• Quarta-feira, 25 de junho de 2025

ONU alerta para possível crime de guerra em Gaza

Segundo escritório de Direitos Humanos, mais de 400 palestinos morreram ao tentar acessar centros de ajuda não vinculados à organização.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou nesta 3ª feira (24.jun.2025) que pelo menos 410 palestinos foram mortos por forças israelenses ao tentar acessar centros de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza operados pela GHF (Fundação Humanitária de Gaza), entidade apoiada por Israel e pelos Estados Unidos. Segundo o porta-voz Thameen Al-Kheetan, o uso de alimentos como arma contra civis pode configurar crime de guerra.

A GHF iniciou suas atividades em 27 de maio, ignorando a ONU e outras ONGs tradicionais. Seus pontos de ajuda vêm sendo palco de tiroteios, tumultos e confusão, com civis correndo riscos para obter comida. “Pessoas desesperadas enfrentam a escolha desumana de morrer de fome ou sob fogo cruzado”, declarou Al-Kheetan.

A ONU também reporta que ao menos 93 pessoas morreram pelo exército israelense ao tentar alcançar os trens restantes da organização e de parceiros humanitários. No total, cerca de 3.000 ficaram feridas em incidentes ligados aos centros de ajuda sem ligação com a ONU e a saques.

Mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência estão entre os mais afetados, com a situação agravada por mais de 20 meses de bombardeios e por um bloqueio quase total de alimentos, combustível e medicamentos.

O OCHA (Escritório das Nações Unidas para Coordenação Humanitária) alertou que as operações de ajuda seguem limitadas por restrições impostas por Israel. No último fim de semana, apenas metade das missões humanitárias solicitadas foi autorizada.

A crise de combustível também preocupa. Segundo o OCHA, sem novas entregas, serviços como telecomunicações, ambulâncias e fornecimento de água poderão colapsar. Hospitais como o Complexo Médico Nasser enfrentam superlotação e falta de acesso seguro.

Israel nega as acusações de crimes de guerra e responsabiliza o grupo extremista Hamas por operar entre civis. A ONU afirma que cabe aos tribunais determinar a responsabilidade legal.

Por: Poder360

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