• Sábado, 2 de agosto de 2025

Passo a passo para realizar uma boa adubação da pastagem

A adubação de manutenção deve ser feita anualmente, preferencialmente fracionada conforme o ciclo de crescimento da pastagem e o manejo do pastejo

A adubação de manutenção deve ser feita anualmente, preferencialmente fracionada conforme o ciclo de crescimento da pastagem e o manejo do pastejo A sustentabilidade e o alto desempenho das pastagens dependem do equilíbrio entre o solo, a planta e os animais que integram o sistema produtivo. Em 2025, com a intensificação do uso de áreas de pastagem e a crescente demanda por produtividade, garantir a ciclagem adequada de nutrientes tornou-se ainda mais essencial para a manutenção da fertilidade do solo e da capacidade de suporte da vegetação forrageira. Ciclagem de nutrientes e perdas no sistema solo-planta-animal Ao consumir a forragem, os animais absorvem nutrientes essenciais para seu desenvolvimento. Estima-se que cerca de 10% dos nutrientes ingeridos sejam incorporados à carne e 25% ao leite. O restante retorna ao ambiente por meio das fezes, urina e resíduos vegetais não consumidos. Contudo, essa devolução natural não garante a completa reposição dos nutrientes extraídos.
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    Pesquisas recentes indicam que, em média, de 35% a 85% dos nutrientes devolvidos ao solo são perdidos, seja por volatilização (com destaque para o nitrogênio), lixiviação (especialmente potássio, cálcio, enxofre e magnésio), erosão ou fixação em formas indisponíveis (como o fósforo). window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Essas perdas são amplificadas quando:
  • Há baixa presença de matéria orgânica no solo;
  • As áreas apresentam solo exposto e pouca cobertura vegetal;
  • A pastagem é mal manejada, com presença de superpastejo.
  • Reposição estratégica de nutrientes: por onde começar? A simples presença de vegetação não é garantia de solo fértil. Por isso, o ponto de partida para recuperar ou manter áreas de pastagem produtivas é o diagnóstico da fertilidade do solo, seguido da adoção de práticas corretivas e adubação racional. 1. Análise do solo: etapa indispensável A recomendação de adubação só é eficaz quando baseada em dados concretos. A análise deve ser feita em áreas homogêneas de, no máximo, 10 hectares. Recomenda-se coletar de 15 a 20 amostras, em profundidade de 20 cm, após limpar a superfície de resíduos orgânicos. Essas subamostras são misturadas e, a partir delas, forma-se uma amostra composta de cerca de 500 g para envio ao laboratório. 2. Escolha da forrageira e exigência nutricional As forrageiras são classificadas conforme suas exigências de fertilidade:
  • Grupo I – Alta exigência: requer solos muito férteis e adubação intensiva.
  • Grupo II – Exigência intermediária: responde bem à adubação regular.
  • Grupo III – Baixa exigência: tolera solos menos férteis, mas não dispensa manejo.
  • Saber a qual grupo pertence a espécie cultivada permite dimensionar corretamente a adubação e as estratégias de correção. Práticas corretivas: recuperação da fertilidade Quando os níveis de nutrientes no solo estão abaixo do ideal — especialmente nas faixas “muito baixo” ou “baixo”, predominantes em solos brasileiros — é necessário implementar práticas corretivas. Estas medidas são recomendadas para:
  • Recuperar áreas degradadas;
  • Implantar novas pastagens em solos empobrecidos;
  • Corrigir solos que há anos não recebem qualquer adubação.
  • Correção de fósforo (P) e potássio (K) Pode ser feita de duas formas:
  • Adubação corretiva total: aplicação única, elevando os teores ao nível crítico.
  • Adubação corretiva parcelada: recomendada para solos arenosos ou com baixos teores, a fim de evitar perdas por lixiviação.
  • A cada três anos, uma nova análise deve ser realizada para verificar a necessidade de reaplicação corretiva. Adubação de manutenção e reposição: mantendo a fertilidade Após a correção inicial, o foco passa a ser a manutenção da fertilidade por meio da reposição dos nutrientes exportados pelas plantas e perdidos no sistema.
  • A adubação de manutenção deve ser feita anualmente, preferencialmente fracionada conforme o ciclo de crescimento da pastagem e o manejo do pastejo. Em sistemas rotacionados, uma das estratégias mais eficazes é aplicar uma fração após cada ciclo de pastejo (a cada 25-35 dias).
  • Quando os níveis de nutrientes estão acima do ponto crítico, aplica-se a adubação de reposição, com foco em repor exatamente o que foi retirado, sem acúmulos.
  • Fatores climáticos e momento ideal para adubar A resposta das plantas forrageiras à adubação depende diretamente da disponibilidade hídrica e da temperatura. Em 2025, com registros de seca prolongada em diversas regiões do Centro-Oeste e Sudeste, a recomendação é concentrar a adubação nos períodos de maior pluviosidade, geralmente entre outubro e março, aproveitando a maior capacidade de absorção e metabolismo vegetal. Invista em conhecimento técnico Para uma atuação eficiente na adubação de pastagens, o conhecimento técnico é essencial. O curso “ Correção e Adubação do Solo de Pastagens”, ministrado por Adilson Aguiar e Mateus Caseta, é uma excelente oportunidade para produtores e técnicos se aprofundarem em práticas atualizadas e fundamentadas. No curso, os especialistas detalham:
  • A dinâmica dos nutrientes no sistema pastagem;
  • Estratégias de correção e manutenção da fertilidade;
  • Planejamento e execução de programas de manejo nutricional.
  • A formação pode ser adquirida individualmente, com acesso vitalício, ou por meio de planos de assinatura que disponibilizam todos os cursos da plataforma por períodos semestrais ou anuais. Escrito por Compre Rural VEJA MAIS:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
    Por: Redação

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