• Terça-feira, 24 de junho de 2025

Saiba o que são o domo de ferro e o raio de ferro usados por Israel

Sistemas protegem o país de ataques aéreos; um tipo de defesa que no passado só se via em filmes de ficção científica.

O governo de Israel usou o sistema Iron Beam (raio de ferro, em português) pela 1ª vez durante o conflito contra o Irã. As informações são da agência russa Tass. Além do raio, o país conta também com um outro sistema de defesa: o Iron Dome (domo de ferro, em português), que já é usado desde 2011.

Os 2 sistemas têm uma única função: interceptar e destruir mísseis balísticos e ameaças aéreas do inimigo. Os modelos de defesa, no entanto, são diferentes. Leia abaixo como cada um funciona e assista o vídeo Poder Explica.

O Domo de Ferro é um sistema de defesa que Israel utiliza desde 2011, quando fez a 1ª interceptação bem-sucedida.

O mecanismo em si não é uma barreira física ou com tecnologias que criam algum tipo de domo físico.

O sistema, na realidade, é um conjunto de armas antimísseis que, juntando o raio de alcance de cada uma, cobre em uma área que se assemelha a uma cúpula ou domo.

Esse sistema de defesa se baseia na interceptação de mísseis com armas antiaéreas –com um raio de alcance de 70 km–, um modelo de radar que detecta e rastreia ameaças, e um computador que analisa as informações e decide quais alvos devem ser atacados. Diferentes empresas israelenses desenvolvem cada um dos componentes.

Para funcionar, o domo de ferro é composto por baterias, conjuntos de equipamentos que podem ser transportados e montados em diferentes ambientes.

Em cada bateria existem as 3 partes principais:

O radar detecta o alvo e envia as informações para o computador BMC, que calcula a trajetória do alvo e avalia se a ameaça atingirá uma cidade ou região povoada. Em caso afirmativo, o sistema ativa e dispara um míssil Tamir, que segue e intercepta o armamento inimigo.

Por se basear em baterias móveis, Israel pode reposicionar o domo de ferro em diferentes regiões a depender da demanda. Tal sistema permite uma mobilidade estratégica.

Por questões de segurança, o governo israelense não divulga onde as baterias estão localizadas.

O Domo de Ferro é um sistema conhecido. Países como China, Coreia do Sul e Estados Unidos utilizam modelos antiaéreos semelhantes.

O domo, apesar de já ser consolidado, tem fragilidades. A maior é o custo.

Para se produzir uma bateria com os 3 equipamentos principais, são necessários cerca de US$ 50 milhões, segundo a IDR (Revista de Defesa Internacional). O valor não considera o custo por míssil Tamir, que é de US$ 50.000.

Outro problema do sistema é a precisão. Israel afirma ser de 90% –9 a cada 10 mísseis estariam sendo interceptados.

A guerra contra o Irã, no entanto, indicou que o domo é vulnerável. Mísseis disparados pelos iranianos atingiram Tel Aviv.

Para tentar solucionar as questões de custos e avançar na tecnologia de guerra, Israel desenvolveu o Raio de Ferro.

Apresentado no Singapore Air Show de 2014, o raio de ferro ficou em desenvolvimento por mais de 10 anos. Israel começou a operar o sistema em maio de 2025 e usou pela 1ª vez para interceptar mísseis iranianos em 17 de junho de 2025.

O Raio de Ferro é uma máquina de laser de alta potência. O raio é capaz de acertar alvos a uma distância de até 7 km, segundo sites especializados, como o Popular Mechanics.

A principal vantagem da nova tecnologia é o custo muito baixo para cada interceptação. Enquanto cada míssil Tamir do Domo de Ferro custa mais de US$ 50.000, um disparo do raio custa US$ 3, que é o valor da energia gasta para ativar e operar o sistema.

O raio de ferro tem 5 componentes principais:

O sistema de laser utiliza espelhos que redirecionam as luzes para um único feixe. A tecnologia de reflexão e resfriamento não permite que o espelho derreta com os raios.

O radar detecta a ameaça, a IA avalia se o raio de ferro é a melhor resposta para interceptação. Caso seja uma ameaça a uma distância muito grande, o sistema envia uma orientação para que os mísseis do Domo de Ferro possam abater.

Apesar de ser mais preciso e barato, o Raio de Ferro israelense tem algumas desvantagens práticas e técnicas.

O 1º problema é a emissão do raio, que pode ser ofuscado por condições climáticas. Uma neblina, por exemplo, pode atrapalhar a precisão do equipamento.

Outro problema técnico é tempo de ação do raio.

A forma como o laser intercepta e destrói um alvo com por meio de uma potência de 100 kW, que chega ao míssil inimigo e o explode. A desvantagem é que o sistema demora alguns segundos para destruir a ameaça.

Em um cenário de guerra com centenas de mísseis, uma unidade do raio não é suficiente para interromper o ataque inimigo.

Essa desvantagem poderia ser solucionada com mais unidades do laser –o valor para construção desse sistema não foi divulgado.

Diversos filmes de ficção científica já fizeram referência a armas lasers e dispositivos semelhantes ao Raio de Ferro de Israel.

Os longas mais conhecidos nesse sentido são os da franquia “Star Wars”, que possui várias máquinas, como o sabre de luz e as naves espaciais, que funcionam à base dos lasers de alta potência.

Personagens da franquia “Transformers” e “Homem de ferro” também usam armas que atiram feixes. Esses e outros exemplos são próximos ao raio de ferro do governo israelense.

A tecnologia de Israel ainda não está finalizada, e começou a ser utilizada de forma antecipada, visto que o uso do raio estava programado para outubro de 2025, mas foi antecipado pela guerra com o Irã.

Assista (2m54s):

Por: Poder360

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