• Terça-feira, 24 de junho de 2025

EUA: Figueiredo cobra ação para Brasil não virar “Venezuela turbinada”

O jornalista e youtuber bolsonarista Paulo Figueiredo é um dos 34 denunciados ao STF por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022

O bolsonarista Paulo Figueiredo Filho, um dos 34 denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, pediu em uma audiência no Congresso dos Estados Unidos nesta terça-feira (24/6) para que o governo norte-americano tome uma “ação incisiva” contra decisões tomadas pelo ministro Alexandrer de Moraes, do STF, para que o Brasil, nas palavras dele, “não se torne uma Venezuela turbinada no coração da América do Sul”. Leia também O comunicador, que é neto do general João Batista Figueiredo (1918-1999), último presidente da ditadura militar brasileira, foi ouvido pela Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, do Congresso dos Estados Unidos, para falar sobre supostas violações do ministro do Supremo Tribunal Federal a leis norte-americanas. Veja: Figueiredo abriu seu discurso falando que sofre “perseguição” desde 2019, quando a Justiça brasileira decretou sua prisão preventiva e ele teve nome incluído na lista vermelha da Interpol. Ele lembrou as rusgas recentes entre os donos do X e Rumble com Moraes. “As implicações de segurança nacional dos EUA são enormes, imagina se qualquer juiz de qualquer país pudesse obrigar empresas americanas a fornecer dados de pessoas em solo americano. O Departamento de Justiça do EUA enviou uma carta de advertência ao Brasil instruindo as autoridades brasileiras a não invadir a jurisdição americana. Sem ação incisiva dos EUA teremos uma Venezuela turbinada no coração da América do Sul”. Figueiredo citou a como uma das ferramentas poderosas dos EUA para lidar contra a censura a cidadãos americanos. O jornalista ainda pediu ao congresso americano que sejam realizadas sanções contra Moraes pelos próximos 30 dias. “Quando tribunais estrangeiros atropelam a primeira emenda, cidadãos americanos são silenciados por exercer sua liberdade nos EUA”, disse ele aos parlamentares americanos. De acordo com a Comissão, a audiência “avaliará os esforços multilaterais para desenvolver definições comuns e coordenar respostas, além de examinar como outros governos estão elaborando abordagens institucionais para lidar com a repressão transnacional. Também analisará casos específicos de países, como Paquistão, Índia, Hong Kong e China”. A Comissão de Direitos Humanos do Congresso norte-americano define a repressão transnacional como um “conjunto de táticas que governos estrangeiros utilizam para agir além de suas fronteiras com o objetivo de prejudicar, intimidar, ameaçar, assediar ou coagir individuos”. Moraes acusado Moraes tem sido acusado por políticos e influencidores conservadores de promover censura por meio de suas ordens judiciais. Segundo parlamentares dos EUA que reagiram às acusações, as ordens do ministro atingem empresas localizadas nos EUA e cidadãos que estão no país. O ministro do STF também é alvo de uma ação judicial apresentada pela plataforma Rumble, em parceria com uma empresa de Trump. Elas pediam que não fossem obrigadas a cumprir ordens de Moraes. No dia 21 de maio, Rubio disse que existe uma “grande possibilidade” de Moraes ser alvo de sanções norte-americanas, com base na Lei Global Magnitsky. Audiência no Congresso dos EUA Durante audiência no Congresso norte-americano, o deputado democrata James P. McGovern informou que a audiência era para tratar de repressões repressão transnacional, ou seja, entre países do mundo, a personalidades e empresas de tecnologia norte-americanas. “É uma obrigação de todos os Estados pelo mundo devem proteger e respeitar os direitos humanos”, disse James P. McGovern. Em uma crítica direta a ações do presidente dos EUA, Donald Trump, James afirmou que “os EUA estão melhor posicionados para fazer a diferença, se liderar por exemplo, se tiver a credibilidade para falar de um lugar de autoridade moral, mas só se nosso próprio país não engajar em comportamentos que ele critica em outros”. “Por isso eu fiquei preocupado quando eu vi o posicionamento do Departamento de Justiça exigindo que estudantes estrangeiros que se candidataram ao visa deveriam tornar públicos seus perfis em redes sociais para que oficiais norte-americanos pudessem julgar se na opinião deles existiam alguma abritrairiedade e potenciais tendências políticas em desacordo com ele”, concluiu o deputado.
Por: Metrópoles

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