Conheça os cavalos do gelo: os Yakut dominam o frio mais extremo do planeta
Raça Yakut, conhecidos como cavalos do gelo, desenvolveu características únicas para sobreviver a geadas de -60°C na Sibéria e se tornou peça-chave na cultura e na economia local.
Raça Yakut, conhecidos como cavalos do gelo, desenvolveu características únicas para sobreviver a geadas de -60°C na Sibéria e se tornou peça-chave na cultura e na economia local. A natureza molda suas criaturas de formas surpreendentes. Um dos exemplos mais notáveis disso é o cavalo Yakut, uma raça que desafia os limites da sobrevivência ao habitar uma das regiões mais inóspitas do planeta: a Sibéria Oriental, onde as temperaturas podem chegar a impressionantes -60°C. Nativos das bacias dos rios Lena, Indigirka e Yana, esses cavalos desenvolveram, ao longo de milênios, adaptações únicas para suportar um frio que seria mortal para qualquer outro equino comum. Mas a resistência dos Yakut vai além da sobrevivência: eles garantem mobilidade, alimento e cultura às populações indígenas do extremo norte russo. Não à toa, tornaram-se objeto de estudos científicos que buscam entender seus mecanismos de adaptação — e, quem sabe, inspirar soluções biotecnológicas para outras espécies ameaçadas pelas mudanças climáticas.
A primeira grande barreira contra o frio é a pelagem, que atinge até 15 centímetros de espessura durante o inverno. Essa camada densa funciona como um verdadeiro isolante térmico, complementado por um acúmulo interno de gordura corporal, que protege os órgãos vitais e garante energia durante os períodos mais críticos. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Além disso, os Yakuts adotaram uma postura corporal que reduz a perda de calor e um metabolismo extremamente eficiente, que permite ao animal viver com pouquíssimos recursos. Eles são capazes de desenterrar pastagens sob a neve com seus cascos fortes, um comportamento fundamental em uma terra onde o alimento some por meses. Foto: DivulgaçãoDurante o verão, os animais pastam intensamente para acumular reservas corporais, o que garante uma espécie de “autossuficiência energética” nos meses mais frios. Para os indígenas que habitam as regiões congeladas da Rússia, os cavalos Yakut são muito mais do que transporte. Eles são símbolos de sobrevivência, tradição e segurança alimentar. Além de puxar trenós e cargas pelas paisagens cobertas de neve, a raça fornece leite e carne, dois produtos essenciais à subsistência local. O koumiss, bebida fermentada feita a partir do leite de éguas, é tradicionalmente consumido na região e representa uma importante fonte nutricional e cultural. A raça Yakut é dividida em três grandes tipos, que se desenvolveram conforme o clima e as condições de criação:
Yakut original do norte (Kolyma Médio ou Verkhoyansk): é o tipo mais valorizado, com maior homogeneidade corporal e rusticidade extrema. Tem estrutura compacta, dorso largo, pelagem muito densa e crina longa.
Tipo menor do sul: sem cruzamentos com outras raças, é menor e mais adaptado às áreas mais temperadas da Sibéria.
Tipo maior do sul: originado a partir do cruzamento com trotadores e cavalos de tração pesada, este tipo possui maior porte e é comum na Yakutia central.
Foto: DivulgaçãoAs cores predominantes são baia, marrom-acinzentada, cinza e ruão. Muitos exemplares nativos apresentam faixa dorsal escura e listras nas pernas, traços que remetem aos ancestrais mais primitivos dos equinos. Em termos de medidas, os garanhões do tipo Kolyma Médio atingem cerca de 139 cm de altura na cernelha, com peso médio de 450 kg. Já o tipo menor do sul apresenta garanhões com apenas 135 cm de altura, enquanto o tipo maior do sul ultrapassa os 140 cm e demonstra características híbridas. O Yakut também se destaca como uma importante fonte de carne e leite. Os dados da fazenda experimental do Instituto de Agricultura Yakut revelam que as éguas da raça produzem de 1.200 a 1.700 kg de leite por lactação (em 6 meses). Foto: DivulgaçãoNo que diz respeito à produção de carne, o peso da carcaça aos 6 meses é de cerca de 105 kg, chegando a 228 kg na idade adulta, o que reforça seu potencial como animal de dupla aptidão (trabalho e produção).
A rusticidade dos cavalos Yakut despertou interesse científico. Pesquisadores vêm estudando os genes responsáveis pelas adaptações ao frio, na tentativa de aplicar esses conhecimentos em outros contextos. Essas descobertas podem ajudar no desenvolvimento de estratégias de conservação de raças ameaçadas, especialmente em um cenário de mudanças climáticas globais e avanço das temperaturas extremas. A reprodução pura da raça tem sido a escolha prioritária dos criadores locais, já que o cruzamento com outras linhagens não tem oferecido resultados satisfatórios. Os principais polos de criação estão nas fazendas estatais Leninski e Karl Marx, que seguem com programas extensivos de manejo rústico. O cavalo Yakut é um símbolo da capacidade de adaptação da vida animal. Em meio ao frio cortante da Sibéria, desenvolveu, sozinho, as ferramentas necessárias para resistir, nutrir e prosperar. Mais do que uma curiosidade científica, ele é um lembrete poderoso de como a seleção natural pode esculpir verdadeiros sobreviventes — mesmo nas condições mais implacáveis do planeta.
Por: Redação
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