beneficiários da reforma agrária. Entidades médicas criticam modelo sem Enem ou Sisu; ministro será convocado na Câmara
Turma exclusiva do curso de medicina na UFPE para membros do MST, será financiada pelo Pronera e selecionará 80 alunos – sem-terra, quilombolas e educadores do campo, sem uso do Enem ou Sisu. Polêmica mobiliza Congresso, entidades médicas e Judiciário. Uma decisão judicial do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) reacendeu o debate sobre o acesso ao ensino superior e o papel das universidades públicas em políticas de inclusão social. O desembargador Fernando Braga Damasceno autorizou a continuidade do processo seletivo para uma turma suplementar do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com 80 vagas destinadas exclusivamente a beneficiários do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) — entre eles, assentados, acampados, educadores populares, quilombolas e integrantes de famílias ligadas ao Crédito Fundiário. A seleção para o curso, que ocorrerá no campus da UFPE em Caruaru (PE), não utiliza os sistemas tradicionais como Enem ou Sisu, o que gerou fortes críticas de entidades médicas e parlamentares da oposição, que apontam suposta quebra de isonomia e favorecimento ideológico. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
Por: Redação